Depois de um dia de pausa, a Formula 1 voltou à carga no Mónaco para a qualificação própriamente dita. Desde há muito que a definição da grelha de partida é um espectáculo dentro do espectáculo, pois não só pelo aspecto definidor da coisa, mas também por acontecer num sítio como o Principado. Pois quem larga do primeiro lugar, normalmente acaba como vencedor, dada a dificuldade em passar por aqui.
Mas havia certos condicionantes antes deste Grande Prémio: Michael Schumacher, caso por alguma hipótese fizesse a pole-position, teria de largar do sexto lugar por causa da penalização sofrida quando colocou fora de pista Bruno Senna, em Barcelona. Mas esta manhã houve outra contrariedade, quando no terceiro treino livre, Pastor Maldonado e Sergio Perez se envolveram num acidente. Os comissários de pista decidiram aplicar o artigo 16.2 do regulamento da FIA e penalizar Maldonado com dez lugares, por ter causado um acidente desnecessário com o piloto mexicano. E mesmo que fosse pole, teria de largar da 11ª posição da grelha.
Com essas condicionantes - Perez acabaria alinhar na qualificação, mas danificou o seu carro na sua primeira volta lançada - que máquinas e pilotos começaram a definir esta sessão tão critica desde final de semana. As três equipas do costume ficaram logo de fora, como seria de esperar, mas Pedro de la Rosa conseguiu a proeza de passar um dos Marussia, o de Charles Pic, e não andar longe do carro de Timo Glock. Quanto a Narain Karthikeyan, parece ter cada vez mais dificuldades de fazer um tempo abaixo dos 107 por cento, pois o seu tempo por aqui foi muito mais lento e terá de pedir autorização para correr...
A segunda sessão foi mais critica, pois sabia-se do enorme equilibrio existente entre as seis ou sete equipas do pelotão, todas a quererem vencer nesta temporada. Interessante foi ver, pela positiva, a entrada de Felipe Massa na Q3, a primeira vez que os dois Ferrari conseguem, enquanto que Jenson Button evidenciou grandes dificuldades de equilibrio do seu monolugar, acabando apenas com o 13º melhor tempo. Bruno Senna não fez muito melhor, acabando uma posição mais abaixo do que o britânico da McLaren.
Com a Q3 em marcha, viu-se algumas das coisas que se tornaram já habituais: os pilotos que estão entre o sétimo e o décimo lugar fazem uma volta para aquecer os pneus e regressam às boxes, não marcando qualquer tempo, como Sebastian Vettel - começa a ser-lhe um hábito, pelo menos nas duas últimas corridas - quer para aqueles que querem dar o seu melhor, porque numa temporada como esta, tem muito mais hipóteses do que julgam. E foi o que aconteceu: os Lotus-Renault tentaram a sua sorte, mas o melhor que conseguiram foi um quarto (Grosjean) e um oitavo lugar (James... ooops! Kimi Raikkonen), para depois Pastor Maldonado tentar fazer cair o raio duas vezes no mesmo lugar, e Lewis Hamilton fazer o que tem a fazer.
Mas no final, foram dois "velhos": Mark Webber, no seu Red Bull - 35 anos - e Michael Schumacher, no seu Mercedes - 43 anos. No final, muitos rejubilavam com o "regresso" de Schumacher e aquela que deveria ser a sua 69ª pole-position da sua carreira, mas quem ficaria com os lucros e o nome inscrito nos livros de história era o australiano. Obviamente, os mais "schumachistas" que Schumacher, amaldiçoavam naquele momento Bruno Senna por ter ficado na sua frente quando travou para aquela curva em Barcelona, quando na realidade a idade o evitou que travasse mais cedo para evitar o embate. Enfim... discussões.
Os factos são estes: que Mark Webber será o "poleman" do Mónaco e candidato numero um à vitória na corrida de amanhã, e terá a seu lado o Mercedes de Nico Rosberg. E entre ele e Schumacher estavam o McLaren de Lewis Hamilton, o Renault de Romain Grosjean e o Ferrari de Fernando Alonso. Felipe Massa acabou no sétimo lugar da grelha, a sua melhor posição este ano.
Resta saber como será o dia de amanhã no Mónaco. Sol primaveril ou muita chuva?
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