Quando o pelotão da Formula 1 chega a Nurburgring, palco do GP da Alemanha, esta competição estava a chegar a um marco histórico: comemorava o centésimo Grande Prémio da sua história. E se por esta altura, o título de construtores estava entregue à Ferrari, o título de construtores ainda estava relativamente aberto, apesar de ser cada vez mais um assunto entre pilotos da marca italiana.
A Scuderia inscreveu quatro carros para o circuito alemão. Os três para os pilotos habituais, o alemão Wolfgang Von Trips e os americanos Richie Ginther e Phil Hill. Um quarto carro, modelo 156, era para o belga Willy Mairesse. Quem também tinha quatro carros no circuito alemão era a Porsche, com o americano Dan Gurney, o sueco Jo Bonnier e os alemães Hans Hermann e Edgar Barth. Para além desses quatro, ainda havia o carro do holandês Carel Godin de Beaufort.
A Lotus tinha cinco chassis na Alemanha: os dois oficiais, nas mãos de Jim Clark e Innes Ireland, mais os chassis de Stirling Moss, inscrito pela Rob Walker Racing, o da Scuderia Collona, do alemão Wolfgang Seidel e do suiço Michael May, a equipa Louise Bryden-Brown, que corre com o sul-africano Tony Maggs, e as inscrições privadas de Gerry Ashmore e Tony Marsh. Contudo, May tem um acidente na qualificação e o chassis não fica pronto a tempo da corrida.
Na BRM, Graham Hill e Tony Brooks estão presentes, enquanto Cooper tinha os pilotos oficiais Jack Brabham e Bruce McLaren. Brabham tem um novo motor no seu chassis, que espera poder melhorar os seus resultados. Mais pilotos alinham com chassis Cooper, como Lorenzo Bandini e Maurice Trintignant, com o motor Maserati da Scuderia Centro-Sud, John Surtees e Roy Salvadori, pela Yeoman Racing Credit, Ian Burgess pela americana Camoradi International, Jackie Lewis pela H&L Motors e a inscrição individual do francês Bernard Collomb.
Mais três chassis Cooper estavam inscritos na corrida alemã, para o italiano Renato Pirocchi e os britânicos John Campbell-Jones e Geoff Duke, o mítico piloto de motociclismo e um dos rivais de Surtees. Contudo, nenhum destes três pilotos alinha na corrida, e o mesmo acontece a Masten Gregory, cujo carro vai ser guiado por Burgess. Outra inscrição, a do suiço Piero Monteverdi, que construira um chassis próprio, a MBM (Monteverdi Basel Motoren) com motor Porsche, acaba por não participar.
Na qualificação, e com uma grelha de 4-3-4-3, Phil Hill acaba por ser o melhor, com um tempo abaixo dos nove minutos. 8.55,2 para ser mais exacto, e batendo por sete segundos o recorde anterior de Jack Brabham, que nessa qualificação foi segundo. A seguir estava o Lotus da Rob Walker, guiado por Stirling Moss enquanto que Jo Bonnier era quarto e fechava a primeira linha. Wolfgang Von Trips, o heroi local, era o quinto, seguido pelo Lotus oficial de Innes Ireland e o segundo Porsche de Dan Gurney. Jim Clark, no segundo Lotus oficial, era o oitavo, Tony Brooks era o nono, no seu BRM e Hans Hermann fechava o "top ten" com o seu Porsche.
Na partida, o asfalto estava ainda húmido devido à chuva que caira pouco antes, e Brabham sai melhor que Moss e Gurney, com Phil Hill a cair para o meio do pelotão, mas a sua liderança é de curta duração, pois se despista e abandona logo ali. Moss herda o primeiro lugar e segura os Porsches enquanto que Hill tenta recuperar os lugares perdidos. Consegue chegar à liderança ainda na primeira volta, mas Moss reage e passa o americano ainda antes de cruzar a meta pela segunda vez.
A partir dali, Moss não foi mais incomodado pelo resto do pelotão, enquanto que atrás, Von Trips ameaça o segundo lugar de Hill. A batalha foi longa mas no final o alemão levou a melhor, com o americano a ficar com o lugar mais baixo do pódio.
Quanto Moss cruzava a meta para receber a bandeira de xadrez, conseguia ali a sua 17ª vitória da sua carreira e a segunda do ano, depois de ter vencido o GP do Mónaco. Contudo, isso não era suficiente para incomodar no campeonato os pilotos que vinham atrás, Von Trips e Hill, cada vez mais os candidatos ao título e após a corrida alemã, separados por dois pontos. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Lotus oficial de Jim Clark, o Cooper da Yeoman pilotado por John Surtees, na frente do Cooper oficial de Bruce McLaren.
Agora o pelotão rumava a Monza, cujo Grande Prémio se realizaria dentro de cinco semanas, e cada vez mais tinha ares de ser decisivo.
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