Sabia-se que mau inicio do campeonato para a equipa de Sir Frank Williams iria ter consequências, mais tarde ou mais cedo. Hoje soube-se dessas consequências, mas são decisões... "ao retardador", digamos assim. A equipa anunciou esta manhã que os engenheiros Sam Michael e John Tomlinson irão abandonar a equipa no final da temporada, enquanto que Mike Coulghan entra agora, como "estagiário", com o intuito de saber se será o substituto ideal de Michael ou de Patrick Head, o mitico engenheiro e braço direito de Frank Williams desde 1977, e que irá retirar-se de cena no final do ano.
Entretanto, soube-se que Adam Parr, outra das personalidades contestadas, assumiu a sua culpa no fracasso do inicio da época e pediu também a demissão, mas os acionistas maioritários - leia-se Frank Williams e Christian Wolff - não aceitaram. no comunicado de imprensa a anunciar as mudanças, Sir Frank Williams agradeceu a colaboração de ambos e afirmou: "A equipa tem agora oportunidade para se reagrupar e proceder às alterações necessárias, que permitiam à Williams regressar aos lugares cimeiros da grelha."
São muitas mudanças, de fato. Se para uns, esta noticia do Mike Coulghan pode ser boa para o dono da loja de fotocópias mais próxima da fábrica de Grove, tem de se entender também que o "periodo de nojo" já acabou, dado que os eventos McLaren/Ferrari aconteceram em 2008. Aparte a aparição na falhada hipótese da Stefan GP, de Coulghan nada tinhamos ouvido falar nestes últimos tempos. E isso pode ser uma faca de dois gumes: estando afastado de uma área de tecnologia de ponta como a formula 1, onde as mudanças são grandes e rápidas, será que trará uma mais valia? Provavelmente não, daí ele estar "à experiência" até ao final do ano.
Segundo fator de mudança: na China, um dos Williams já tinha sido batida pelo Lotus de Heiki Kovalainen. E como parece que o conjunto de Norfolk tem mais hipóteses de pontuar do que os de Grove, algo tinha de ser feito... e depressa. Provavelmente isto pode vir tarde demais para alguma mudança dramáttica nas performances e salvar a época, mas tinha de se fazer algo, e quanto mais cedo, melhor. E também se sabe que a equipa não anda satisfeita com as performances do motor Cosworth, que parece ser o menos potente dos três, e já lhes pediu um "upgrade" em Barcelona para resolver o assunto, dado que são eles os mais importantes clientes da estrutura anglo-americana.
Uma outra coisa que falei há umas semanas, quando escrevi o artigo sobre o mau inicio da equipa: a crescente influência de Christian "Toto" Wolff. Ao contrário de Frank Williams, que como sabem é tetraplégico e de saude frágil, Wolff é jovem, milionário e entusiasta. Creio que ele deve ter o mesmo espirito de Williams, e o próprio sabe que tem de largar um pouco o seu controlo. Aos poucos, Wolff toma conta, numa transição que parece suave, e nestas andanças, parece estar de olho em alguns ex-funcionários, especialmente Geoff Willis, que redesenhou o Hispania F111 e parece ser um chassis milagrosamente reconstruido. Se por algum acaso - ou não - a Hispania conseguir um resultado excepcional, Willis estará de volta às luzes da ribalta, e quem sabe, o regresso a uma casa onde foi feliz poderá ser uma hipótese.
A Williams tinha de mudar. Veremos se ainda virão a tempo de salvar a época para Rubens Barrichello e Pastor Maldonado.
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