Descobri algures na minha infância que a escolha das cores que Michele Alboreto tinha escolhido no seu capacete a ver com Ronnie Peterson, o piloto que mais admirava. Sendo sueco, escolheu um capacete azul e amarelo. Teve sorte por ter nascido em Itália porque se fosse argentino, teria metade do pais a assobiá-lo e o ódio eterno do River Plate, porque esses são as cores do Boca Juniors...
Michele Alboreto pode nunca ter tido o estofo para ser campeão, ora porque teve dificuldade em aguentar as pressões de uma imprensa italiana exigente, ou porque chegou à Ferrari na altura errada para fazê-lo, mas não era mau piloto. Mostrou o seu talento na Tyrrell, quer no inicio da carreira, quer na sua segunda (e fugaz) passagem, mas a sua parte final da carreira na Formula 1 foi algo penosa. Em equipas do final do pelotão, vê-lo a correr na Scideria Itália em 1993 e na Minardi em 1994 pode ter sido algo desnecessário. Não ficaria admirado se muitos achassem (ou acham agora) que deveria ter se retirado quando saiu da Ferrari, em 1988, e ter rumado para os Sport-Protótipos, como fez depois, em 1997.
Essa escolha teve um final trágico, como sabemos, mas não tinha sido nova para ele. Correu na equipa oficial da Lancia no inicio da carreira, e ganhou corridas importantes, como as Seis Horas de Watkins Glen, em 1981, ou os 1000 km de Nurburgring, um ano mais tarde. E teve como companheiros pilotos que iria encontrar na Formula 1 como Eddie Cheever, Riccardo Patrese ou Teo Fabi, mas também o alemão Walter Rohl. Sim, o piloto de ralis...
Quando deu por encerrada a sua carreira na Formula 1 e experimentou por instantes a Indy, voltou de novo para as provas de Endurance. Foi para a Audi e demonstrou ainda ser um excelente piloto, vencendo as 24 Horas de Le Mans de 1997 com um ex-companheiro seu e grande amigo, da Ferrari. O sueco Stefan Johansson. E os dois ainda tiveram a ajuda de Tom Kristensen, que conseguiria aqui a sua primeira das oito vitórias na mitica prova francesa, todas pela Audi.
No inicio de 2001, venceu outra mitica prova: as 12 Horas de Sebring, ao lado do francês Laurent Aiello e o seu compatriota Rinaldo Capello. Isto foi poucas semanas antes do seu acidente mortal quando fazia testes no Lausitzring, na Alemanha. Um pneu furou a alta velocidade e ele não conseguiu controlar o suficiente para evitar um choque que o acabou por matar. Tal como o seu ídolo de adolescência, acabou os seus dias atrás de um volante, a fazer o que mais gostava.
Que ideia é que fico dele? Numa palavra, direi que foi demasiado bom para ser tosco. Esteve na Ferrari, o sonho de todos os italianos que conduzem carros de corrida, mas esteve numa altura em que não conseguiam vencer títulos, e quando teve a oportunidade, foi batido pelo McLaren de Alain Prost. Tive pena de não o ver numa outra equipa de topo ou em ascensão, e ficou para além do que devia na Formula 1. Mas a sua carreira nos Sport-Protótipos conseguiu de uma certa forma amenizar a ideia que alguns devem ter tido quando o viram a arrastar-se em máquinas como Arrows ou Larrousse. Em suma, foi um bom piloto.
Michele Alboreto pode nunca ter tido o estofo para ser campeão, ora porque teve dificuldade em aguentar as pressões de uma imprensa italiana exigente, ou porque chegou à Ferrari na altura errada para fazê-lo, mas não era mau piloto. Mostrou o seu talento na Tyrrell, quer no inicio da carreira, quer na sua segunda (e fugaz) passagem, mas a sua parte final da carreira na Formula 1 foi algo penosa. Em equipas do final do pelotão, vê-lo a correr na Scideria Itália em 1993 e na Minardi em 1994 pode ter sido algo desnecessário. Não ficaria admirado se muitos achassem (ou acham agora) que deveria ter se retirado quando saiu da Ferrari, em 1988, e ter rumado para os Sport-Protótipos, como fez depois, em 1997.
Essa escolha teve um final trágico, como sabemos, mas não tinha sido nova para ele. Correu na equipa oficial da Lancia no inicio da carreira, e ganhou corridas importantes, como as Seis Horas de Watkins Glen, em 1981, ou os 1000 km de Nurburgring, um ano mais tarde. E teve como companheiros pilotos que iria encontrar na Formula 1 como Eddie Cheever, Riccardo Patrese ou Teo Fabi, mas também o alemão Walter Rohl. Sim, o piloto de ralis...
Quando deu por encerrada a sua carreira na Formula 1 e experimentou por instantes a Indy, voltou de novo para as provas de Endurance. Foi para a Audi e demonstrou ainda ser um excelente piloto, vencendo as 24 Horas de Le Mans de 1997 com um ex-companheiro seu e grande amigo, da Ferrari. O sueco Stefan Johansson. E os dois ainda tiveram a ajuda de Tom Kristensen, que conseguiria aqui a sua primeira das oito vitórias na mitica prova francesa, todas pela Audi.
No inicio de 2001, venceu outra mitica prova: as 12 Horas de Sebring, ao lado do francês Laurent Aiello e o seu compatriota Rinaldo Capello. Isto foi poucas semanas antes do seu acidente mortal quando fazia testes no Lausitzring, na Alemanha. Um pneu furou a alta velocidade e ele não conseguiu controlar o suficiente para evitar um choque que o acabou por matar. Tal como o seu ídolo de adolescência, acabou os seus dias atrás de um volante, a fazer o que mais gostava.
Que ideia é que fico dele? Numa palavra, direi que foi demasiado bom para ser tosco. Esteve na Ferrari, o sonho de todos os italianos que conduzem carros de corrida, mas esteve numa altura em que não conseguiam vencer títulos, e quando teve a oportunidade, foi batido pelo McLaren de Alain Prost. Tive pena de não o ver numa outra equipa de topo ou em ascensão, e ficou para além do que devia na Formula 1. Mas a sua carreira nos Sport-Protótipos conseguiu de uma certa forma amenizar a ideia que alguns devem ter tido quando o viram a arrastar-se em máquinas como Arrows ou Larrousse. Em suma, foi um bom piloto.
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