O verão britânico de 2012, no ano em que irão receber os Jogos Olimpicos pela terceira vez na sua história, está a ser dos mais chuvosos de sempre. Depois de se saber que o mês de junho foi dos mais chuvosos, ao longo da semana que passou houve inundações no centro do país. Os britânicos, que nunca gostaram muito deste tipo de tempo, tem de engolir isto, apesar de estar nos dias finais de Wimbledon e de faltarem três semanas para o inicio dos Jogos Olimpicos.
Já se sabia desde o inicio da semana que o tempo não seria bom em Silverstone, mas pensava-se que as coisas iriam ser relativamente calmas. Mas desde sexta-feira se viu que as condições na pista iriam ser más. Chegou a haver uma interrupção numa das sessões de treinos livres por dez minutos, quando Bruno Senna bateu na Hangar Straight. Para piorar as coisas, o estacionamento à volta de Silverstone, quase todo arrelvado, ficou lamacento e enterrou muitos carros. Tanto que a organização pediu a mais de vinte mil espectadores - com os bilhetes na mão, claro - que não aparecessem por lá.
Os receios, claro, foram cumpridos este sábado, mas mesmo assim, bateram todos os recordes. Tudo por culpa do tempo. Desde o GP do Canadá de 2011 que nunca se viu uma interrupção tão grande. Neste caso em concreto, foram 91 minutos de interrupção porque as condições da pista eram horriveis, com vários despistes dos pilotos que andavam por ali. Por essa altura, já tinha acontecido o Q1, com a pista húmida, com as três equipas novatas de fora, mais o surpreendente Jenson Button, que parece estar a viver o seu inferno pessoal, ao não conseguir se qualificar para a Q2. Por essa altura, já chovia, mas a intensidade aumentou de tal forma que a organização achou por bem interromper a sessão, pois já havia rios a atravessarem a pista.
Ali, na hora e meia onde a fleuma e a paciência dos britânicos foi colocada à prova, viu-se um pouco de tudo. Desde a "ola mexicana" feita pelos mecânicos da Mercedes - os pilotos, os mecânicos e Ross Brawn - até ver Kamui Kobayashi a afagar um jogo de pneus no interior das boxes. E Pastor Maldonado a comer uma banana para matar a fome. E por essa altura, o melhor tempo na tabela pertencia ao Sauber de Sergio Perez... Mas pelas 15:07, após hora e meia de espera, os comissários de pista deram a luz verde e a pista foi liberalizada.
Aí, aconterceu uma corrida contra o tempo para que se fizesse uma marca que os colocaria na terceira parte da qualificação. Todos deram o seu melhor e a pista secava um pouco mais à medida que os minutos passavam. No final, os Ferrari, o Williams de Pastor Maldonado, os Red Bull, os Lotus, o Force India de Nico Hulkenberg, os Mercedes, todos tinham conseguido a ambicionada passagem. Mas quando tinha acabado a Q2, o Lotus de Romain Grosjean foi à gravilha na curva Vale, ainda na altura em que Alonso e Hamilton faziam as suas voltas mais rápidas. E claro, a dúvida ficou no ar se ambos os pilotos travaram o suficiente para não serem penalizados...
Com a passagem para a Q3, sem chuva, os pilotos colocaram progressivamente os intermédios, sendo que Michael Schumacher o último a fazer. Chegou a fazer um tempo para a pole-position ainda com os "Full Wet", mas pouco depois, foi a vez de Fernando Alonso melhorar esse tempo, já com os intermédios. Com o tempo todo contado - e não só por causa do cronómetro, mas também por causa do tempo - foi uma corrida para ver quem baixava os tempos, com os Ferrari a estarem melhores à chuva, não só Alonso, como também Felipe Massa.
Por fim, a disputa ficou resolvida com Alonso a ser o melhor e a dar à Ferrari a sua primeira pole-position desde Singapura 2010. Se dúvidas existissem, esta é mais uma ocasião onde se pode demonstrar que o piloto espanhol é o melhor do pelotão, quando a máquina lhe proporciona tal coisa. E cada vez mais ele se demonstra que é o candidato numero um ao título mundial, apenas de todo este equilibrio que vemos nesta temporada. Mark Webber ficou com o segundo tempo, na frente de Michael Schumacher. Deve ser por causa do seu contrato renovado, como assobiou alguma imprensa este fim de semana...
Sebastian Vettel foi quarto e Massa quinto, sendo que o brasileiro fez a sua melhor qualificação do ano até agora. Kimi Raikkonen e Pastor Maldonado ficaram no sexto e sétimo postos, na frente de Lewis Hamilton e de Nico Hulkenberg, com Romain Grosjean no décimo posto, mesmo sem ter dado uma volta.
E assim foi uma das sessões de treinos mais longas da história da Formula 1. Sabe-se que este típico verão é assim nas Ilhas Britânicas, mas creio que isto até é exagerado para os padrões daquela zona. E com o dia de corrida pela frente, e com o tempo a prever ser o mesmo, ainda não se escreveu o último capítulo desta história. Algum de vocês quer apostar que a corrida começará amanhã atrás do Safety Car?
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