Se ontem falei dos "matusaléns" Michael Schumacher, Rubens Barrichello e Pedro de la Rosa, hoje vou concentrar num em particular, pois tem a ver com o regresso de um piloto à categoria máxima do automobilismo, ele que tem quase 41 anos de idade e passou grande parte da carreira como piloto de testes da McLaren. O regresso de De la Rosa e o seu ingresso na HRT por duas temporadas, faz parte dos planos que a Thesan Capital tem em relação à equipa, que o querem tornar cada vez mais espanhola.
E isso pode ser lido no blog do Joe Saward, que falava de um nome que por mais que se negue por parte do próprio, essas "negas" são muito pouco convincentes. E aqui fala-se de Alejandro Agag, patrão da equipa Addax, da GP2. É certo e sabido que Agag, genro de José Maria Aznar, ex-primeiro ministro de Espanha, tem ambições de Formula 1, mas não o quer fazer com o seu próprio dinheiro. E como este anuncio acontece precisamente um dia depois do Partido Popular, de Mariano Rajoy, regressar ao poder com uma passadeira vermelha estendida aos seus pés (obteve uma vitória absoluta, com 186 lugares, contra os 110 do PSOE) pode-se pensar que o novo governo espanhol terá um "dedinho" nesta aventura.
Isto porque a Comunitat Valenciana é do PP e foi a atual administração que negociou com Bernie Ecclestone para acolher a Formula 1 naquela aberração que é o circuito urbano da terceira maior cidade de Espanha. Uma cidade, diga-se, que tem nos arredores o circuito Ricardo Tormo...
Saward vai um pouco mais longe e diz que Agag tem intenções de vender a sua equipa para outro interessado com os bolsos cheios, para que, com esse dinheiro - e se calhar com os patrocinadores que tem consigo - financiar a sua aventura na Formula 1. E ele fala que quem poderia estar interessado na sua equipa Addax era nem mais, nem menos do que o ex-piloto Gerhard Berger, e que em tempos cuidou da Toro Rosso. Aliás, Agag vendeu há algum tempo a sua equipa de GP3 para a Trident.
Eu vou um pouquinho mais longe: como sabem, Luis Perez-Sala é também conselheiro na Thesan e na HRT, e é tio de Daniel Juncadella, piloto de Formula 3 que ganhou agora a corrida de Macau. Ora, ele tem como patrocinador a Astana, que investiu muito no ciclismo nos últimos anos, acolhendo espanhois. Nada desmente que Sala, que de uma certa maneira, está a ajudar o seu sobrinho da melhor maneira possível, o coloque na GP2 - na Addax, porque não? - e o apresente também como terceiro piloto da HRT em 2012, com direito a umas voltinhas no F111. E com o dinheiro dos cazaques. Neste momento pode ser especulativo, mas é lógico.
P.S: Cada vez mais se especula que a Toro Rosso irá largar ambos os pilotos no final da época, para colocar no seu lugar o australiano Daniel Ricciardo e o francês Jean-Eric Vergne. Se esse for o caso, só demonstra o tipo de pessoas que andam a cuidar do programa de desenvolvimento dos jovens pilotos da Red Bull. Ou por outras palavras, correr por ali pode-te garantir um lugar na F1, mas é um presente envenenado...
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