Foi emocionante, em "maximum attack" e disputado ao milésimo. No final, o vencedor foi Sebastien Ogier, que conseguiu arrebatar na última classificativa do rali o primeiro lugar ao Ford de Jari-Matti Latvala... com a menor diferença de sempre de um rali: 0,2 segundos! Num rali encurtado devido aos problemas logisticos, numa prova disputada ao "sprint" e com classificativas grandes, ver este rali ser resolvido por pouco mais de meio carro é um feito que merece ser referido.
"Foi um dia incrível, tive de puxar ao máximo porque o Jari-Matti estava muito rápido e tive de forçar ao máximo. Tive de limpar a estrada esta manhã e era impossível andar mais rápido do que isto. Ganhei 28 pontos, foi o fim de semana perfeito", afirmou Ogier no final da prova, ainda surpreendido com o seu próprio tempo.
"Esforcei-me mesmo muito, cometi alguns erros e estou um pouco desapontado com isso. Mas dei o meu máximo, os pneus já estavam no limite. Se perder tenho de estar satisfeito na mesma", disse Jari-Matti Latvala, que mesmo derrotado por muito pouco, teve uma grande manifestação de desportivismo ao ser o primeiro a dar os parabéns a Ogier mal este cruzou a linha de meta.
Já Sebastien Löeb poderá não ter tido um grande rali. Batido por Latvala e Ogier, fez o melhor para minorar os prejuizos, mas não conseguiu mais do que o terceiro lugar final, com igual resultado no Power Stage. Contudo, Loeb considerou que foi um bom fim de semana: "Cometi um grande erro no início do troço e perdi quase dois segundos. 16 pontos é um bom resultado para o campeonato, sabemos que ser o primeiro na estrada como será o caso na próxima prova será difícil mas temos de dar o melhor. Fizemos o que pudemos neste fim de semana", referiu.
Depois dele ficou Mikko Hirvonen. Após ter sido prejudicado pelo fato de ter sido o primeiro a abrir a estrada e de ter tido problemas com a direcção assistida do seu carro, Hirvonen conseguiu um quarto posto, algo distante dos três primeiros e de ter lhe saído a "fava" no Power Stage. Mas como Löeb, minorou os estragos. Após ele ficou Matthew Wilson, que teve um interessante duelo com Kimi Raikonnen, que ficou resolvido a favor do britânico quando o finlandês furou perto do fim, e este teve de se contantar com o sexto posto. O argentino Frederico Villagra foi o sétimo, seguido do árabe Khalid Al Qassimi e do holandês Dennis Kuipers na classificação geral.
E este foi um rali histórico para o madeirense Bernardo Sousa, pois venceu na sua categoria, o SWRC, e conseguiu acabar o rali na décima posição final, conseguindo assim o seu primeiro ponto oficial na sua carreira. Numa demonstração sólida da sua performance ao longo do rali, que o tinha colocado no segundo lugar no final do dia de ontem, os problemas de motor por parte do lider, o qatari Nasser Al Attiyah, que o obrigaram a abandonar a prova, fizeram com que ele herdasse o primeiro posto e conseguindo assim a sua primeira vitória da categoria na sua carreira, apesar de ter tido problemas com a sua suspensão traseira antes do final da prova.
"No final correu tudo bem, conseguimos manter-nos na estrada e nas curvas para a esquerda tentámos ser mais cautelosos e distribuir melhor o peso. A minha primeira vitória no SWRC e por isso só posso estar muito contente", referiu Sousa aos microfones da World Rally Radio.
Agora, após quatro provas, o Mundial está ao rubro, pois os quatro primeiros classificados estão com oito pontos de diferença entre si. Ainda com a adição dos pontos da "Power Stage" este ano, onde os pilotos poderão acrescentar até mais três pontos em caso de vitória, a competição deste ano está enormemente equilibrada. E Sebastien Ogier, com esta segunda vitória consecutiva, mesmo arrancada "a ferros", é um piloto em alta e está desejoso de bater Sebastien Löeb antes que se retire. E ainda faltam nove ralis para o final da época...
O próximo rali acontecerá de 5 a 8 de maio na Ilha da Sardenha, e verá ali a estreia oficial dos Mini Countryman em competição, acrescentando mais uma marca à competição.
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