(...) Em Suzuka, a pré-qualificação estava bem reduzida, com a ausência da francesa AGS, que se tinha ido embora de vez da Formula 1. Mas a Coloni tinha feito o seu regresso, tendo conseguido arranjar um piloto, o local Naoki Hattori. No resto do pelotão, a Lotus voltava a contar com os serviços de Johnny Herbert, enquanto que na Leyton House, que estava cada vez mais apertado de dinheiro, decidiu dispensar os serviços de Ivan Capelli - que estava de saída para a Ferrari - e contratou o jovem austriaco Karl Wendlinger, que era piloto da formação da Mercedes nos Sport-Protótipos. E tal como tinha acontecido com Michael Schumacher, meses antes, a marca alemã pagou para que o austriaco pudesse ter a sua estreia na Formula 1.
(...) Estava um sol ameno de outono em Suzuka, no dia da corrida. Antes da largada, Piquet tem problemas e é obrigado a largar do último lugar. Quando foi dada a luz verde, Berger foi-se embora, enquanto que Senna segurava Mansell e Patrese, que conseguira passar Prost. Ao mesmo tempo que isso acontecia, o outro Ferrari de Jean Alesi desistia, vítima de do seu motor rebentado. Na volta seguinte, o Jordan de Andrea de Cesaris despista-se e causa uma carambola, levando consigo os Dallara de Emmanuelle Pirro e de J.J. Letho, bem como o carro do estreante Wendlinger.
Contudo, a corrida continuou e Mansell estava a pressionar Senna para que este cometesse um erro e o pudesse passar, para ver se tinha alguma chance de alcançar o título. Mas à entrada da volta nove, Mansell pisa a parte suja da pista e escorrega para a gravilha. A corrida do "brutânico" acabava ali, e nem precisava Senna terminar para comemorar o tricampeonato, pois este já era seu. (...)
Vai fazer vinte anos no próximo dia 20, mas para aproveitar o fato do Grande Prémio do Japão ser neste próximo final de semana, e tal como em 1991, se decidir por ali o título mundial, decidi colocar no Pódium GP o relato sobre o que acontecera. Uma corrida onde Ayrton Senna tinha tudo controlado, e dependia apenas de Nigel Mansell dar o seu melhor, à sua maneira: superá-lo ou acabar na gravilha. E foi esse último caso que aconteceu, dando um tricampeonato mais ou menos anunciado ao piloto brasileiro.
No final, Ron Dennis pediu a Senna para que abdicasse da vitória e oferecê-la a Gerhard Berger, seu companheiro de equipa, e que ainda não tinha ganho nada naquele ano. Assim foi, mas a reação desses dois homens foi mais de embaraço do que sorrisos, e consta-se que o austriaco não gostou da coisa...
A decisão do campeonato foi rápida (não comparando com a temporada de 1990 também no Japão). Não fosse a escorregada de Mansell, será que o inglês da Williams número 5 conseguiria ultrapassar Senna no decorrer da prova? Essa é uma de tantas perguntas que os amantes do automobilismo fica sem resposta definida. Lembrando que foi preciso apenas 9 voltas para ser decidido o campeonato de pilotos de 1991.
ResponderEliminarCom dificuldades de ultrapassá-lo e desgastando os pneus, a Williams rapidamente deveria ter feito jogo de equipe (como ocorreu no circuito de Monza) permitindo que Mansell fosse ultrapassado por Patrese (estava bem próximo), para que o italiano do Williams número 6 exercesse a pressão na McLaren número 1 do brasileiro.
Notas:
- essa foi a 2ª pole de Gerhard Berger na McLaren, a 8ª dele na carreira e pela 3ª e última vez na temporada de 1991 que ele largava na frente de Ayrton Senna;
- 65ª vitória do motor Honda na Fórmula 1;
- última prova de Alain Prost na Ferrari em 1991 e
- última vez que a Brabham pontuou na categoria com o 5º lugar (2 pontos) de Martin Brundle.