Agora faltam seis dias para o começo da temporada. A maior parte de nós olha para isto com alívio, pois já vê um fim às noticias sobre as especulações de piloto A e piloto B, sobre se equipa A vai ou não correr, e também se a equipa C tem o difusor tal qual como nas regras ou não, ou então, que os tempos da equipa D, feito no circuito tal e tal, num teste todo XPTO, se são verdadeiros ou artificiais. Ou então, "o motivo de conversa numero um", os bicos de pato das frentes dos carros de Formula 1, limitados por motivos de segurança e do qual apenas McLaren e Marrussia escaparam.
As expectativas estão altas para toda a gente, todos têm esperanças, umas maiores do que as outras. A Red Bull espera que o RB8 seja tão bom como o anterior, a McLaren e a Ferrari querem bater a Red Bull, a Mercedes e a nova Lotus querem aproximar-se das equipas da frente, a Sauber e a Force India querem ser "a quinta equipa", com o velho indiano a ver como é que vai gerir a equipa, quando a sua companhia aérea está a ir pelo cano abaixo, numa morte lenta. A Toro Rosso quer sair da sombra de ser a "equipa B" ou "equipa Junior" da Red Bull, enquanto que a Williams quer recuperar o prestigio perdido, com um Frank Williams cada vez mais reformado, e a Caterham, bem como a HRT e a Marrussia, ex-Virgin, querem ver se marcam os seus primeiros pontos da sua carreira.
E se falo das equipas, falo dos pilotos. As expectativas são também altas. Veremos mais do mesmo, com Sebastian Vettel a correr imparável, rumo a um terceiro título? Erguendo aquele dedo indicador que certamente boa parte dos fãs de Jenson Button ou Lewis Hamilton o deseja cortar? E será que Hamilton esquece a Nicole "pussycat" Scherzinger e se concentre no carro e vença corridas, batendo Jenson Button naquele duelo pessoal entro da equipa de Woking? Ou vai perferir posar mais uma vez para a GQ, tentando esquecer os maus resultados em pista?
E a Scuderia Ferrari? Será que vão dar a volta ao resultado com o seu carro novo ou Fernando Alonso, o "Principe das Asturias" desabafará as suas mágoas via Twitter, desafiando o "blackout" imposto por Maranello? E Felipe Massa? Ganhará o suficiente para uma "time extension" na marca e fazer com que os brasileiros sorriam e acorram em massa às televisões, aturando os gritos de Galvão Bueno no seu ufanismo "É DO BRASIL-IL-IL-IL!!!" que faz sorrir o cidadão comum, no seu domingo de manhã?
Ainda não há respostas as essas perguntas. Como não há respostas para saber se voltaremos a ver os fogachos do quarentão Michael Schumacher ou do regressado Kimi Raikkonen. Teremos em 2012 seis campeões do mundo, e certamente Bernie Ecclestone está contente por ver que o seu espectáculo está mais rico do que nunca. E aparenta não parecer perturbado com as tempestades no horizonte, com as duras negociações do Acordo de Concórdia com uma FOTA desmembrada, ou então a agitação social no Bahrein, que a cada dia que passa, e à medida que se aproxima do famigerado 22 de abril - falta 40 dias - promete voltar às primeiras páginas. Para não falar dos custos cada vez mais elevados, que fazem fugir os promotores dos circuitos, que agora descobriram as armadilhas do qual cairam.
Tudo indica que a temporada de 2012 não será o aborrecimento de 2011. Veremos Vettel a espetar o dedo menos vezes, veremos provavelmente mais McLaren e Ferrari, poderemos ver uma surpresa aqui e ali, veremos pistas com chuva no dia da corrida, veremos carambolas e asneiradas na box, veremos erros que ditarão corridas. Enfim, tudo aquilo que gostamos de ver na Formula 1. E é por isso que adoramos ver, muitas vezes até nos levantamos de madrugada e ainda com o pijama vestido, ligar a TV ou o computador e ver a ação a decorrer. Adoramos isto, o que se há de fazer?
Que comecem as corridas. E que seja uma grande temporada.
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