sábado, 22 de janeiro de 2011

GP Memória - Argentina 1956

Mais de quatro meses depois da última corrida, em Monza, a Formula 1 partia para a nova época sem a presença omnipersente da Mercedes, que tinha decidido retirar da competição após o acidente das 24 Horas de Le Mans em Junho, matando mais de oitenta pessoas e causado indignação geral e imensas corridas canceladas ao longo desse ano.

Assim, a temporada começaria com a Ferrari e Maserati presentes em Buenos Aires. Mas a distância impedia que outros construtores, como a Gordini e a BRM, de participar na corrida argentina, e apenas treze carros estavam presentes na lista de inscritos. Na Maserati, havia as inscrições oficiais de Stirling Moss e do francês Jean Behra, para além dos argentinos Froilan Gonzalez e Carlos Menditeguy, do italiano Luigi Piotti e do brasileiro Chico Landi. Mike Hawthorn também corria num Maserati, mas a inscrição tinha sido feita pela BRM, que não tinha o seu modelo pronto a tempo para correr na Argentina. Outro Maserati inscrito tinha sido o uruguaio Alberto Uria.

Na Ferrari, que usava o modelo D50, construido inicialmente pela Lancia, tinha o campeão do mundo, Juan Manuel Fangio nas suas fileiras, e tinha como companheiros de equipa o italiano Luigi Musso, Eugenio Castelloti, o britânico Peter Collins e o belga Olivier Gendebien.

Nos treinos, os Ferrari foram os melhores. Numa grelha formada em 4-3-4-3, Fangio ficou à frente de Castelotti, Musso e Behra na primeira fila, enquanto que a seguir vinha o veterano Froilan Gonzalez, Carlos Menditeguy e Stirling Moss, e na fila a seguir estavam Mike Hawthorn, Peter Collins e a fechar o "top ten", o Ferrari de Olivier Gendebien, à frente de Chico Landi.

No dia da corrida, Moss sofre um incidente enquanto se preparava para entrar no seu carro. Uma das rodas passou em cima do seu pé e ficou debilitado, pois tinha sido o direito, aquele que costuma carregar no pedal do acelerador... na partida, Musso passa para a frente, mas cedo é passado por Gonzalez, que é pressionado por Menditeguy. Atrás, Fangio lutava contra um carro que tinha problemas mecânicos e arrastava-se pelo pelotão. Na volta 22, encosta definitivamente o seu carro nas boxes e a equipa chama Musso para que este ceda o seu carro para o piloto argentino.

Na frente, Gonzalez, Menditeguy e Castelloti lutavam pela liderança, mas pouco depois, Gonzalez abandona, com problemas de motor. Atrás, Fangio passa Behra, mas despista-se e perde tempo. Na volta 40, Castelloti tem a sua caixa de velocidades quebrada, e na volta seguinte, o mesmo acontece a Menditeguy, que era o lider. Moss herdou a posição, apesar das dores, mas depois começa a ter problemas devido a uma fuga de óleo e tem de ir às boxes.

Mais atrás, Fangio apanha de novo Behra e o passa, e tenta apanhar Moss, que tinha voltado à pista mas continuava a ter problemas com o seu carro, pois a fuga continuava a acontecer. Na volta 74, Fangio acede à liderança e vai-se embora facilmente do britânico, seu ex-companheiro de equipa na Mercedes. Pouco depois, Fangio comete um excesso a sai de pista, mas consegue controlar o seu carro. Quase ao mesmo tempo, o motor de Moss quebra e desiste.

Assim, Fangio só tem de levar o seu carro até ao fim e receber a bandeira de xadrez, conseguindo a vitória e a começar bem o campeonato. Jean Behra era o segundo, e Mike Hawthorn completava o pódio, a duas voltas do vencedor. Atrás, o italiano Gerino Gerini levava o seu carro até ao quarto posto, já que o brasileiro Chico Landi sentiu o peso dos seus então 47 anos. O belga Olivier Gendebien ficou com o último lugar pontuável.

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