Ando desde ontem a ler a matéria do Autosport desta semana sobre a hipótese de Antonio Felix da Costa poder ir para a Formula 1 em 2012. Estava curioso de ler, depois da chamada de capa na segunda-feira à tarde. Depois de espreitar a matéria escrita pelo jornalista Ricardo S. Araujo, conseguindo ir para além do cartão de visita do piloto e seu respectivo palmarés - e de algum "whisful thinking" por parte do autor do artigo, diga-se - descobres que há substância nesta matéria. Mas para o encontrar, temos de ir ao canto inferior direito da matéria que cabe duas páginas inteiras. E do qual transcrevo para aqui:
"Nem António Felix da Costa nem Tiago Monteiro o confirmam, mas a Autosport sabe que uma das hipóteses em cima da mesa é uma ligação à Lotus Renault já em 2012 que permitira ao jovem português ser piloto de reserva na equipa de Raikkonen e Grosjean na Formula 1, competindo em simultâneo na GP2 na formação apoiada pela estrutura de Enstone. Segundo o que apuramos, das propostas que Felix da Costa e Monteiro receberam, a da Lotus-Renault é uma das mais atrativas, até porque o orçamento pedido é pouco superior aos dois milhões de euros atualmente necessários para uma época na GP2 Series.
Para o enviado especial do Autosport, Luis Vasconcelos, 'a ligação à Lotus Renault - suponho que com um espaço pequeno no R32 para o patrocinador principal e com direito a um dia de testes no final da temporada - poderia ser um argumento de peso para o António na procura de patrocinadores. E seria bom, porque lhe permitiria ver, por dentro, como funciona uma equipa de Formula 1, passar horas no simulador, trabalhar com os engenheiros e perceber melhor como tudo funciona. Por outro lado, ficarias dependente na escolha de uma equipa na GP2, que pode ser boa ou má'
Contudo, o acordo com a Lotus Renault até pode contemplar que a época da GP2 seja com a Ocean, de Tiago Monteiro, além de incluir testes privados e demonstrações de Felix da Costa com um F1, inclusivé em Portugal. Outra hipótese, menos provável, seria um regresso à GP3 ou mesmo a F3 com umas equipa de topo para lutar pelo título. Com Tiago Monteiro e o pai de Antonio, Miguel Felix da Costa, a tentarem reunir apoios, as próximas semanas serão decisivas para eventual entrada do jovem português na Formula 1 em 2012."
Quando li isto, pensava que era algo do qual nenhuma das partes iria afirmar algo, nem que fosse para as desmentir. Iria ficar em "águas de bacalhau". Contudo, não sabia ainda que o próprio Felix da Costa tinha confirmado essa hipótese numa mensagem na sua página oficial do Facebook:
"Olá a todos, é verdade, estamos muito perto mas ao mesmo tempo é preciso que as pessoas que realmente acreditam e apoiam estejam cada vez mais presentes e ajudem cada vez mais, falem, divulguem e vamos conseguir lá chegar. É preciso que Portugal apoie e mais do que nunca nesta fase de 'crise' o turismo e o desporto com os excelentes atletas que temos sejam usados para trazer alegrias a Portugal! LETS GO AFC#13"
Mais tarde, nessa noite, o meu amigo Gonçalo Sousa Cabral, do 16 Valvulas, entrevistou o seu irmão Duarte, que é piloto nos GT's, numa equipa nacional, e quando falou do seu irmão, deu mais alguns pormenores, não muitos. Afirmou que a ideia era de o colocar na Gravity Sports, a agência que cuida dos pilotos da Lotus-Renault e que teve este ano pessoal como o Bruno Senna, o Romain Grosjean, mas também personagens como o Jerome D'Ambrosio e o Ho-Pin Tung. Por um lado pode ser com, se for bem planeado, mas um entre muitos... é complicado.
Mas depois de ler tudo isto, chega-se a certas conclusões. Primeiro que tudo: Felix da Costa é seguido atentamente por boa parte do pelotão da Formula 1 desde há algum tempo. Essa observação aumentou depois de novembro de 2010, quando esteve no "rookie test" de Abu Dhabi, ao serviço da Force India, onde fez o terceiro melhor tempo e deixou Paul di Resta, então o terceiro piloto da marca, a mais de um segundo. Apesar de ter tido uma modesta temporada de GP3 em 2011 - só venceu uma corrida em Monza - os elogios continuaram. O Luis Fernando Ramos, o Ico, elogiou-o há cerca de um mês e meio quando o viu correr de kart em Abu Dhabi, comparando-o a Esteban Gutierrez, que agora é o terceiro piloto da Sauber.
Ainda por cima, na sua primeira corrida a sério na GP2, com o carro da Ocean, no mesmo Abu Dhabi, apesar de uma má qualificação, conseguiu levar o seu carro para o sétimo lugar final. E agora em Macau, fez uma qualificação espantosa, apesar de não ter acabado nenhuma das corridas devido a problemas mecânicos. Ou seja: basta "enxotar o azar" para que os resultados apareçam e as suas perspectivas de um lugar na elite se aclarem.
Ainda por cima, é auxiliado na sua carreira por Tiago Monteiro, que puxou os cordelinhos na Force India - que já foi Jordan, Midland e Spyker - para lhe dar a primeira chance ao "Formiga". E o seu plano inicial na GP2 é o de aprender a conhecer o carro na Ocean, a equipa do Tiago Monteiro. Provavelmente ao lado do holandês Nigel Melker, anunciado hoje como piloto da equipa.
Em suma: daqui a algumas semanas, veremos se Felix da Costa deu mais um passo rumo ao seu objetivo de vida. Boa sorte para ele!
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