segunda-feira, 19 de julho de 2010

GP Memória - Grã-Bretanha 1975

Os acontecimentos que ocorrerem dois anos antes, na edição de 1973, onde onze carros foram eliminados na primeira volta da corrida, fizeram com que os organizadores tivessem de agir em relação às altas velocidades que se praticavam naquele circuito. Assim sendo, foi construida uma chicane na zona de Woodcote, antes da recta da meta, no sentido de fazer abrandar os carros, reduzindo a sua velocidade média.

Entretanto, as dúvidas que ainda existiam acerca da continuidade de Graham Hill tinham sido desfeitas quando anunciou a sua retirada competitiva. Apesar de não correr desde a corrida do Mónaco, ele não tinha dito à imprensa e aos fãs que aquele tinha sido a sua última corrida. No fim de semana britânico, decidiu que após dezoito anos e 176 Grandes Prémios, que era a altura de pendurar o capacete e dar lugar aos mais novos.

Mas esta não era a última ou unica grande novidade do pelotão da Formula 1. Na Lotus, Jacky Ickx decidiu abandonar a equipa, desmotivado pelo carro que tinha. Colin Chapman decidiu fazer as coisas da forma que sabia fazer: inscreveu três carros, um para Ronnie Peterson, outro para os britânicos Brian Henton e Jim Crawford. Outra equipa com três carros nessa corrida era a March, que alinhava com Hans Stuck, Vittoprio Brambilla e a italiana Lella Lombardi. Havia também outro chassis March, mas neste caso, a razão era diferente: insatisfeitos com o carro, a Penske arranjou o chassis March para Mark Donohue até ao final da época, para poderem ter tempo para desenhar o carro para a próxima época.

Na Surtees, John Surtees iria alinhar com dois carros, um para John Watson e outro para David Morgan. A Ensign alinhava com o holandês Roelof Wunderink, pois o seu compatriota Gijs Van Lennep não aparecera, enquanto que a Maki tentava de novo a sua sorte com Hiroshi Fushida. Ainda havia a Lyncar, com John Nicholson, a fazer a sua aparição.

Na qualificação, hpuve surpresa: o galês Tom Pryce, no seu Shadow-Cosworth, fez a sua primeira (e unica) pole-position da sua carreira, tendo a seu lado o Brabham de José Carlos Pace. Na segunda fila estavam os Ferraris de Niki Lauda e Clay Regazzoni, enquanto que na terceira estavam o March de Vittorio Brambilla e o Tyrrell de Jody Scheckter. Emerson Fittipaldi, no seu McLaren era sétimo, à frente do Brabham de Carlos Reutemann. James Hunt era o nono no seu Hesketh e Jochen Mass o décimo.

Nos momentos anteriores à partida, Graham Hill pegou no seu carro por uma última vez e foi dar uma volta ao circuito de Silverstone perante uma multidão em delírio, prestando tributo a um grande nome do automobilismo britânico e mundial, que após dezassete anos de competição, pendurava de vez o capacete para se dedicar à sua equipa.

Pouco depois era dada a partida, com Pace a ser o mais rápido que Pryce e passar para a liderança. Regazzoni e Lauda vinham logo a seguir, enquanto que Hunt era o quinto. Nas voltas seguintes, Scheckter e Fittipaldi tentaram subir na classificação, enquanto que na frente, Regazzoni passou ao ataque a partir da volta dez, quando passou Pryce e depois Pace, para ficar com a liderança. As coisas andaram mais ou menos assim até à volta 19... quando começou a chover. Regazzoni perdeu o controle do seu carro na curva Club, danificando a sua asa traseira. Com isto, Scheckter, que tinha passado Lauda e Pace, estava na liderança, mas ia agora para as boxes para trocar de pneus.

Cedo, outros fizeram o mesmo: Lauda, Fittipaldi, Pryce. Mas o austriaco teve de voltar uma segunda vez às boxes pois uma das porcas ficou mal apertada, enquanto que o galês da Shadow despistou-se, acabando ali a sua corrida. Contudo, a chuva não tinha sido muita e a pista secava rapidamente. Alguns dos pilotos tinham permanecido com pneus secos, como Fittipaldi, Hunt e Pace, mas Scheckter começa a apanhá-los a todos para ficar na frente da corrida, antes que a pista seque e o sul-africano tenha de de novo ir às boxes.

Contudo, na volta 53, a chuva voltava, e em força. Os pilotos tentavam manter os seus carros sob forte bátega de água, mas muitos não conseguiam, e os despistes aconteciam em cadeia: Jarier despistava-se em Woodcote, enquanto que os carros de Pace, Scheckter, Hunt, Tony Brise, Brian Henton e John Nicolson, entre outros, saiam na curva Club. Outros, como Donohue, Watson e Patrick Depailler, saiam na Stowe. A confusão era total e a organização não teve outra hipótese senão assinalar as bandeiras vermelhas e parar a corrida na volta 56.

No final, Emerson Fittipaldi foi declarado vencedor, com José Carlos Pace no segundo lugar e Jody Scheckter no terceiro. Como os resultados só contaram na volta 55, Pace e Scheckter foram classificados, bem como os restantes carros que ficaram nos lugares pontuáveis: o Hesketh de James Hunt e os March de Mark Donohue e de Vittorio Brambilla. Ainda houve protestos por parte da Ferrari, pois os seus carros eram dos poucos que circulavam naquela piscina que tinha virado Silverstone, mas o Royal Automobile Club negou as pretensões da equipa de Maranello e os resultados foram homologados três dias mais tarde.

Fontes:

http://www.grandprix.com/gpe/rr260.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1975_British_Grand_Prix

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