No meio de tantas apresentações e novidades, houve uma efeméride que nos ia escapando, mas uns, mais avisados, lembraram-se. hoje faz um ano que Robert Kubica teve o seu grave acidente, no Rali Ronda di Andora, em Itália, quando embateu num guard-rail com o seu Skoda Fabia S2000 e este entrou carro adentro, causando ferimentos horriveis em todo o seu lado direito, destruindo a sua mão, cotovelo, braço, perna, joelho e tornozelo.
Foram ferimentos horríveis, que o colocaram no limiar da vida. Muitos temeram que não sobrevivesse, outros disseram logo, sonelemente, naquele dia, que a sua carreira automobilistica tinha acabado. Não iria guiar mais um Formula 1, não iria guiar mais nada competitivo, nada. Foi operado várias vezes, para reduzir as fraturas, para reparar ossos e nervos danificados, tendões, etc, numa reconstituição complexa, mas o mais completa possivel. Lentamente, Robert Kubica foi se reconstituindo e reaprendendo a andar, a correr, a conduzir um carro do dia-a-dia.
Após um ano de muita terapia e algum retrocesso - escorregou no gelo há cerca de três semanas e fraturou a tíbia - Kubica está quase curado. Muitos continuam a jurar que a sua carreira na Formula 1 acabou, apesar de aplaudirem a sua recuperação como ser humano. Não sei se essa gente vê o Robert Kubica todos os dias, falam com ele para saber como andam os seus parafusos, se o cotovelo já voltou ao seu lugar. Francamente, para falar dessa maneira, tem de ter conhecimento de causa, e se não têm, valem tanto como uma nota de um euro (não existe, só há moedas)
Francamente, quero vê-lo dentro de um carro, num simulador, e ao vivo. Quero ver do que é capaz, se consegue voltar a ser competitivo, após este tempo todo. Não sou cirugião, mas sei que a medicina evolui e seu que evoluiu bastante nos últimos 20 anos, desde o acidente de Alessandro Nannini, onde ficou com um braço decepado e sucessivamente reimplantado. Recuperado parcialmente dos seus movimentos, pode não ter mais regressado à Formula 1, mas continuou a ter uma carreira competitiva nos anos a seguir, nos Turismos. Se no final disso tudo Robert Kubica não for capaz de regressar à Formula 1, então muito bem. "Colocar o caixão à porta" da sua carreira e tratá-lo como um coitadinho, acho que é demasiado cedo, para não afirmar que é uma tremenda falta de bom gosto.
Pelo que me contam de Robert Kubica, ele é uma pessoa determinada. E só por aí vale metade da recuperação, dizem muitos dos entendidos. Sendo um homem de muita fé, vindo do país de Karol Woytila - que o resto do mundo conheceu como Papa João Paulo II - para além de ele já ter passado por Formula 3, para não esquecer os eventos de Montreal em 2007, onde podemos dizer que, mais do que um espectacular acidente, é o triunfo da engenharia moderna, temos de ter esperança no melhor em Robert Kubica. E se - espero eu e todos os que gostam do piloto - ele poder voltar a um carro competitivo e vencer, então diria que seria o completar de um circulo. De como foi ao Inferno e voltou como novo.
Eu tenho de acreditar nisso, mesmo que todos digam que é irrealista.
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