Duas semanas depois de Monza, a Formula 1 chegava ao Autódromo do Estoril, palco do Grande Prémio de Portugal, e todos no paddock observavam atentos à luta a quatro pelo título mundial, pois a três corridas do fim, não dava sinais de abrandamento. Mas sabia-se que caso um deles escorregasse nesse final de semana português, as suas hipóteses de recuperação eram muito escassas.
A unica grande alteração no pelotão era o regresso do canadiano Alan Berg à Osella, depois de ter deixado o seu lugar em Monza para que o local Alex Caffi pudesse estrear-se na categoria máxima do automobilismo. E no paddock, havia outro tipo de anuncios: a Renault decidira que iria abandonar a competição, deixando de fornecer os seus potentes motores às três equipas presentes - Lotus, Ligier e Tyrrell. Na Ferrari, a equipa anunciava que o austriaco Gerhard Berger, piltoto da Benetton, iria fazer parte da Scuderia a partir da temporada de 1987. Quanto a Stefan Johansson, apesar de não haver nada oficial, falava-se que iria para o lugar de Keke Rosberg na McLaren.
Com o paddock ao rubro, no final das duas sessões de qualificação, Ayrton Senna faz uma "volta-canhão" nos últimos instantes desse treino a bordo do seu Lotus-Renault e consegue a "pole-position". Nigel Mansell era o segundo, no seu Williams-Honda, seguido por Alain Prost, no seu McLaren-TAG Porsche. O quarto era Gerhard Berger, no seu Benetton-BMW. Teo Fabi, o companheiro de Berger, partia da quinta posição, seguido por Nelson Piquet, no segundo Williams-Honda, e de Keke Rosberg, que corria no Estoril com o seu carro pintado de dourado e branco. Stefan Johansson era o oitavo, e a fechar o "top ten", na quinta linha, estavam o Brabham-BMW de Derek Warwick e o Ligier-Renault de René Arnoux.
Pouco depois, os quatro candidatos ao título alinhavam perante as câmaras de televisão e as objetivas dos fotógrafos, para registar para a posteridade o momento em que se vivia naquela altura, com quatro candidatos ao título mundial, sabendo que qualquer um deles poderia ser o campeão.
Na partida, Mansell largou melhor do que Senna e assumiu o comando, com Piquet a ser superado por Berger, mas a aguentar Prost. Nas voltas seguintes, o britânico afastava-se cada vez mais de Senna, enquanto que ambos abriam uma vantagem sobre o resto do pelotão. Mas algumas voltas mais tarde, na Recta Interior, Piquet conseguiu ficar com o terceiro lugar.
As posições ficaram relativamente congeladas até ao meio da corrida, altura em que começaram a colocar pneus novos nos seus carros, como fizeram Mansell e Senna. Contudo, Mansell continuava sólido e firme na liderança, enquanto que Prost conseguiu passar Piquet para o terceiro posto e apanhava Senna. O brasileiro da Williams fez um pião na volta 49, perdendo o contacto com os outros dois pilotos, mas continuou a atacar.
As voltas finais foram crueis para quem consumira demasiado. Teo Fabi ficara sem gasolina na última volta, mas o mais cruel foi Ayrton Senna, que tinha o segundo lugar mais do que garantido, mas nos metros finais, a falta de gasolina fez perder um pódio mais do que certo a favor de Alain Prost e de Nelson Piquet, ficando assim de fora da luta pelo título.
No final, Mansell tinha feito uma corrida impecável e mais, conseguira uma vantagem de dez pontos sobre Piquet, a duas provas do fim. Prost, o segundo, tinha agora 59 pontos, onze a menos do que o "brutânico", e tinha se ser muito bom nas duas corridas que restavam para ter chances no título. Depois dos quatro primeiros, os restantes dois lugares pontuáveis foram para os Ferrari de Michele Alboreto e Stefan Johansson.
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