Depois de alguns anos em Paul Ricard, a federação francesa e o governo francês decidiram passar a sede do Grande Prémio para Magny Cours, um circuito modernizado para o efeito. O problema é que esse circuito ficava situado... "no meio de nenhures", em Nevers, no centro de França, sem instalações hoteleiras capazes de acolher pilotos, mecânicos e espectadores. Curiosamente, Nevers era onde se situava a sede da Ligier, e o então primeiro ministro, Pierre Beregevoy, tinha sido o "maire" da cidade e amigo pessoal de Guy Ligier...
Com uma escolha mais politica do que prática, seria mais do que óbvio que poucos gostaram da nova localização do GP de França. Enquanto alguns resmungavam essa decisão, outros tomavam outras atitudes, como a Footwork-Arrows, que livrava de vez os pesados e pouco potentes motores Porsche V12, trocando-os pelos Cosworth V8, na tentativa de escapar à pré-qualificação que iria ser reavaliada a meio da temporada, como sempre. E tinham motivos para ficarem preocupados, pois Dallara e Jordan já tinham marcado pontos, enquanto que eles e a Brabham, outra marca mítica, estavam ainda a zeros.
A Ferrari - que estreado um novo chassis no México - tinha o segundo carro para Alain Prost, depois de Jean Alesi ter usado o novo carro na pista mexicana, com alguns resultados. E se na pré-qualificação, os Jordan de Andrea de Cesaris e Bertrand Gachot não tiveram problemas em passar à segunda fase, já Olivier Grouillard conseguiu também continuar no final de semana francês, deixando de fora o Dallara de Emmanuelle Pirro, dado que J.J. Letho foi melhor.
E na qualificação, o melhor foi Riccardo Patrese, no seu Williams-Renault, demonstrando que com os problemas de juventude do conjunto chassis-motor resolvidos, era uma máquina competitiva. Alain Prost era o segundo, com a sua nova máquina, demonstrando que o novo chassis da Ferrari era um salto em frente. Ayrton Senna era o terceiro, seguido pelo segundo Williams de Nigel Mansell. Gerhard Berger era o quinto, no segundo McLaren, com o segundo Ferrari de Jean Alesi, na sexta posição. Os Benetton de Nelson Piquet e Roberto Moreno monopolizavam a quarta fila da grelha, enquanto que a fechar o "top ten" estavam o Leyton House de Mauricio Gugelmin e o Minardi-Ferrari de Gianni Morbidelli.
Os quatro piores da qualificação ficariam normalmente de fora da corrida, e desta vez, os infelizes contemplados com tal "fava" foram os AGS de Gabriele Tarquini e Fabrizio Barbazza, o Footwork-Arrows de Stefan Johansson e o Lotus de Mika Hakkinen. Iria ser a unca não qualificação do piloto finlandês da sua carreira.
Na largada, as coisas correram mal para Patrese, que se afunda no meio do pelotão, algo que é aproveitado por Alain Prost para herdar a liderança, seguido por Mansell, Senna, Berger e Alesi e os Benetton de Piquet e Moreno. Patrese cruzava a meta no décimo posto. Seis voltas depois, o austriaco da McLaren desiste com o motor partido, enquanto que na volta oito, Morbidelli tenta uma ultrapassagem arriscada sobre Piquet e falha, batendo no carro do brasileiro e fazendo com que o Leyton House de Ivan Capelli entrasse em despiste. Piquet seria o unico a continuar na corrida, mas muito atrasado.
Entretanto, na frente, Mansell aproximava-se de Prost e na volta 22, consegue ultrapassá-lo no unico sítio onde se podia fazer: no gancho Adelaide. As coisas continuaram assim até mais ou menos a meio da corrida, onde Mansell foi às boxes e foi mais lento do que Prost a trocar de pneus e assim, perdeu a liderança. Mas o britânico ofi atrás de Prost e em pouco tempo apanhou o francês e voltou a ultrapassar no mesmo sitio, mas por fora da habitual trajetória, numa manobra típica do "brutânico".
A partir dali, Mansell afastou-se o suficiente para conseguir a sua 17ª vitória da sua carreira e conseguir bater um recorde com trinta anos: o de ser o britânico com mais vitórias, um recorde que outrora pertencia a Stirling Moss. Prost foi segundo, enquanto que Aytron Senna teve de se contentar com o lugar mais baixo do pódio, cujos prémios foram entregues pelo presidente da República, Francois Mitterand. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o segundo Ferrari de Jean Alesi, o Williams de Riccardo Patrese - que pelo caminho conseguira a volta mais rápida - e o Jordan de Andrea de Cesaris.
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