Para uns, é a Britney Spears. Para outros, é "viadinho", porque há muita gente que não consegue acreditar que aquele piloto com cara de menino seja "macho". Mas a partir de hoje, Nico Rosberg tornou-se no 103º piloto a entrar na galeria dos vencedores, e igualou os feitos da familia Hill e da familia Villeneuve: tornou-se no terceiro filho de piloto de Formula 1 a vencer uma corrida, o segundo filho de campeão do mundo a vencer. E também se tornou no terceiro vencedor diferente nestas temporada de 2012, demonstrando a existência de um grande equilíbrio no pelotão da Formula 1, onde os mais regulares são os que lideram.
Mas a história das 56 voltas do GP da China, disputado sobre condições nebulosas, mas não chuvosas, começou com Rosberg a conseguir fazer um bom arranque, com Schumacher a tentar aguentar o resto do pelotão. A Mercedes, nas primeiras voltas, começou a mostrar que iriam ficar numa boa posição, melhor do que Red Bull e McLaren, fazendo as suas corridas. Mas após a primeira paragem, veio a catástrofe para Michael Schumacher: o mecânico que tratou da roda frente-direita não apertou devidamente a porca e o veterano alemão desistiu depois de algumas centenas de metros, quando a roda começou a ameaçar sair do seu lugar.
Após isso, as atenções voltaram-se para o pelotão, onde andaram todos muito juntos. Muito juntos mesmo! As ultrapassagens, com ou sem a ajuda do DRS - Lewis Hamilton encontrou um cantinho na Curva 6 para fazer as suas ultrapassagens - faziam aumentar as emoções para aqueles que viam ao vivo e na TV, e não podiam sair muito da linha, pois as grandes bolas de borracha, largadas pelos pneus, faziam com que os carros escorregassem muito, o que num pelotão compacto, era a "morte do artista".
Mas no meio, houve momentos para a câmara: as travagens violentas de Sergio Perez, defendendo as suas posições, o vôo de "Air Webber" à entrada na grande reta - o terceiro da sua "nova carreira" - e claro, as lutas taco-a-taco na saída das curvas. E com isso, mais as constantes idas às boxes, fizeram com que com dois terços da corrida, Kimi Raikkonen esteve em grande posição para ir ao pódio, depois de Jenson Button ter tido uma segunda paragem nas boxes que foi um desastre.
Mas a borracha dos pneus de Kimi acabou e ele foi passado pelo resto do pelotão. Até parecia que estava a ser o "Tampax" de tanta gente, pois até ao décimo posto, andavam todos absolutamente juntos. O finlandês depois arrastou-se até ao 14º posto final, demonstrando que a estratégia não resuiltou. Foi pena.
Na Ferrari, parece que depois da Malásia, voltou a "normalidade" ou seja, Fernando Alonso a dar o seu melhor num carro totalmente mau, conseguindo o nono posto, ficando até atrás dos Williams-Renault! Felipe Massa, apesar de uma estratégia diferente, com pneus duros e menos paragens, que lhe permitiu andar pelos lugares na frente, continuou a não conseguir terminar nos pontos, sendo apenas um pálido 13º colocado. Não vão longe, os Ferrari... e continuam a depender de Alonso para pontuar.
No final, com uma enoorme diferença - mais de 25 segundos! - Nico Rosberg rolou tranquilo até à meta, conseguindo voltar a colocar a Mercedes no livro dos vencedores, 57 anos depois de Juan Manuel Fangio ter feito isso no GP de Itália de 1955, a última corrida da marca antes de se retirar da competição. Jenson Button foi segundo e Lewis Hamilton o terceiro, tendo conseguido bater os Red Bull de Mark Webber e Sebastian Vettel. Um pódio prateado.
Mais atrás no pelotão, houve mais motivos para comemorar: Romain Grosjean por fim chegou ao final, com um sexto posto, na frente dos Williams de Bruno Senna e Pastor Maldonado, e parece que o brasileiro, em termos de resultados, está a ser melhor do que o petro-venezuelano. E Frank Williams deverá estar a sorrir... e por fim, a Sauber consegue um prémiozinho: Kamui Kobayashi conseguiu a volta mais rápida da corrida, sendo o segundo japonês a consegui-lo, depois de Satoru Nakajima, no GP da Austrália de 1989.
E com Stirling Moss... perdão, Nico Rosberg e Norbert Haug no pódio - já deveria ter saudades... - com os McLaren a festejar, cumpre-se o preceito: vence-se no domingo, vendem-se mais taxis na segunda-feira. Pode ser que em Estugarda se pense duas vezes em se retirar da competição no final de 2013, pois parece que as melhorias no projeto de Ross Brawn começam a ser evidentes.
E a partir daqui, a Formula 1 irá se meter na boca do lobo, graças à teimosia dos seus dirigentes. Boa sorte para todos eles.
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