Monza é o quintal da Ferrari, isso já se sabe desde o final da II Guerra Mundial. Mas ver que quem mandou por ali foi o seu maior rival, a McLaren, até teve um efeito de surpresa, dado o potencial dominio de Fernando Alonso por ali e dada a capacidade do piloto espanhol de se superar, numa altura em que deseja ganhar para consolidar a diferença no comando da classificaçãso geral. Ainda por cima, esta qualificação resultou no monopólio dos carros da equipa de Woking, com Lewis Hamilton a ser mais veloz do que Jenson Button, e um surpreendente Felipe Massa no terceiro lugar, muito à frente de Fernando Alonso.
A grande novidade do Q1 foi o facto de Nico Hulkenberg ter tido um problema na caixa de velocidades no seu Force India, que o impediu de marcar qualquer tempo e o colocou no último lugar da classificação, fazendo com que os carros das três equipas mais lentas pudessem ter uma chance de chegar à Q2. Mas no final, quem passou para lá foram os Toro Rosso, que anunciou esta semana que James Key, ex-Sauber, iria ser o seu desenhista, no lugar de Giorgio Ascanelli. Assim, apesar do bom resultado de Heiki Kovalainen, ele não passou para a Q2.
Quando os carros chegaram à segunda parte da qualificação, sabe-se, como sempre, que haveriam algumas boas surpresas, dado o equilibrio existente entre os carros da frente e os que andam no meio do pelotão. E se foi uma boa surpresa ver o Force India de Paul di Resta a seguir em frente, e o Sauber de Kamui Kobayashi, do mau lado foi o 11º posto de Mark Webber, que cada vez mais se vê incapaz de passar para a fase seguinte, e do Sauber de Sergio Perez, que foi apenas 13º, entalado entre os Williams de Pastor Maldonado e de Bruno Senna. O 16º posto de Jerôme D'Ambrosio, substituto de Romain Grosjean, era expectável, dada a inexperiência com este carro e a sua natureza transitória, pois poderá fazer aqui a sua única corrida do ano.
Na Q3, os McLaren marcaram o ritmo. Lewis Hamilton marcou o tempo da pole-position na sua primeira tentativa na pista, não conseguindo melhorar na sua segunda tentativa, enquanto que Button conseguiu um tempo que apenas foi 123 centésimos pior do que Hamilton. Tinham conseguido uma dobradinha na casa do "inimigo", com os tiffosi a observarem tudo, enchendo as bancadas de Monza.
Mas o mais incrivel nesta Q3 é ver algo raro nesta temporada: Felipe Massa na frente de Fernando Alonso. Parece que trocaram de carros ou de corpos, pois o piloto espanhol foi apenas o décimo nesta Q3, a mais de 1,6 segundos de Hamilton. Mas na realidade, foi uma falha numa peça do carro do piloto espanhol que o atirou para esse lugar, algo frustrante para quem andou sempre com os melhores tempos. O quarto lugar de Paul di Resta seria um motivo para comemorar na Force India, mas tal como aconteceu a Nico Hulkenberg no inicio da sessão, o escocês irá trocar de caixa de velocidades e cairá cinco lugares por causa disso. Assim, o grande beneficiado será Michael Schumacher, que do quinto lugar alcançado na pista, sobe mais uma posição.
Sebastian Vettel ficou com o quinto posto, atrás de Schumacher, e começa a dar sinal de que a Red Bull tem dificuldades de andar pela frente. Seria de esperar isso depois de dois anos dominadores, mas com ambos os pilotos a lutarem pelo título, ver o piloto alemão a ser batido por um veterano da Formula 1 não é bom sinal. Pode ser que a corrida sirva para algo, como o que aconteceu na semana passada, na Belgica, onde Vettel aproveitou os azares alheios e uma boa corrida para chegar ao segundo posto.
A fechar os dez primeiros ficaram Nico Rosberg, Kamui Kobayashi - continuando com a sua boa onda das últimas corridas - Paul di Resta e Fernando Alonso.
Amanhã, dia de corrida, poderemos ver o bom dia dos McLaren, e provavelmente a entrada da equipa de Woking na luta a sério pelo título de Construtores. Para Jenson Button, nova vitória o colocaria bem mais acima na classificação geral e na consideração da equipa. O que pode afetar a honra de Lewis Hamilton e provavelmente pensar melhor no contrato que a equipa de Brackley lhe acena desde há algum tempo...
Mas também pode ser o dia que Felipe Massa espera há muito tempo, se a Ferrari lhe deixar que ele seja feliz.
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