Uma semana depois do GP monegasco, máquinas e pilotos alinhavam no GP da Holanda, no circuito de Zanvoort, para a quarta prova do campeonato, o segundo em solo europeu. Vinte e um carros estavam inscritos para a corrida deste fim de semana, e havia algumas novidades em relação à corrida anterior.
Para começar, a Aston Martin estava de volta com um carro, conduzido pelo britânico Roy Salvadori. Ainda com o modelo do ano anterior, com motor à frente, numa era em que todos já colocavam os seus motores atrás do condutor. Outra equipa com motores à frente era a americana Scarab, com Lance Reventlow e Chuck Daigh, enquanto que a BRM, que ainda tinha motores à frente, alinhava com o britânico Graham Hill, o sueco Jo Bonnier e o americano Dan Gurney. Para finalizar com as equipas com motores à frente, a Ferrari alinhava com Phil Hill e Wolfgang von Trips, enquanto que Richie Ginther corria com o carro de motor traseiro.
Em termos de equipas com motor traseiro, a Cooper alinhava oficialmente com Jack Brabham e Bruce McLaren, enquanto que na BRP da Yeoman Credit estavam os britânicos Tony Brooks, Chris Bristow e um novo recruta: Henry Taylor. A Scuderia Centro-Sud alinhava com dois Cooper-Maserati, destinados ao americano Masten Gregory e ao francês Maurice Trintignant e uma equipa local, a Ecurie Maasbergen, alinhava com o holandês Carel Godin de Beaufort.
Para finalizar, a Lotus alinhava com quatro carros. Um da Rob Walker Racing Team, para Stirling Moss, que complementava as três oficiais, para os britânicos Innes Ireland, Alan Stacey e um jovem talento de 24 anos, vindo da Escócia: Jim Clark.
Nos treinos, o melhor foi Moss, no seu Lotus, seguido por Brabham e Ireland. Na segunda fila estavam os BRM de Bonnier e de Graham Hill, enquanto que na terceira fila estavam o BRM de Gurney, o Cooper de Bristow e o Lotus de Stacey. A fechar o "top ten" ficaram os Cooper de McLaren e de Brooks. O estreante Jim Clark alinhava na 11ª posição.
Contudo, o fim de semana tinha sido marcado pela controvérsia. As várias equipas que alinhavam em Zandvoort discutiram sobre os prémios à partida dados pela entidade organizadora, e achavam que o dinheiro era insuficiente para o numero de carros que lá estavam. Sem chegar a acordo, quatro carros acabaram por não alinhar na corrida: o Cooper-Maserati de Gregory, os Scarab de Reventlow e Daigh e o Aston Martin de Salvadori. Mas mesmo com este boicote, a corrida prosseguiu como planeado.
Na largada, Brabham levou a melhor sobre Moss e os Lotus de Ireland e Stacey, que fizera uma partida brilhante do oitavo posto. Pouco depois, os pilotos da Lotus trocaram de posições, mas Ireland reagiu e recuperou o lugar. Pelo quinto posto andava Phil Hill, que também fizera um bom arranque, mas pouco depois era ultrapassado por Bruce McLaren. O neozelandês desistira depois com problemas mecânicos, mas Hill foi desafiado pelo seu compatriota Gurney. O BRM ultrapassou-o, mas na volta onze sofreu um forte despiste. Uma das rodas soltou-se e atingiu mortalmente um espectador, que veio a saber-se depois, estava em zona proibida.
Na volta seguinte, Jim Clark estava em quinto, atrás dos outros dois Lotus, mas pouco depois todos subiam uma posição quando o Lotus de Moss sofreu um furo devido a pedras atiradas do carro de Brabham. Moss conseguiu levar o seu carro até às boxes, trocou de pneus e começou a fazer uma corrida de recuperação. Sem querer, Brabham livrou-se do seu maior rival na corrida.
Com isto, o australiano liderava, seguido de Ireland, Bristow e do estreante Clark, com Graham Hill no quinto posto. Pouco depois, este passa Clark, que só continuará até à volta 42, quando a transmissão do seu carro cede. Quinze voltas depois, é a vez da transmissão de Alan Stacey também ceder, deixando Hill no terceiro posto.
E as coisas iriam manter-se até à volta 75, quando a bandeira de xadrez foi mostrada. Jack Brabham vencia a sua primeira corrida oficial do ano, seguido por Ines Ireland, que dava a melhor posição de sempre a um Lotus oficial. Graham Hill não só conseguia os seus primeiros pontos da sua carreira, como também se estreava no pódio com o terceiro posto. Stirling Moss concluia no quarto posto a sua corrida de recuperação, enquanto que Wolfgang Von Trips e Richie Ginther ficavam com os restantes lugares pontuáveis, a bordo dos seus Ferrari.
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