terça-feira, 4 de outubro de 2011

Tio Bernie, sente a crise!

O aviso já vem de trás, muito de trás, mas Bernie Ecclestone até agora sempre podia contar com a Ásia e o Golfo Pérsico para que pudessem preencher as suas exigência cada vez mais mirabolantes para receber a Formula 1. Mas agora, neste 2011 que está a acabar e com a crise mundial em risco de se agravar, para além das agitações sociais nas Arábias, parece que até a Ásia começa a ter dificuldades em acompanhar os caprichos do anãozimnho octogenário. Mesmo que em 2010 as receitas terem chegado aos 1200 milhões de euros - dos quais ele fica com metade - os organizadores dos vários Grandes Prémios já disseram que ou baixa os valores para um nível razoável, ou então perferem abdicar da Formula 1.

E ainda por cima, isto acontece no mesmo momento em que as autoridades indianas colocam obstáculos enormes a Ecclestone, especialmente em relação aos vistos e aos impostos, tudo isto a acontecer a meras quatro semanas do paddock se instalar no subcontinente pela primeira vez na história...

PRESSÃO SOBRE ECCLESTONE

Bernie Ecclestone está a ter cada vez mais dificuldades em renovar contratos com os organizadores de Grandes Prémios que já estão no calendário, dada a sua insistência num aumento dos valores a cobrar, numa altura em que a economia mundial está de pantanas. Depois do governo de Singapura ter deixado claro que só vai discutir a renovação do contrato depois do final da edição de 2012 da sua corrida, da Malásia chegam noticias que dão conta dos organizadores da corrida de Sepang em renegociar o preço que pagam a Ecclestone, deixando claro que a situação do Sudoeste Asiático não é favorável a grandes investimentos.

Mas na Europa, a situação não é melhor, pois fala-se cada vez mais na possibilidade do GP de Espanha passar a alternar, a partir de 2015, entre Valencia e Barcelona, unica forma dos organizadores das duas cidades conseguirem equilibrar as suas contas. Acresce que o Nurburgring ainda não renovou o seu contrato atual, Spa não pode aceitar aumentos e Melbourne também tem o futuro da sua corrida em discussão, para se perceber que Ecclestone poderá estar, muito rapidamente, a colocar a fasquia tão alta que se arrisca a ficar fora do mercado.

Com as televisões também a tentar rever os seus contratos, pois estão a receber menos de publicidade e, por isso, não podem continuar a pagar mais de 40 milhões de euros por ano, como acontece com a BBC e com a RTL, por exemplo, o patrão da Formula 1 vai ter de encontrar fontes de receitas para não baixar os seus lucros que, recorde-se, ultrapassaram os 1200 milhões de euros em 2010...

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PROBLEMAS NA INDIA POR RESOLVER

Apesar dos organizadores do GP da Inidia terem garantido que iriam resolver os problemas relativos aos impostos que as equipas terão de pagar se participarem na corrida marcada para o final deste mês, ainda não existem garantias de que isso vá acontecer, deixando os responsáveis das equipas bastante preocupados.

Segundo a lei indiana, os participantes em eventos internacionais no seu pais terão de pagar impostos sobre os rendimentos, que neste caso incidiriam sobre 1/19 avos do seu rendimento total. Ou seja, pilotos como Alonso ou Hamilton, que ganham mais de 20 milhões de euros por ano, teriam de pagar impostos relativos a mais de um milhão de euros de rendimentos, no que poderia ascendar a uma conta perto de 350 milhões de euros. E as equipas, que chegam a ter rendimentos na cada dos 200 milhões de euros, teriam de pagar 3,5 milhões de euros, o que ninguém quer aceitar.

Por isso, Bernie Ecclestone está a tentar resolver a questão com o governo de Delhi, depois de os organizadores do Grande Prémio se terem deixado claro que não tinham meios para alterar a situação.

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