Após 21 meses de ausência, encerrada por causa dos problemas que a anterior gerência arranjou, cujo grande pretexto foi a edição de Jesus Cristo ao lado das meninas sem roupa, em tributo a José Saramago, por fim a segunda encarnação da Playboy Portugal chegou às bancas. E já se sabia, desde há mais de dez dias, quando foi anunciada a famosa que iria vestir na capa, que iria haver polémica. Porquê? Pois a rapariga em questão, Rita Pereira, disse que não faria "full frontal", o que seria uma violação do espirito da Playboy.
Não disse nada, porque achava que iria ser algo em que ambas as partes teriam cedido: ela mostrava algumas áreas inéditas do seu corpo, e a outra parte daria um cachet interessante para a senhora, mas nada astronómico. Quando por fim gastei os meus ricos 3,95 euros para comprar a revista, olhei e... francamente, fiquei chocado. Nunca pensei que o diretor fosse tão totó assim. Nunca pensei ver um ensaio na Playboy onde a senhor em questão embolsasse os 25 mil euros e mostrasse apenas em lingerie, digna de uma Maxim ou de uma GQ. O unico nu digno desse nome não se encontra nem a milhas de um habitual ensaio fotográfico desse tipo, em suma um autêntico WTF.
Para mim, é uma violação do espírito, e a sensação que fico é que a rapariga em questão foi-se embora com a mala na mão e a rir do pacóvio que é agora o diretor da revista, cujo nome nem me digno de registar na minha mente. Criou um perigoso precedente para o futuro, e para mim é novo passo em falso nesta história já agitada da revista em Portugal. Nem é para mim o pior ensaio do ano, é o pior da década. Como dizia alguém, "O Catálogo Primavera/Verão do La Redoute tem fotos mais arrojadas"
Para que a revista chegasse a este ponto é porque estavam desesperados, só podia ser. Será que não havia uma Ana Malhoa à mão ou alguma das pseudo-celebridades disponíveis para que pudesse se mostrar tal qual como veio ao mundo? Ou apostou todas as fichas numa senhora que nunca tinha posado para uma revista masculina, para ter nome, mas em troca aceitando as condições que ela impôs? Que raio de ensaio foi este? Mas será que o diretor não coloca uma "linha vermelha" em que diz "se não mostra os seios, não há ensaio?" Tinha medo de quê? Se não fosse a Rita Pereira, outras apareceriam.
Enfim, o mal está feito, e agora fala-se do autêntico "tiro ao lado". E é pena, porque há artigos bem feitos, como a Playmate do Mês, a matéria com o Milo Manara, desenhador de vários albuns de BD eróticos, o conto do Valter Hugo Mãe e a entrevista ao José Eduardo Moniz serem muito boas, embora ache que as 20 perguntas ao Gordon Ramsey fossem uma inutilidade. deveria ser com uma personagem nacional. Olha... o Quim Barreiros, porque maio são as festas académicas.
P.S: Sobre a questão, recomendo ouvirem a reação feita hoje pelo Ricardo Araujo Pereira - curiosamente, outra personagem que apareceu na capa da Playboy em dezembro de 2009 - na sua habitual "Mixórdia de Temáticas" da Rádio Comercial.
Fico com a sensação de que era melhor se não tivessem retornado a publicação de novas edições...
ResponderEliminarJulio:
ResponderEliminarEu fiquei com a sensação que o diretor não sabe negociar, ou estava desesperado para ter um nome na capa, dando os 25 mil euros de cachet por este disparate. Em suma, é um totó, que é o mínimo que posso dizer.
Mas o objetivo foi conseguido: toda a gente fala do ensaio dela e da Playboy portuguesa. Mal e porcamente, mas falam. O resto - comprei a revista - vale a pena ler. E ver, claro.
É definitivamente o 'flop' do ano!!!
ResponderEliminarQuando de manhã vi as fotos, nem queria acreditar. Tinha ficado com a ideia que a Rita Pereira 'apenas' iria mostrar as mamocas e fazer uns ângulos mais ousadas mas sem fazer nu frontal... mas isto!?!
Que raio é aquilo?? Até a lingerie deixa a desejar em termos de sensualidade... Prefiro as cuquinhas e soutiens da La Redoute :D
Um tiro no pé que vai deixar marcas na revista e que definitivamente a vão levar novamente no mau caminho.
Hoje deve-se ter aberto champagne na Penthouse Portugal... ;)
Não tenhas dúvidas, Marcel: essa gente da Penthouse está a rebolar-se a rir com isto tudo. E claro, o RAP já batizou a revista de "Playboy Paquistão"...
ResponderEliminarUma das técnicas usadas no humor é o recurso a um certo exagero para que de facto tenha piada. No entanto, esta situação é tão ridícula, tão estúpida (começam a faltar adjectivos) que aquilo que o Ricardo Araújo Pereira disse sobre o catálogo da La Redoute ou sobre poder ser lida numa igreja não é exagero: é mesmo para ser interpretado no sentido literal.
ResponderEliminarTambém li o que se escreveu como antevisão do que aí vinha. No entanto, sempre pensei que haveria apenas alguma contenção, ou algum pudor, que resultaria num esconder mais ou menos total de certas partes mais íntimas. Isso ainda estaria dentro dos limites do aceitável (ainda que por pequena margem), mas isto é mau de mais.
O imbecil que comprou o franchising (bem caro, obviamente) vai ter um prejuízo enorme porque se à 1ª caem todos, à 2ª só cai quem quer.
Quanto a esta falsa moralista, parece que quando participou numa novela fazendo o papel de freira, não estava a representar. Em sua defesa, apenas o facto de ter aproveitado a ingenuidade/burrice/desespero (escolham o que preferirem) de quem lhe pagou uma fortuna para mostrar bem menos do que a maioria das mulheres mostra numa praia. Não me admirava que já tivesse mostrado bem mais para chegar onde chegou, mas se ainda assim se acha muito pudica para mostrar algo numa revista que tem essa tradição, então que simplesmente declinasse o convite e desse lugar a outras que certamente estariam (estarão?) disponíveis para isso.
Octávio Vieira
Taí uma coisa interessante, Octávio: posso ver muito mais das mulheres numa praia, e de graça, do que se comprar a última Playboy Portugal.
ResponderEliminarFoi, sem dúvida nenhuma, um péssimo negócio. Quase ninguém mais vai querer comprar as próximas edições. Uma saída é investir em sub-celebridades. O problema é que não há o Big Brother Portugal, confere?
Se bem que essas acabam cobrando o mesmo que poderiam ganhar se vencessem o programa, não somente pelo ensaio, mas somando a comissão em cada exemplar vendido. Às vezes, não vale a pena.
Bom... Apesar de ter visto gente reclamando... Pensem bem... Melhor do que nada, vai?
ResponderEliminarTens razão. Mas depois vemos as fotografias da Carolina Dieckman vazadas de graça - e com pêlos na dita, que faz parecer enjoar alguns "homens" - e ficas com a sensação que nem é um mau negócio. Foi um negócio horrível.
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