José Ramon Carabante é neste momento um homem acossado. Não no sentido de ser procurado em termos policiais ou jurídicos, mas porque o seu império na construção civil estar numa situação muito problemática. No inicio deste mês deveria ter pago 65 milhões de euros na banca, mas falhou o pagamento por falta de liquidez. E as coisas podem ter um mau fim à vista.
Segundo o jornal espanhol "El Mundo", Carabante, dono do Grupo Hispania, que tem interesses no sector imobiliário, foi fortemente atingido pela crise internacional, do qual a Espanha é um dos sítios mais atingidos na Europa, com uma taxa de desemprego superior a 20 por cento. Ao todo, as dívidas do grupo rondam os 650 milhões de euros e já não tem muito dinheiro para manter a máquina a funcionar, quanto mais investir num projecto que Adrian Campos começou a montar, e que Carabante prosseguiu com o seu próprio dinheiro.
Daí que a cada dia que passa, a Hispania Racing Team (HRT) esteja cada vez mais nas mãos de Colin Kolles, que dentro em breve quer transferir os activos da empresa para a sua sede, em Munique. E também as noticias de que Kolles esteja interessado nos serviços daquilo que foi outrora a sede da Toyota Team Europe, em Colónia, que desenvolveu aquele que deveria ter sido o chassis TF110. Interessado no "know-how", Kolles quer virar-se para eles no sentido de os ver desenhar o carro de 2011, mas com Carabante em apuros, tem de encontrar outro comprador.
Quem poderá ser? Com Bernie Ecclestone interessado que a HRT sobreviva, por todas as razões menos as puramente desportivas, a Autosport portuguesa fala esta semana que um dos possíveis interessados pode ser a Youtube. Onde é que ouviram isto? Ah... quando foi a falhada USF1. Com as dívidas pagas, após o leilão do espólio da equipa nado-morta, que rendeu 1.4 milhões de dólares, um representante de Chad Hurley encontrou-se com Ecclestone e Kolles nesse sentido.
Claro, muito tem de passar até que haja algum fumo branco, mas o facto de existirem alguns sinais de desespero em termos financeiros, pode significar não tanto que sobreviva até ao final da época, mas que a dupla de pilotos que está lá desde o inicio, constituída pelo brasileiro Bruno Senna e pelo indiano Karun Chandhok, possa ser substituida por razões mais de sobrevivência. Sakon Yamamoto está lá e esta semana surgiram rumores de Cristijan Albers, o holandês que esteve na Spyker em 2006 e 2007, e que trabalhou muito com Kolles na DTM e nas 24 Horas de Le Mans, poderá guiar o carro da equipa algures durante esta temporada.
Até ao final da temporada, muita água correrá debaixo das pontes, é certo. E existirão vários factores a ter em conta, uma delas é saber quem será a equipa que ficará com a 13ª vaga. É que existe a hipótese de quando for anunciado o vencedor, algumas das candidaturas derrotadas poderão estar interessadas em tomar a vaga da Hispania.
Veremos como isto vai acabar, mas parece que as coisas por este lado estarão muito agitadas...
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