Três semanas depois de Spa-Francochamps, máquinas e pilotos estavam a caminho do Canadá para a primeira de três etapas que a Formula 1 iria ter na América do Norte nesse ano. O paddock estava agitado com eventos exteriores ao automobilismo, mas que o tinham afetado. Se a Brabham tinha contratado Derek Warwick no lugar de Elio de Angelis, morto um mês antes, a Arrows tentava desesperadamente contratar alguém para o lugar do suiço Marc Surer, que tinha sofrido um grave acidente de carro no Rally Hessen, na Alemanha, onde o seu navegador Michel Wyder tinha morrido.
Após algum tempo, a Arrows tinha chegado a acordo com o alemão Christian Danner, que estava a correr pela Osella. Contudo, a equipa italiana queria ser compensada pela libertação do seu piloto e um acordo não tinha sido alcançado a tempo da corrida canadiana. Danner ainda andou um dia com o carro da Arrows, mas depois fez o resto do final de semana com o Osella, enquanto que a outra equipa alinhava com um carro para Thierry Boutsen.
No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi o Williams de Nigel Mansell, que conseguiu bater o Lotus de Ayrton Senna. Nelson Piquet ficou com o terceiro posto, seguido pelo McLaren-TAG Porsche de Alain Prost. O veterano René Arnoux era o quinto, na frente do segundo McLaren de Keke Rosberg, que conseguiu bater o Benetton-BMW de Gerhard Berger. Jacques Laffite, outro veterano, levava o seu segundo Ligier ao oitavo posto, e para fechar o "top ten" estavam os Brabham-BMW de Riccardo Patrese e de Derek Warwick.
Antes da corrida, o pelotão da Formula 1 já tinha sofrido uma baixa: o francês Patrick Tambay sofrera um acidente no "warm up" com o seu Lola-Ford e ferira-se no pé, ficando impedido de correr e não poder alinhar também na corrida americana, que iria acontecer dali a uma semana.
Quando esta começou, Mansell partiu na frente enquanto que Senna era segundo, aguentando um pelotão que estava atrás, tentando o ultrapassar. Com isso, Mansell afastava-se mais alguns segundos a cada volta que passava. Atrás de Senna, o resto do pelotão tentava fazer o melhor para o superar, como Rosberg, que partindo do sexto posto, começou por passar Piquet. No final da quinta volta, Prost passa Senna e na manobra, o brasileiro saiu mais largo e caiu para o sexto posto, atrás de Piquet e Arnoux.
Com isso, foram os McLaren que partiram na perseguição de Mansell, com Rosberg a passar o seu companheiro de equipa na volta 11 e ir atrás do britânico. Quatro voltas depois, conseguiu passar o piloto da Williams e a ficar com a liderança. Mas pouco depois, quando viu que o consumo de combustivel começava a ser muito, o veterano finlandês abrandou o ritmo viu Mansell aproximar-se.
Na volta 22, ambos estavam próximos um do outro quando se aproximaram de Alan Jones, que iria ser dobrado por eles no seu Lola-Haas. Quando Rosberg hesitou na manobra, o britânico aproveitou a ocasião para o ultrapassar e alcançar a liderança. Depois afastou-se, rumo a uma vitória sem mais contestação.
Algum tempo depois, Rosberg era pressionado por Prost e este o passou a meio da corrida. Pouco depois, o francês tinha problemas com uma das porcas e teve de ir às boxes substitui-la, caindo para o quinto posto, atrás de Piquet. A partir dali, Prost acelerou o ritmo e passou Senna, Piquet e o seu companheiro de equipa - que tinha de poupar combustivel - para chegar ao segundo posto.
Mas essa boa parte final da corrida tinha sido insuficiente para apanhar Mansell, que vencera a corrida sem problemas, seguido por Prost e Piquet. Rosberg foi quarto, na frente de Senna, e Arnoux ficara com o último lugar pontuável.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr426.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1986_Canadian_Grand_Prix
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