quinta-feira, 14 de julho de 2011

GP Memória - Grã-Bretanha 1991

Quando a Formula 1 chega a Silverstone, palco do grande prémio britânico, vive-se a "Mansellmania": depois das quatro vitórias consecutivas para Ayrton Senna no inicio do ano, Nigel Mansell vence o GP de França, oito dias antes, e os locais encham-se de esperança para ver o seu amado "brutânico" vencer em casa e diminuir a desvantagem que tinha perante o lider, o McLaren de Ayrton Senna.

Entretanto, a pista de Silverstone tinha passado por obras profundas. De uma pista meramente de velocidade, que nunca tinha sido modificada desde 1950, algumas das zonas foram transfornadas em curvas de média velocidade, como acontecera com a sequência Maggots-Beckets-Chappel, como a mesma coisa fora feito na zona de Vale. Mas mais importante ainda foram as modificações feitas entre as zonas de Bridge e Woodcote. A essa nova zona de curvas fora dada o nome de Brooklands. Em suma, aquilo que perdera em termos de velocidade, ganhara em termos de curvas desafiadoras.

Não havia modificações no pelotão, embora algumas equipas viviam com a corda no pescoço, como a Brabham, pois havia duas equipas que estavam nas pré-qualificações e já tinham pontos, como a Dallara e a Jordan. E a Lambo-Modena, mesmo sem arranjar pontos, tinham também uma boa posição para sair do inferno pré-qualificativo. Nesse campo, em Silverstone, o Fondmetal de Olivier Grouillard, os Lambo-Lamborghini de Nicola Larini e Eric Van de Poele, e o Coloni de Pedro Matos Chaves já tinham ficado de fora desta corrida na pré-qualificação.

Quanto á qualificação própriamente dita, Nigel Mansell cumpriu as expectativas e fez a "pole-position", com Ayrton Senna logo a seu lado. Na segunda fila estavam os seus companheiros de equipa, respectivamente Riccardo Patrese e Gerhard Berger. A Ferrari monopolizava a terceira fila, com Alain Prost na frente de Jean Alesi, e o mesmo monopólio acontecia na quarta fila, mas desta vez com a Benetton, com Roberto moreno a ser melhor que Nelson Piquet. Para fechar o "top ten" ficava o Leyton-House de Mauricio Gugelmin e o Tyrrell de Stefano Modena.

Os quatro infelizes contemplados nessa qualificação britânica não eram novidade: os AGS de Fabrizio Barbazza e Gabriele Tarquini, o Ligier-Lamborghini de Eric Comas e o Arrows-Cosworth de Stefan Johansson. Para o veterano piloto sueco, seria a última vez que iria estar num carro de Formula 1 num fim de semana de Grande Prémio.

Na partida, Senna aproveitou bem uma má largada de Mansell, enquanto que mais atrás, Berger e Patrese tocavam-se na primeira curva e o austriaco colocava o italiano para fora da pista. Patrese ficava pelo caminho, enquanto que Berger regressava à pista, mas na quarta posição, superado pelo Benetton de Roberto Moreno, que arrancara muito bem de oitavo. Poucas curvas depois, na travagem para a Stowe, Mansell passa Senna e fica com a liderança, para depois se afastar rapidamente do piloto da McLaren.

À medida que as voltas passam, Mansell afasta-se de Senna, enquanto que Berger se aproxima de moreno para ficar com o terceiro lugar. O austriaco passou o piloto brasileiro para o terceiro posto antes deste se retirar com problemas com a caixa de velocidades, na volta 21, mas agora tinha de lidar com os Ferrari de Prost e Alesi nessa luta. As coisas ficam um pouco aliviadas para ele na volta 31 quando Jean Alesi bate no Larrousse de Aguri Suzuki, quando tentava dobrá-lo, obrigando ambos a abandonar. dez voltas depois, na volta 41, acontecia um grande susto quando Andrea de Cesaris bate forte na zona de Bridge e por muito pouco não é batido pelos carros de Satoru Nakajima, no seu Tyrrell, e o Ferrari de Alain Prost.

Mas por essa altura, Mansell estava inalcançavel e assim seria até à bandeira de xadrez, vencendo pela segunda vez nesse ano, e de forma consecutiva. E nem sabia nesse momento que Ayrton Senna tinha ficado sem gasolina e estacionado alguns metros antes da meta, em Woodcote. Assim, o segundo lugar ficara nas mãos de Gerhard Berger, com alain Prost a subir ao terceiro posto. Senna ficara com o quarto lugar, a uma volta do vencedor, enquanto que Nelson Piquet e o Jordan de Bertrand Gachot ficavam com os restantes lugares pontuáveis.

E enquanto comemorava a vitória pelo circuito fora, ao ver o seu rival na berma da pista, parou o carro e deu-lhe boleia até ás boxes, naquele que provavelmente era o gesto do dia. E um símbolo da maré que estava a mudar naquele campeonato.

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