Este fim de semana tivemos mais uma prova do Intercontinental Rally Challenge, na Sardenha. Para quem não sabe, podemos dizer que é uma espécie de Mundial alternativo, somente com carros de 2 Litros, como o Ford Fiesta, Fiat Punto Abarth, Skoda Fabia, Peugeot 207 e outros modelos, que aparecerão de futuro.
É uma competição que foi feito para equipas privadas, com ralis feitos um pouco como antigamente: troços com várias superfícies, por exemplo. Alguns dos ralis que não estão no Mundial WRC, como o da Argentina, encontraram no IRC uma alternativa à sua continuidade. É seguida pela Eurosport, que está a fazer uma cobertura que está a ganhar adeptos. Fala-se que a partir de 2011, este tipo de carros serão os que estarão no Mundial de Ralis, substituindo os WRC. Não se sabe muito bem se algum destes pilotos, ou marcas, estarão por lá a partir do ano que vêm.
Feitas as introduções, vamos ao que interessa: existem aqui excelentes pilotos, como os britânicos Guy Wilkes e Chris Meeke, o finlandês Juho Hanninen, o checo Jan Kopecky e o francês Nicolas Vouilloz. E este ano tem a presença do português Bruno Magalhães, bi-campeão nacional de ralis e que está na sua primeira época a nivel internacional. E está a correr bem, pois tem acabado todos os ralis que tem participado... e nos pontos. Actualmente, e quarto na tabela, com 17 pontos.
Este fim de semana, na Sardenha, Magalhães fez algo menos do que um milagre, digo eu. Problemas de travões no primeiro dia quase deitaram tudo a perder, e esteve muito perto da exclusão por excesso de tempo. No primeiro dia terminou na décima posição, mas no segundo dia, aproveitou os azares dos outros e um desempenho sem erros para chegar ao quinto posto final, embora nuns distantes 9 minutos e 55 segundos do vencedor, o finlandês Juho Hanninen.
"Um rali muito difícil, sobretudo pela concorrência de nível superior. Claro que é duro começar uma prova a perder cinco minutos... nessas alturas é muito complicado gerir as emoções e recuperar o ritmo, mas fomos o mais longe que pudemos. Se me perguntassem antes do rali se considerava positivo chegar ao final da prova, com esta concorrência, em 5º lugar, teria respondido que seria excelente. Claro que é pena os problemas que tivemos ontem, mas temos o sentimento de dever cumprido." disse Bruno.
Uma opinião corroborada por Carlos Barros, Director da Peugeot Sport Portugal: "A uma etapa de ontem muito difícil, hoje seguiu-se um dia positivo porque acabar em 5º é um óptimo resultado, tendo em conta esta concorrência. O importante é que o Bruno e o Carlos chegaram ao fim num rali tão duro e sem terem um único deslize, quando mais de metade dos pilotos abandonou. Com cinco provas realizadas, a equipa acabou e pontuou em todas elas. Estamos muito satisfeitos por isso e pelo nosso quarto lugar no campeonato.", afimrou.
Não venceu a corrida? Não fez uma exibição de encher o olho? E depois? Acham que é isso que impressiona um Olivier Quesnel, por exemplo? Não creio. Nem toda a gente é Sebsastien Löeb, e nem toda a gente tem de guiar como um louco e destrua carros como faz Jari-Matti Latvala. Acho que o Bruno é um excelente piloto que leva o nome de Portugal lá fora, tal como fazem Armindo Araujo e Bernardo Sousa. E tem cumprido o seu papel, que é pontuar e levar o carro até ao fim, melhor do que muitos pensavam. E ainda por cima, este é um campeonato onde usam o sistema antigo de pontuação, que premeia os oito primeiros.
Mas infelizmente neste país, existem aqueles "campeões da Playstation", que tal como os "treinadores de bancada", nunca correram num carro na sua vida, que aproveitam o direito democrático de dizerem o que pensam para referir os seus disparates pegados nas dezenas de fóruns automobilisticos. É por isso que os abandonei. E francamente... não tenho saudades.
Eu aplaudo os feitos do Bruno, tal como aplaudo o Armindo e o Bernardo e todos os pilotos portugueses que andam lá fora, a levar o nosso país. Nem sempre sobem ao pódio, mas mostram que este pequeno país à beira-mar plantado também tem pilotos de valor, que se batem de igual para igual com o resto do mundo. Isso devia ser valorizado.
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