De facto, a agitação no Médio Oriente está a estragar o calendário desportivo e automobilistico de 2011. Depois das agitações sociais no Bahrein, que levaram ao cancelamento do Grande Prémio, que seria a prova de abertura do Mundial de Formula 1, o Rali da Jordânia, quarta prova do ano, está em risco devido à agitação social... num dos seus vizinhos. A Siria, para ser mais exato.
O pais dos Assads tornou-se no mais recente de uma lista já longa, a agitar-se. Durante a semana, os confrontos em Deraa, no sul do pais, causaram mais de 75 mortos entre a população e as forças de segurança. Detenções e disparos indiscriminados na população fizeram com que as multidões saissem à rua num numero cada vez mais crescente, e já chegaram a Damasco. O regime já fez algumas promessas de reforma e abertura politica, bem como o fim do estado de emergência.
E porquê é que isto pode afetar uma prova noutro pais? Porque a Siria é a rota mais curta e menos trabalhosa para que os carros chegem à Jordânia e o rali possa ser realizado na data prevista, entre 14 e 16 de abril, nas margens do Mar Morto. Preocupados com a situação, as equipas reuniram-se de emergência esta noite, em Faro e a hipótese de um cancelamento puro e simples esteve em cima da mesa.
E o diretor da Citroen, Olivier Quesnel, defende isso: "Para mim, acho que passar por países com grandes problemas... não é pelo fato de que isso é perigoso, não acho que devemos correr enquanto eles têm esses grandes problemas, seria insensível e imoral. Eles [a FIA] podem decidir isso muito em breve, eles apenas têm de dizer que está acabado.", afirmou, em declarações captadas pelo site brasileiro Grande Prêmio.
Contudo, o delegado da FIA presente em Portugal, o finlandês Jarno Mahonen, afirmou cauteloso que a situação está a ser acompanhado para saber se as condições se mantêm nas próximas horas ou dias, antes de se avançar para qualquer decisão dessa natureza. "A decisão será tomada por nós. Claro que nós estamos investigando a situação. Parece tudo bem na Jordânia, mas nós estamos fazendo uma investigação sobre a Síria e teremos uma atualização nesta tarde", afirmou.
"Como organização desportiva, você não pode simplesmente cancelar um evento. Nós precisamos de evidências de que isso é inseguro e nós vamos discutir isso com as equipes", acrescentou.
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