Um dia depois da FIA ter confirmado a realização do GP do Bahrein, indo contra todos os protestos das habitantes locais, e dos relatos de de que as autoridades policiais reprimem os protestos, a Amnistia Internacional criticou fortemente o governo barenita por estes divulgarem uma imagem internacional que está longe da realidade, usando o prestigio e a reputação da Formula 1.
"Nos meses recentes, as autoridades bareinitas ficaram mais preocupadas em reconstruir sua imagem e investir em relações públicas do que em introduzir direitos humanos reais e reformas políticas no país", começou por afirmar a Amnistia Internacional no seu comunicado.
"De fato, para as autoridades, há muito em jogo. Eles querem pintar o Bahrein como um país estável e seguro para protelar as críticas internacionais. Mas enquanto o país se prepara para receber a Formula 1 de 20 a 22 de abril, depois do evento ter sido cancelado no ano passado em resposta à instabilidade, protestos antigoverno diários continuam a ser violentamente suprimidos pelas tropas de choque, que usam gás de forma imprudente e com resultados fatais", assinala o documento.
E continua: "Sediar o GP do Bahrein em 2012 tem o risco de ser interpretado pelo governo como o simbolismo de que as coisas estão voltando ao normal. A comunidade internacional não pode virar as costas para a crise dos direitos humanos no país. O governo precisa entender que suas medidas vagas não são suficientes. Um progresso substancial em reformas reais nos direitos humanos é essencial", exigiu a organização, aediada em Londres.
As declarações da Amnistia Internacional foram rechaçadas por Bernie Ecclestone, o patrão da Formula 1. Em Xangai, onde está para assistir ao GP da China, pinta um quadro diferente: "Todos estão felizes. Nós não temos nenhum problema. É um problema discutido pela mídia. Eles não têm ideia do que está acontecendo. Esse é o problema", começou por responder, culpando a imprensa internacional pela agitação existente neste momento.
"Essa corrida está no calendário, e tem estado por um bom tempo. E nós estaremos lá. Todas as equipas estão felizes por irem lá. A autoridade desportiva nacional vai nos manter informados do que está acontecendo. Não há nada acontecendo. Eu conheço gente que mora lá e está tudo muito quieto e muito pacífico", finalizou o dirigente.
Deixem-me perguntar a vocês: em quem é que vocês confiam?
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