A edição desta semana do Autosport - que curiosamente ainda não colocaram a capa online - tem alguns assuntos interessantes de serem colocados por aqui. Uma delas é, mais uma vez, escrita pelo Luis Vasconcelos, que provavelmente deve ser o unico jornalista português a andar no "paddock" da Formula 1 de forma permanente. E tem a ver com a Renault e aquilo que aparenta ser a sua lenta desagregação, apesar das declarações em contrário.
Assim sendo, achei por bem colocar aqui a reportagem na íntegra, isto numa altura em que Tony Fernandes aunnciou ontem que assinou um contrato com a General Eletric no valor de 30 milhões de dólares por temporada. Numa equipa que - sejamos honestos - ainda não conseguiu qualquer ponto. Em contraste, a Renault é quarta no campeonato de construtores, à frente da Mercedes, e não consegue arranjar patrocinios...
RENAULT EM DIFICULDADES
Divergências de opinião na forma de gestão estão a levar à saída de elementos-chave. O futuro complica-se para os lados de Enstone...
A situação da Renault F1 continua a complicar-se, apesar dos desmentidos e anuncios que continuam a chegar de Enstone. Mesmo que Eric Boullier admite que "tivemos alguns problemas de liquidez, mas esses já foram ultrapassados", e a equipa anunciou recentemente fortes investimentos em novas tecnologias, o que se vê no paddock é uma realidade diferente, com vários elementos importantes da equipa de saída e uma total ausência de novos patrocinadores nos carros.
Se no Mónaco a Renault tinha retirado os logotipos da Suncore por falta de pagamento, em Montreal a situação manteve-se, e segundos fontes próximas da equipa, a situação já está nas mãos dos advogados, pois a empresa americana continua a não pagar o que estava no contrato. Gerard Lopez voltou a passar alguns dias na Rússia, antes de voar para o Canadá, mas continua a ser impossivel aos homens da Genii encontrar novos patrocinadores naquele país, apesar dos resultados bastante razoáveis de Vitaly Petrov.
EQUIPA EM DESAGREGAÇÃO
Aliás, o relacionamento dos principais responsáveis da Genii Capital com alguns dos membros mais históricos da estrutura de Enstone é bastante mau, e no Canadá nos foi confirmado que Steve Nielsen, Diretor Desportivo da equipa há quase uma década, apresentou a sua demissão, depois do conflito com Boullier ter escalado durante o GP de Espanha, quando o francês decidiu contratar John Wickham para analisar o trabalho da equipa em pista, com vista a uma alteração na forma de atuar de escuderia.
Meses depois de Bob Bell ter trocado a Renault pela Mercedes, a saída de Nielsen não vai ajudar a estabilizar a equipa, pois o seu relacionamento com Alan Permane, o responsável técnico em pista, é excelente e em conjunto os dois homens trabalhavam extremamente bem. Também na fábrica se tem registado demissões, geralmente por diferenças de opinião com os homens da Genii. Desta forma, está a desagregar-se uma bela equipa que conseguiu excelentes resultados no passado, vendo-se chegar a Enstone caras novas sem experiência a este nivel, o que não augura um futuro brilhante para a equipa.
Acresce que, segundos fontes francesas, a Renault está muito desapontada como Gerard Lopez está a gerir a formação a que ainda dá o nome, pois alegadamente não terá recebido parte do pagamento que lhe é devido pela venda da equipa, além de estarem em dívida os valores pelo fornecimento de motores. Por isso, admite cortar o fornecimento dos seus V8 para 2012 e voltar a trabalhar com a Williams, deixando Lopez e a sua equipa condenados a uma mudança de nome que terá um forte impacto negativo a nivel financeiro e a comprar motores à Cosworth, com clara perda de competitividade.
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