E a Formula 1 atravessa o Atlântico pela primeira vez este ano, mais concretamente para o Canadá, o circuito Gilles Villeneuve, onde toda a gente espera o inesperado. Nos últimos anos, os adeptos da Formula 1 e do automobilismo em geral estavam sempre atentos ao que acontecia por aqui, porque era um oásis de movimento e agitação, quando existiam poucas ou nenhumas ultrapassagens entre carros...
Só que este ano, as coisas estão diferentes: seis vencedores diferentes em seis corridas, e o recorde de onze vencedores, de 1982, parece começar a estar em perigo. Montreal poderia arriscar a ficar "normal" nesta temporada agitada, mas parece que ainda tem mais truques na manga do que nos outros sítios. O exemplo da agitação estudantil, que ameaça afetar a corrida canadiana - aliás, já o afetou com o cancelamento da jornada de portas abertas - e depois os casos dos animais que andam a passear pela pista em plena sessão de treinos - hoje, viram-se duas raposas e algumas marmotas, pelo menos - fazem que, mesmo numa temporada anormal como esta, Montreal ainda arrisca a ser mais estranha. É o espírito de Gilles Villeneuve a pairar, sem dúvida.
E nestas duas sessões de treinos, não houve assim tanta "anormalidade". Lewis Hamilton foi o melhor em ambas as sessões, mas logo atrás ficaram Sebastian Vettel (na primeira sessão) e Fernando Alonso (na segunda). E a diferença entre os da frente foi bastante pequena. Para terem uma ideia, na segunda sessão de treinos, a diferença entre Hamilton, o primeiro, de Pastor Maldonado, um mero 14º classificado, foi de menos de um segundo. É para ver até que ponto isto anda equilibrado.
E nestas sessões, houve momentos agitados. A primeira bandeira vermelha aconteceu na primeira sessão de treinos, quando o Caterham de Heikki Kovalainen bateu na Curva 6, obrigando à amostragem das bandeiras vermelhas e a interrupção da sessão. E outra situação complicada foi na segunda sessão de treinos livres foi quando Bruno Senna bateu no já afamado "Muro dos Campeões", causando mais perturbações na sessão, e mais trabalho para os mecânicos.
Mas no final da segunda sessão de treinos, foi interessante ver que Alonso e Felipe Massa foram segundo e terceiro classificados. Pode não significar nada, mas é sinal de que para além dos feitos do piloto, o carro está a melhorar aos poucos. O que isso significará na qualificação, é algo que tem de se ver. Interessante foi também ver que nesta segunda sessão, os Caterham de Heiki Kovalainen e de Vitaly Petrov andaram pelo 15º e 16º lugar, na frente dos Toro Rosso, e o HRT de Pedro de la Rosa foi melhor do que os Marussia. Sinal de evolução ou os ares de Montreal? Quero acreditar que seja a primeira hipótese...
E a segunda sessão acabou bem a tempo: após isso, o céu, já de si carregado, desabou sobre todos os que estavam por lá. Não se crê que seja assim no resto do final de semana, segundo diz o boletim meteorológico, mas a ver, vamos.
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