O dia 4 do Rali Dakar de 2012 levou máquinas e pilotos de San Juan a Chilecito, ainda em paragens argentinas, numa especial de 426 quilómetros, 326 dos quais em especial cronometrada. E nos automóveis, o melhor do dia foi Stephane Peterhansel, que a bordo do seu Mini, conseguiu bater o argentino Orlando Terranova por cinco minutos e 19 segundos, e assim aproveitou para voltar a assumir a liderança.
Contudo, à chegada a Chilecito, Peterhansel parecia desejar o contrário: "Procurámos não correr riscos para não sermos surpreendidos e mantivemos um andamento constante do início ao fim. O MINI All4 Racing teve um excelente desempenho. Esta estratégia deu os seus frutos, no entanto em termos táticos preferia não ter vencido pois isso obriga-me a sair na frente amanhã, mas pelos vistos os meus adversários cometeram demasiados erros. Apesar de tudo estamos satisfeitos por regressar ao comando da prova, pese embora tenhamos consciência que há muito Dakar pela frente", afirmou.
De facto, a etapa foi marcada pelas cautelas e atrasos de alguns concorrentes, como os Hummer de Nasser Al-Attiyah, que ficou atascado a 40 quilómetros da final da especial, e de Robby Gordon, que o foi assistir.
Giniel de Villiers foi terceiro, no seu Toyota Overdrive, seguido dos Minis de Nani Roma e Krzysztof Holowczyc, com este a chegar a dez minutos e 51 segundos do vencedor, perdendo assim a liderança.
Em grande destaque esteve Carlos Sousa, que conseguiu levar o seu Great Wall Haval ao sexto posto da etapa, e subiu ao oitavo posto da classificação geral, a mais de meia hora de Peterhansel... e a um segundo de Nasser Al-Attiyah, que está à sua frente.
"Foi uma etapa bastante exigente e particularmente dura na sua fase inicial, onde preferi jogar pelo seguro para evitar furar, algo que tem sido recorrente nos dois últimos dias. Após alcançarmos um topo a quase 3.500m de altitude, fomos aumentando gradualmente o ritmo e acabámos por fazer aquela que é, para já, a nossa melhor etapa neste Dakar, após os pequenos contratempos sofridos nos últimos dias", resumiu o piloto português.
Já nas motos, Marc Coma foi o melhor ao longo do dia de hoje, batendo Cyril Despres por dois minutos e dois segundos e conseguiu aproximar-se mais um pouco da primeira posição da geral, ocupada pelo piloto francês da KTM.
Quanto aos motards portugueses, Hélder Rodrigues, no seu Yamaha, terminou esta classificativa na quarta posição, a nove minutos e um segundo do líder, e atrás do holandês Frans Verhoeven, na sua Sherco, embora não muito longe deste.
Em muito bom plano também esteve Paulo Gonçalves, que na sua Husqvarna adotou um ritmo forte na segunda metade da especial e terminou na quinta posição, a onze minutos e 18 segundos de Coma, e à frente do chilemno Francisco 'Chaleco' Lopez.
Ruben Faria, ainda com dores resultantes da sua queda no dia de ontem, não cortou a linha de meta até ao momento, tendo passado no CP6 a perder mais de 23 minutos, esperando-se ainda a chegada de Pedro Bianchi Prata.
Na geral, Despres mantém o comando, com oito munutos e dez segundos de avanço sobre Coma, ao passo que Heldér Rodrigues já ascendeu ao terceiro lugar da prova, a 26 minutos e 48 segundos, tendo tirado partido das dificuldades sentidas hoje por David Casteu e, também, por Francisco 'Chaleco' Lopez, com o chileno a perder mais algum tempo e a cair para o quarto lugar na geral, a 29 minutos e 50 segundos, enquanto que Casteu está a 30 minutos e 37 segundos do líder. Paulo Gonçalves surge na sexta posição, a 35 miniutos e 16 segundos, logo na frente do holandês Frans Verhoeven.
Entretanto, em Córdoba, os médicos afirmam que Sebastien Coué, o motard que foi socorrido na segunda feira devido a hipertermia, já saiu do coma e começa a falar com os médicos e a imprensa sobre o que aconteceu, do qual não tem qualquer memoria. "Não me lembro de nada", disse aos médicos, quando acordou do coma. "Não sabemos quanto tempo esteve ao sol, mas sabemos que na zona de Nihuil a temperatura deve ter atingido um máximo de 50 graus e é certo que o piloto esteve muito tempo ao sol, pois foram as altíssimas temperaturas que o colocaram no estado em que ficou. Está a recuperar, e ficou preocupado com a sua mãe.", revelou o médico que o assiste neste momento.
Amanhã, o Dakar continua, na última etapa em terras argentinas, de Chilecito a Fiambala, no total de 246 quilómetros, 177 dos quais em secção especial cronometrada.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...