quarta-feira, 23 de maio de 2012

Biografias - Danny Ongais (3ª e última parte)

(continuação do capitulo anterior)

Após o acidente de Ongais nas 500 Milhas de Indianápolis, muitos afirmaram que os seus dias de pilotagem estavam acabados, devido à severa natureza dos seus ferimentos. O médico da CART, Dr. Steve Olvey, afirmou depois o seguinte: "Naquela altura, ele era provavelmente um dos pilotos sobreviventes que estavam em pior estado que jamais tinha visto". E de facto, os seus ferimentos eram extensos: fraturas expostas em ambas as pernas, bem como traumatismos toráxicos, mas após ter passado o resto do ano em reabilitação, ele voltaria às pistas no inicio de 1982, em Daytona, para a IMSA.

Ongais estava de volta à forma, com muitas pole-positions, mas apenas com uma vitória, em Pocono. Voltou a Indianápolis para guiar o Interscope, onde se qualificou no nono lugar, mas a sua corrida ababou na volta 62 com um acidente, mas sem consequências, desta vez. Poucas semanas depois, estava ao volante de um Porsche da Kremer Racing, com Ted Field e Bill Whitington, mas a corrida durou pouco, devido a um problema de motor.

Em 1983, Field decidiu que era altura de largar o automobilismo para prosseguir uma carreira como produtor cinematográfico e discográfico (fundou depois a Interscope Records), mas continuou a patrocinar Ongais nos anos seguintes. Foi para Indianápolis, onde não chegou mais uma vez ao fim, e no ano seguinte voltou para fazer uma temporada inteira na CART, com um chassis March, onde conseguiu um pódio e um nono lugar nas 500 Milhas de Indianápolis, depois de ter largado da 11ª posição. Em 1985 continua com uma nova versão do chassis March, conseguindo algumas posições de relevo, como um sexto lugar em Miami, mas a partir de 1986, as suas participações na CART tornam-se mais esporádicas, devido também à própria natureza do havaiano fora das pistas: tímido, quase reclusivo. 

Contudo, em 1987 - graças aos bons ofícios de Ted Field - Ongais conseguiu um lugar na Penske, ao lado de Danny Sullivan e Rick Mears. Mas ele sofre um acidente na qualificação, do qual resulta uma concussão craniana, e os médicos o proíbem de correr. Roger Penske, que sofria nesse ano com a ineficácia do seu chassis, decidiu fazer uma troca radical - foi buscar chassis March - e trouxe Al Unser Sr. para o lugar de Ongais. Este acabou por vencer a corrida, aquela que viria a ser a sua quarta vitória no "Brickyard". Ongais correu mais umas provas, mas aquilo veio a ser a sua última temporada na CART.

Após isso virou-se para a Endurance, onde acabou em quarto nas 12 horas de Sebring de 1988, ao lado do sul-africano Sarel van der Merwe e do alemão Louis Krages (a.k.a John Winter) mas após as 24 horas de Le Mans, em 1988, a bordo de um Nissan, ao lado de Michel Trollé e o japonês Toshio Suzuki, pouco se ouviu dele nos anos seguintes. Acompanhou a aventura do seu filho Brian na Indy Lights, em 1989, mas este cedo desistiu de uma carreira no automobilismo, e Danny Ongais desapareceu de cena.   

Contudo, em 1996, o panorama automobilistico americano estava em ebulição. Tony George decidira criar uma liga independente da CART, levando consigo as 500 Milhas de Indianápolis. Uma série de pilotos inexperientes, para além de muitos veteranos, apareceram para tentar a sua sorte, e Ongais foi um deles. Com 54 anos de idade, ainda estava para as curvas, e mostrou algum do seu talento. Mas a meio dessa qualificação, o poleman, Scott Brayton, sofreu um despiste fatal e teve de se encontrar rapidamente um substituto. Ongais, a conselho de Al Unser Sr., foi o escolhido.

Apesar de partir da 33ª e última posição, Ongais voou nas voltas iniciais, passando para a 19ª posição nas primeiras voltas. Abrandado por uma série de bandeiras amarelas, sofreu um pião devido a problemas em lidar com o Turbo do seu Menard, mas depois voltou ao ritmo e continuou a subir lugares. No final, acabou num respeitável sétimo lugar, e os aplausos de toda uma multidão, que tinha assistido ao regresso de uma lenda. Em 1998, tentou pela última vez, aos 56 anos, mas acabou por não se qualificar, devido a outro forte impacto no muro, que o deixou com uma concussão, semelhante ao que aconteceu em 1987.

A patir de então, só fez mais duas corridas, em 2000 e 2002, e recebeu as honrarias devidas pela sua longa carreira, com mais de 40 anos em várias categorias. Entrou no Motorsports Hall of Fame of America e no Hawaian Sports Hall of Fame, e hoje em dia vive na Califórnia, cuidando da coleção de automóveis de Ted Field, o seu amigo de longa data da Interscope. E participa ocasionalmente em eventos de automóveis antigos.

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