A decisão desta terça-feira da BMW, na sua sede em Munique, era algo esperada, após o surgimento no final do ano das noticias sobre as tensões existentes entre a casa-mãe e a Prodrive. Murmuradas desde o final do ano, começaram a ser ditas de forma mais aberta na semana do Rali de Monte Carlo. A casa-mãe, a principio demasiado ocupada com o seu regresso ao DTM, decidiu depois que a melhor maneira de controlar os aspectos do desenvolvimento do carro seria de terminar o contrato com a Prodrive, depois desta ter falhado em alguns aspectos, como por exemplo, a questão do patrocinador, e depois, a saga da inscrição da marca na categoria M1, como construtora.
Contudo, a decisão de entregar o desenvolvimento à Motorsport Itália surpreendeu muita gente. Aliás, vendo as coisas no papel, parece um "samba do crioulo doido": A Motorsport Itália é rebatizada de Mini Team Portugal, e os seus pilotos oficiais são Armindo Araujo e o brasileiro Paulo Nobre. Um, bicampeão da Produção em 2009 e 2010, e com uma limitada experiência com o WRC, e o segundo, um apaixonado pelos ralis, com 43 anos de idade e que na Suécia vai fazer o seu terceiro rali da sua carreira na categoria principal.
A equipa fica agora com estatuto de M1, ou seja, vão a todos os treze ralis do campeonato, tem quilometragem ilimitada e igualdade de tratamento com a Prodrive e Dani Sordo. E então, porque é que a BMW não ficou com Sordo e o britânico Chris Meeke? Simples, os contratos que estes pilotos assinaram foi com a Prodrive e não com a casa-mãe. E como a Prodrive está a alugar o segundo carro à melhor oferta - Patrik Sandell guiará o segundo carro na neve sueca - muito provavelmente Meeke ficará apeado esta temporada, para seu natural desgosto.
E o que é que isto significa para o futuro da BMW, e da Mini? Bom, primeiro que tudo, o carro estará homologado até 2018, o que pode dizer que eles poderão, à partida ficar no WRC até lá, ou então, como alguns adoram vaticinar, ir embora no final do ano, "com o rabo entre as pernas". Não acredito muito nisso pelo simples fato da Volkswagen ir entrar "com tudo" em 2013, o pode significar também que a BMW queira ter o assunto entre mãos para poder combater com a VW nas classificativas um pouco por todo o mundo. E como a Prodrive tinha uma autonomia quase total no projeto, talvez eles queiram ter agora um maior controlo nas fases de desenvolvimento do modelo. E a Motorsport Itália seria o parceiro ideal para isso.
A não ser que a "Chairman of the Board" de Munique seja toda mentecapta... não acredito numa retirada de cena no fim de 2012.
A não ser que a "Chairman of the Board" de Munique seja toda mentecapta... não acredito numa retirada de cena no fim de 2012.
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E quanto ao Paulo Nobre, digamos que este palmeirense do coração (é um dos vice-presidentes do clube) deve estar feliz da vida por ter aparecido uma oportunidade destas. Esteve no lugar certo, na hora certa, e vai gozar o momento. E mais logo, o WRC arranca nas frias paragens suecas, o primeiro rali da nova roupagem da Mini.
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