Hoje em dia, todos o conhecem como um dos dirigentes da Red Bull e descobridor de talentos de pilotos como Gerhard Berger e Sebastian Vettel. Mas só os que conhecem melhor é que sabem que este homem, que hoje comemora o seu 69º aniversário natalício, foi também piloto. E dos bons. Colega de escola de Jochen Rindt, só apostou a sério no automobilismo depois de se licenciar... em Direito. Venceu as 24 Horas de Le Mans, numa das vezes em que venceu com o modelo 917, e fez dez corridas de Formula 1 até que um acidente em Charade o fez cegar de um olho e terminar abruptamente a sua carreira de piloto. Nesta sexta-feira, falo sobre Helmut Marko.
Nascido a 27 de abril de 1943 na
cidade de Graz, na Áustria, Helmut Marko começou a correr a meio dos anos 60,
acompanhando o seu companheiro de escola, Jochen Rindt. Contudo, ao contrário
de Rindt, que se empenhava a tempo inteiro e chegou cedo à Formula 1, Marko fazia-o nos tempos livres,
enquanto estudava Direito, tendo concluído o curso de 1967, aos 24 anos. A
partir daí, começou a dedicar-se ao automobilismo a tempo inteiro, começando
pelas corridas de Endurance. Ao serviço da Porsche, começava a dar nas vistas
em provas como os 1000 km
de Nurburgring e a Targa Florio.
O seu primeiro momento alto acontece em 1971. Ao lado do holandês Gijs
Van Lennep, leva um modelo oficial do Porsche 917 com as cores da Martini até ao primeiro lugar nas 24
Horas de Le Mans, cobrindo a maior distância até então: 5335 quilómetros ,
uma distância que só seria batida em 2010. O que nem ele, nem Van Lennep sabiam era que aquele carro era feito de magnésio, um material muito leve, mas também muito volátil. Para terem uma ideia: no ano anterior, Piers Courage tinha morrido em Zandvoort quando o seu De Tomaso foi pasto das chamas após uma colisão.
Nesse mesmo ano, Marko começava a
correr na Formula 1, na pista de Nuirburgring, com um McLaren da Ecurie
Bonnier. Contudo, a sua experiência é de curta duração, pois ele fica sem combustível na sua primeira volta lançada e zanga-se com o patrão, Jo Bonnier. Quinze dias depois, na Austria, paga para correr na BRM, tal como faz um compatriota seu chamado Niki Lauda. Mas ao contrário dele, Marko fica e faz as quatro
últimas corridas do ano, sem contudo pontuar.
No ano seguinte, continua na BRM
como piloto pagante, enquanto corria a Targa Florio pela Alfa Romeo. Apesar de
temer pela sua segurança, devido ao facto de tentar recuperar vários segundos
de atraso sempre no limite nas tortuosas estradas sicilianas, conseguiu a sua melhor volta da corrida, que é atualmente o recorde
da prova, fazendo o circuito de 78 quilómetros em 33 minutos e 41 segundos.
Em paralelo, Marko continuava na
BRM, com resultados crescentemente melhores. No GP de França, que nesse ano era
em Clermont-Ferrand, Marko conseguia o sexto posto na grelha e tinha pela primeira hipóteses
reais de pontuar num Grande Prémio. Contudo, na oitava volta da corrida, quando rolava na quinta
posição, uma pedra vinda de um dos carros da frente atingiu a viseira de Marko,
ferindo-o gravemente no olho. Parcialmente cego, a sua carreira automobilística
chegara ao fim.
Depois disso, Marko tornou-se
agente de pilotos, tentando descobrir talentos e levá-los para a Formula 1.
Depois de primeiras tentativas azaradas – Helmut Koinnigg, Markus Hottinger e
Hans-Georg Burger morreram em acidentes - o primeiro grande resultado foi com
Gerhard Berger, e depois, fundou uma equipa que fez correr na Formula 3 e
depois na Formula 3000, onde correram pilotos como Jorg Muller e o colombiano
Juan Pablo Montoya. No inicio da década, arranjou o patrocínio da Red Bull, que
depois comprou a sua equipa e o trouxe de volta à Formula 1, com mais um
talento vindo das categorias de base: Sebastian Vettel.
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