Sete dias depois do GP de Portugal, máquinas e pilotos chegavam à Alemanha para se realizar o GP da Europa, no circuito de Nurburgring, dez anos depois de ter recebido pela última vez uma corrida oficial de Formula 1. A imensa popularidade de Michael Schumacher levou a que Bernie Ecclestone e a FIA colocassem uma segunda corrida em solo alemão, para que os fãs pudessem ver o seu compatriota, que nesse ano ia a caminho de um segundo título mundial na categoria máxima do automobilismo. A diferença entre os dois pilotos era de 17 pontos, e um bom resultado na corrida alemã significaria que as possibilidades se transformariam em certezas, apesar de ele ainda não comemorar o título naquela pista...
Na Tyrrell, dpeois do acidente de Ukyo Katayama, Ken Tyrrell decidiu chamar o italiano Gabriele Tarquini para o substituir. Tarquini não corria na Formula 1 desde 1991, e essa ausência iria sentir-se, quando acabou a qualificação no 19º lugar, tendo apenas batido os Forti de Roberto Moreno e Pedro Diniz, os Pacific de Andrea Montermini e Jean-Denis Deletraz e o Arrows de Taki Inoue...
No paddock, outras movimentações estavam a acontecer. David Coulthard confirmou que iria para a McLaren em 1996, para correr ao lado de Mika Hakkinen, enquanto que a Ferrari anunciava a contratação de Eddie Irvine, piloto da Jordan, e iria correr ao lado de Michael Schumacher. Para o seu lugar ia o veterano Martin Brundle. E na própria FIA haveria mudanças: a qualificação deixaria de ter duas sessões, na sexta e no Sábado, para passar a ser uma só com a duração de uma hora, e o calendário seria reduzido para um total de dezasseis corridas.
Na qualificação, os Williams dominaram, com David Coulthard a conseguir nova pole-position, ao lado de Damon Hill. Ambos conseguiram bater Michael Schumacher, que partia do terceiro lugar, tendo a seu lado o Ferrari de Gerhard Berger. Na terceira fila estavam o Jordan de Eddie Irvine, seguido pelo segundo Ferrari de Jean Alesi. O segundo Benetton-Renault de Johnny Herbert era o sétimo, à frente do Sauber-Cosworth de Heinz-Harald Frentzen, e a completar o "top ten" estavam os McLaren-Mercedes de Mika Hakkinen e Mark Blundell.
O tempo no dia da corrida estava nublado, e a pista estava húmida, pois tinha chovido antes. Contudo, muita gente, excepto os Ferrari e os McLaren, tinham pneus de chuva. A primeira partida foi abortada instantes antes das luzes verdes se acenderem, pois o Arrows de Max Papis tinha deixado cair o motor abaixo. Cinco minutos mais tarde, nova tentativa, e desta vez esta aconteceu. Coulthard partiu bem, mas a Hill, as coisas aconteceram ao contrário, sendo passado por Schumacher. Atrás, Ferrari e McLaren começavam a cair na classificação, devido à mudança nas afinações e na escolha dos pneus, ao mesmo tempo que os carros de Frentzen e Papis passavam pelas boxes para receber penalizações de dez segundos.
Com o passar das voltas, a pista secava progressivamente, e Jean Alesi demonstrava que a escolha da equipa tinha sido acertada, acabando a liderar a corrida a partir da volta 17. Atrás, Hill começava a estar mais rápido que Schumacher, e tentou várias vezes passá-lo. Conseguiu por uma vez, mas o alemão voltou ao lugar, ao mesmo tempo que Coulthard começava a batalhar contra o sobreviramento do seu Williams, caindo de segundo para quarto. Por esta altura, Alesi tinha uma vantagem de 45 segundos sobre o resto do pelotão e começava a ser o herói da corrida.
Na volta 40, Alesi vai para as boxes pela última vez, a sai à frente de Hill. Este tenta passá-lo, mas ambos tocam-se e o nariz de Hill sai fora. Na paragem subsequente, perdeu muito tempo e tentou recuperá-lo andando nos limites, mas na volta 58, despistou-se e bateu forte nas barreiras de protecção, acabando ali a sua corrida. Por esta altura, Schumacher era segundo estava a carregar sobre Alesi, mais leve do que o piloto alemão e com pneus mais frescos. Nas voltas finais, conseguia ser 1,8 segundos mais rápido do que o francês e no final da volta 65, Schumacher ultrapassa-lo na chicane antes da meta e abre uma diferença de 2,5 segundos para vencer a sua sétima corrida do ano, numa das suas melhores performances até então. Ainda não era matemático, mas ninguém tinha dúvidas: o bicampeonato era dele.
Alesi era segundo e Coulthard o terceiro, com Rubens Barrichello, Johnny Herbert e Eddie Irvine nos restantes lugares pontuáveis.
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