Encontrei esta imagem quando procurava por fotos sobre Roy Salvadori, falecido hoje aos 90 anos de idade. Tirada por Bernard Cahier, nas 24 Horas de Le Mans, em 1959. Observa-se dois homens em ação, Salvadori e o americano Carrol Shelby, trocando impressões sobre o carro deles, em plena ação, pois provavelmente o carro estava a ser reparado.
Ambos estão sujos com o óleo que o carro - com o motor à frente, diga-se - deita durante a corrida. No final, ambos iriam recolher os louros da vitória, uma rara vitória da Aston Martin daquele ano onde a sua prestação na Formula 1 tinha sido modesta, com um carro que com o seu motor à frente já estava ultrapassado, batido pelos Cooper de motor traseiro que dominava tudo e todos nas pistas, incluindo os poderosos Ferrari. Salvadori sabia disso, pois tinha guiado para eles no ano anterior.
Curioso ver os destinos de ambos os pilotos, depois disso. Shelby teve uma grande carreira como preparador, com carros que se tornaram ícones de um tempo. Também ajudou a Ford a bater a Ferrari em Le Mans, numa proeza digna de filme de Hollywood. Até que saia o filme, contentemo-nos com o livro "Go Like Hell". Quanto a Salvadori, depois da sua passagem pela Cooper, resolveu gozar o resto da sua vida no Mónaco, onde uma vez por ano, podia ver - e ouvir - os Formula 1 da janela de sua casa.
E num tempo onde morrer no automobilismo era tão fácil - bastava cometer um erro ou uma peça mecânica ceder - é espantoso ver que ambos os pilotos tiveram uma vida muito longa. E morreram com semanas de intervalo. Onde quer que estejam, agora fazem parte da lenda e da história do automobilismo.
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