Já durava há muito tempo - desde o GP do Brasil de 2010, com o Williams de Nico Hulkenberg - mas um dia tinha de acabar. Lewis Hamilton, no seu McLaren, conseguiu na Coreia do Sul quebrar o monopólio da Red Bull em 2011 e fez a sua primeira "pole-position" do ano.Contudo, na Coreia, depois de já terem ameaçado noutras provas ao longo do ano, e colocaram-se em muito boa posição para a corrida de amanhã, celebrando da melhor forma o grande prémio número 700 da equipa de Woking.
"É uma das primeiras coisas positivas que me aconteceram nos tempos mais recentes", disse Hamilton, que se mostrou pouco sorridente na conferência de imprensa, após a qualificação. De fato, é verdade: as polémicas com os outros pilotos, especialmente as batidas com Felipe Massa, o seu comportamento instável, ora a roçar o brilhantismo, ora o vulgar, fazem com que a sua estrela em 2011 esteja apagada, em claro contraste com Jenson Button, bem mais estável, no segundo lugar do campeonato, com três vitórias.
A qualificação foi a seco, num Yeongnam muito desértico nas bancadas - é o que dá organizar a corrida no meio de nenhures - e se na Q1 focaram os suspeitos do costume, acompanhados pelo Williams de Rubens Barrichello, na Q2 foi algo agrável ver os Force India a passaram para a Q3, à custa dos Toro Rosso que deram boa conta de si durante os treinos livres. E tão surpreendente quanto isso é ver Michael Schumacher de fora da Q3, ele que normalmente acontece o contrário, mesmo que na maior parte das vezes em que fica atrás de Nico Rosberg, consegue passar para a última fase.
Outro que não teve em grande forma foi o aniversariante Bruno Senna, que não só não não conseguiu levar o seu carro para lá, como ficou muito, mas muito distante do seu companheiro Vitaly Petrov, que foi oitavo. Pode ser que esteja a pagar algum impulso do inicio das suas corridas, ou então que o russo esteja a reagir ao susto que o sobrinho de Ayrton Senna provocou nas primeiras duas corridas em que estiveram juntos, mas que desta vez, as coisas por aquelas bandas modificaram-se em relação ao passado recente.
Mas voltando às primeiras filas, e ao Q3, viu-se que a Red Bull foi superada este ano e perdeu o seu monopólio nas "poles" em 2011. Talvez seja pelo fato do principal já ter sido conquistado e o ambiente seja agora mais descontraído, mas Hamilton conseguiu superar Sebastian Vettel em 222 centésimos de segundo e mais importante ainda, foi mais rápido que o seu companheiro de equipa em 306 centésimos de segundo.
O tempo de Vettel ainda esteve "sob escrutinio" durante algum tempo pelo fato de o bicampeão alemão ter cortado uma seção de pista após a sua primeira tentativa, entre as Curvas 3 e 4. Mas depois de análise cuidada, os Comissários Desportivos disseram que: "Tendo ouvido o piloto e a equipa, e tendo observado que o carro [número] 1 começou aquela que foi a sua volta mais rápida de qualificação com 17 segundos ainda no relógio, os Comissários decidiram que não houve qualquer ganho quando o carro 1 esteve fora de pista".
Mark Webber foi o quarto, completando o duopólio entre McLaren e Red Bull, relegando a Ferrari para a terceira fila, com Fernando Alonso na frente de Felipe Massa. Na quarta fila esteve o Mercedes de Nico Rosberg e o Renault de Vitaly Petrov, os últimos a marcarem tempo, pois os Force India não o fizeram, para pouparem pneus.
Em suma, parece que com a Red Bull a descontrair-se, talvez os McLaren queiram dar tudo por tudo para sairem da Coreia com uma vitória para comemorarem as suas 700 participações em Grandes Prémios. Veremos se na próxima madrugada vai ser assim, ou se Sebastian Vettel queira "lavar a honra" e queira vencer a corrida. Veremos.
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