Não foi um recorde de velocidade pura, mas deu para largar na frente de uma corrida. Não lhe deu fama e fortuna, mas a média de velocidade sobreviveu durante 16 anos. E à medida que descubro coisas sobre ele, mais fico admirado por aquilo que alcançou na Formula 1, o seu estilo "power charger" que só Gilles Villeneuve lhe era superior. E hoje está vivo para contar a história.
Pois é, faz hoje 25 anos que Keke Rosberg fez a volta mais rápida de sempre de um motor Turbo, no ultra-veloz circuito de Silverstone, onde ali só se andava a fundo, desacelerando em curvas com nomes míticos como Copse, Stowe ou Club, e Woodcote já se tinha transformado numa mera chicane, mas não fazia mais do que abrandar por uns segundos. Em suma, era pífia. Logo, ver Rosberg, no seu Williams-Honda a fazer uma volta a uma estrondosa média de 257,4 km/hora era inacreditável.
Por causa disso que, quando a Formula 1 voltou de vez, em 1987, a chicane de Woodcote se tenha transformado em algo maior. E quatro anos depois, o próprio circuito tenha sido profundamente modificado no sentido de abrandar a velocidade média dos carros, em nome da segurança. É certo que esta foi um bom motivo, mas tirou aos fãs a visão de ver um piloto a fazer todas aquelas curvas a fundo. Nos anos 70 se via James Hunt, Mario Andretti, Jackie Stewart, Ronnie Peterson ou Jody Scheckter a irem a fundo na Woodcote, mas agora já não veríamos mais Michael Schumacher, Damon Hill, Jacques Villeneuve ou Lewis Hamilton a abordarem a fundo Copse, Club, Stowe ou Woodcote. Agora, só podemos imaginar como seria e jogá-lo na Playstation.
E numa era em que os autódromos ditos ultra-modernos são kartódromos gigantes, desenhados pelo mesmo gabinete de arquitectura, onde se trava tantas vezes como acelera, ver este último recorde de velocidade, obtida numa era de transição na Formula 1, faz-nos ver que nem todas as coisas do passado são más. Podemos suspirar por saber que não se morre mais pilotos e que a segurança é a maior de sempre, mas temos consciência que neste inicio de século, esta Formula 1 tem muito menos sal que antigamente. Não concordam?
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