Não se consegue dizer o que vai ser esta nova temporada do WRC, com os novos carros. Aparentemente, será mais equilibrado, com a Citroen ainda a desenvolver o seu modelo DS3 enquanto que a Ford, com o Fiesta, já tem um ano de vantagem sobre a construtora francesa. De fato, o C4 foi um carro dominador durante o tempo em que esteve na estrada, e nas mãos do aniversariante de hoje, Sebastien Löeb, lhe deu os últimos quatro títulos mundiais.
A amostra que tivemos no rali da Suécia indica que é muito cedo para se tirar conclusões sobre o novo Citroen DS3 e sobre o seu principal piloto, Sebastien Löeb. O aniversariante de hoje, contudo, tem muitos desafios pela frente, para além do carro novo. O seu novo companheiro de equipa, outro Sebastien, Ogier de apelido, já demonstrou ter estofo de campeão. E talvez seja o maior desafio interno que o piloto da Alsácia, antigo ginasta de competição, deve ter tido na sua carreira.
Os títulos que vem ganhando desde 2004 quase lhe deram uma aura de invencibilidade. Ele é o primeiro a saber que não é invencível, apenas é muito consistente e muito rapido em termos de resultados. As desistências contam-se por uma mão cheia, em sete temporadas, e dessas, somente me lembro de três acidentes: uma colisão em 2008, na Jordânia, com o Citroen privado do zimbabueano Conrad Rautenbach, um acidente na Acrópole em 2009 e outro na Polónia, no mesmo ano. E no último caso, voltou graças ao método Superrally, que lhe permitiu recuperar até ao sétimo posto final.
Mas sabe-se que essa invencibilidade irá acabar um dia. Talvez por isso já tenha dito que pondera a retirada de competição no final do ano. Provavelmente das duas uma: ou quer continuar a competir noutras competições como a Le Mans Series - afinal, foi segundo classificado nas 24 Horas de Le Mans em 2006 - ou então deseja sair da competição invicto, no topo, em vez de andar numa decadência do qual nem ele, nem os seus fãs gostariam que passasse. Penso que Löeb quer experimentar outras coisas, tem tudo a ver com ele. As pistas seriam um bom exemplo.
Quanto ao Mundial de ralis, apesar do sexto lugar na Suécia ser um mau resultado, é enganador. Não é bom no gelo, teve dois furos e foi o piloto que ganhou mais classificativas nesse rali. Provavelmente na semana que vêm, no México, iremos ver o alsaciano no seu melhor, caso não cometa excessos nem tenha problemas com o seu carro. Se sim, então teremos a ele como natural favorito a mais um título.
Joyeux Anniversaire, Sebastien!
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