sábado, 17 de março de 2012

Formula 1 2012 - Ronda 1, Austrália (Qualificação)

A sensação de que as coisas iam ficar equilibradas pairava no ar depois das duas sessões de testes que a FIA permitiu na pré-temporada. E que o "baralhar e voltar a dar" ficou algo reforçada após as duas sessões livres, embora indiquem muito pouco, dada a capacidade de as equipas esconderem o jogo. A qualificação é mais verdadeira, porque ali tem de se dar tudo, se quer ser alguém na grelha da Formula 1. E muitos falavam que a McLaren era a favorita.

Confirmou-se: a equipa de Woking conseguiu o monopólio da primeira linha, com Lewis Hamilton a ser melhor do que Jenson Button. Mas o mais surpreendente é o terceiro posto de Romain Grosjean, no seu (agora) Lotus-Renault, com o velho Michael Schumacher, confiante no alto dos seus 43 anos, a seu lado no Mercedes W03. Ambos ficaram na frente do Red Bull do campeão do mundo, Sebastian Vettel. Nico Rosberg foi sétimo, seguido do Williams-Renault de Pastor Maldonado, que andou muito bem nesta qualificação. A fechar o "top ten" ficaram o Force India do alemão Nico Hulkenberg - um bom resultado após um ano de ausência - e o Toro Rosso de Daniel Ricciardo.


No final, todos andavam felizes com McLaren, e um pouco vingados. Porque foi a unica equipa que não colocou o feio ornintorrinco no seu nariz, e porque por fim, Adrian Newey não desenhou este ano um carro arrasador, como foi o RB7. E claro, como há vencedores, também há vencidos. Se Kimi Raikkonen teve uma má qualificação, com o seu 19º posto (18º, com a penalização do Sauber de Sergio Perez), não passando da Q1, resultado dos problemas na sua coluna de direção que teve no final de semana, já os Ferrari, com o 12º posto de Fernando Alonso e o 16º tempo de Felipe Massa, demonstraram que todos os seus receios na pré-época se concretizaram. 

A Scuderia, que toda a gente exige que seja campeã do mundo todos os anos, poderá ter construído um mau chassis, do qual irão debater durante toda uma temporada para conseguir chegar à Q3. O - ressuscitado - Ivan Capelli (o blogueiro, não o piloto) já deu um nome a isto: "fiasco rosso". E a sensação de que isto vai ser como em 1992 paira no ar...


Para finalizar, os Hispania, ou HRT, se perferirem. Não rodaram o novo chassis nos testes, como seria de esperar. Fazer "shakedowns" numa qualificação de Grande Prémio pela terceira vez consecutiva pode já parecer sinal de que a equipa é mais uma farsa do que outra coisa qualquer. A HRT não é a Andrea Moda, é certo, mas numa era de alto profissionalismo, ver carros a serem dois segundos mais lentos do que os Marrussia não é um bom cartão de visita, e não faz bem aos egos de um veterano como Pedro de La Rosa ou o indiano Narain Karthikeyan. Apesar de todas as desculpas possíveis, com as mudanças que a equipa teve no inverno, com os novos donos, e das dificuldades em montar os "chassis" novos. E claro, ter tempos acima dos 107 por cento resulta nisso mesmo: não alinharão na corrida de amanhã.

Como é óbvio, esta é apenas a primeira qualificação do ano. A corrida mostrará mais, na próxima madrugada. E aí veremos até que ponto esta primeira qualificação tem um fundo de verdade, e se isto será a tendência das próximas corridas. Direi eu que ainda não há uma tendência... e duvido que haja alguma até à chegada da Formula 1 à Europa.

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