Fernando Alonso e a Ferrari sonhavam com isto. Não direi que era uma obsessão, mas mas devia ser um desejo. E no caso da Ferrari, tratou tão bem o seu bólido que praticamente não tem qualquer quebra desde há quase meia temporada, enquanto que cabia ao piloto fazer o resto. Pois bem, os "Deuses" lhe concederam esse desejo. Ganhou a corrida e viu os seus adversários a não conseguirem pontuar: Mark Webber despistou-se, Sebastien Vettel viu o seu motor Renault a explodir a dez voltas do fim. Tudo isto na corrida mais animada e mais estranha do ano, com quase... três horas de duração, terminando quase à noite.
Tudo começou horas antes, com a chuva miudinha que caia em Yeongnam. Numa pista nova, onde o asfalto ainda estava "cru", era um motivo de preocupação. E assim foi quando se aproximou a hora da partida, quando a FIA decidiu que a partida seria atrás do Safety Car. Contudo, nas primeiras voltas, a chuva aumentou a sua intensidade e a corrida foi interrompida durante uma hora, para ver se parava um pouco.
Quando tal aconteceu, a corrida foi reatada... com o safety car em pista. E ainda demorou umas voltas para que o Mercedes saisse dela, para ver Sebastien Vettel a afastar-se do resto do pelotão e Michael Schumacher a fazer a sua melhor corrida desde que voltou. À chuva, quem sabe, nunca esquece. Isso foi uma amostra do que se passou no meio do pelotão, com pilotos como ele, Adrian Sutil, os Sauber de Kamui Kobayashi e Nick Heidfeld e os Toro Rosso de Jaime Alguersuari e Sebastien Buemi.
E num baile à chuva, claro, teve os seus despistes... o primeiro deles aconteceu na volta 35, quando Mark Webber pisou um corretor, entrando em pião. Para piorar as coisas, Nico Rosberg não o viu e o choque foi inevitável, arrancando uma roda. Ali começava o inferno da Red Bull.
Na frente, tudo calmo: Vettel liderava, Alonso e Hamilton seguiam-no. Button afundava-se no pelotão e via as suas parcas chances irem pelo cano abaixo, arrastado pela chuva. E tudo parecia que iria acabar assim (tinha de ser, porque a luz desparecia rapidamente...) quando a dez voltas do fim, Vettel começa a queixar-se da eficácia dos seus travões. Mas afirma era o motor Renault que se quebrava. Na pior altura possivel, acontecia o pior pesadelo da equipa austriaca.
Depois, foi só levar o carro para a meta e conseguir a sua terceira vitória do ano em quatro corridas. Fernando Alonso passava para a frente do campeonato, à frente de Lewis Hamilton e de Felipe Massa, cada vez mais secundário na sua equipa, e os três à frente do homem da corrida, o alemão Michael Schumacher. Aos 41 anos, só lhe faltou o pódio para coroar a sua exibição na chuva coreana.
Agora, o piloto das Asturias é o favorito numero um para o título. Apesar de estarem ainda cinquenta pontos em jogo, no Brasil e em Abi Dhabi, e da Red Bull ainda ser a favorita para o título mundial, ninguém pode dizer que Fernando Alonso não é o candidato numero um ao título. Se acontecer, ninguém poderá deixar de pensar que a Red Bull desperdiçou a sua melhor chance. E que a aposta da Ferrari num só cavalo, aliado ao estilo de condução do espanhol e á tremenda sorte, compensou.
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