quinta-feira, 6 de setembro de 2012

GP Memória - Itália 1987

Quase três semanas depois de terem corrido no conturbado GP da Austria, máquinas e pilotos estavam agora em Monza, palco do GP de Itália, a 11ª das dezasseis provas que faziam parte do calendário daquela temporada de 1987.

A grande novidade era a chegada de uma equipa local, a Coloni, que tinha construído um chassis e aproveitava essa corrida como preparação para a temporada de 1988, e tinham como piloto para essa prova o local Nicola Larini. A Osella tinha alargado a sua participação para dois carros e por causa disso havia um novo piloto na equipa, o suiço Franco Forini, que iria guiar o modelo com motor Alfa Romeo, ao lado de Alex Caffi.

A Honda aproveitou o fim de semana de Monza para anunciar que não iria mais fornecer motores à Williams na temporada de 1988, terminando ali uma parceria que durava desde o final da temporada de 1983. Williams teria de depender de motores aspirados nessa temporada, um ano antes do final anunciado dos motores Turbo. 

Mas a Williams tinha também trazido um chassis com o seu sistema de suspensão ativa, desenvolvida e usada no carro de Nelson Piquet. E os resultados foram positivos: o piloto brasileiro fez a pole-position, na frente de Nigel Mansell. A segunda fila tinha o Ferrari de Gerhard Berger no terceiro posto, conseguindo bater o Lotus de Ayrton Senna, que fica com o quarto posto. Alain Prost é o quinto no seu McLaren, na frente do Benetton de Thierry Boutsen. Teo Fabi era o sétimo, no segundo Benetton, seguido pelo segundo Ferrari de Michele Alboreto. A fechar o "top ten" ficavam os Brabham-BMW de Riccardo Patrese e Andrea de Cesaris.

Com 28 carros inscritos, a organização tinha de deixar dois de forma, devido ao facto de ter sido aceite um limite de 26 carros no inicio da época. Assim sendo, o Coloni de Nicola Larini e o AGS de Pascal Fabre acabaram por ficar com os piores tempos e iria assistir a corrida da bancada.

Na partida, Mansell arranca bem, mas falha uma mudança e Piquet leva a melhor na primeira chicane. Berger era o terceiro, enquanto que Senna era surpreendido por Boutsen. No inicio da segunda volta, Berger tentou passar Mansell para o segundo lugar, mas o britânico fechou a porta e ambos bateram. Sem grandes estragos, voltaram à pista, enquanto que Boutsen subia ao segundo lugar, com Mansell a cair para o quarto lugar. Os três andaram relativamente juntos até à volta 17 quando Mansell conseguiu passar Berger, para logo a seguir passar Boutsen e ficar com o segundo lugar.

A meio da corrida, os Williams param para meter pneus, como o Ferrari de Gerhard Berger, mas não o Lotus de Ayrton Senna, que decide fazer toda a corrida com o mesmo jogo de pneus. Com isso, ele ficou com o primeiro lugar e parecia que os Williams não o iriam alcançar desta vez. Isto até que na volta 43, Senna atrapalha-se com o Ligier de Piercarlo Ghinzani, que o ia dobrar, e despista-se na Parabólica. Quando volta à pista, Piquet passa-o e fica com a liderança. 

O piloto da Lotus aproxima-se, mas não é suficiente para apanhar Piquet, que assim alcançava a sua 20ª vitória na sua carreira. Muito distante estava Nigel Mansell, que acabava na terceira posição, e nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de Gerhard Berger, o Benetton de Thierry Boutsen e o McLaren de Stefan Johansson.

1 comentário:

  1. Sem fazer o pit, será que Senna venceria ou se Piquet com pneus novos iria ultrapassá-lo?
    Até hoje essa é uma daquelas perguntas sem resposta definida.
    Faltando 7 voltas para a conclusão, o "show" dos pilotos brasileiros ainda continuava em Monza, mas com Piquet novamente na liderança e Senna (2º) na "caça" ao compatriota.
    Piquet venceu e dava um grande passo para a conquista do tricampeonato.

    Notas:

    - essa foi a 20ª vitória (até então) de Nelson Piquet, a última na Williams (voltaria a vencer na Benetton em 1990) e a terceira e última na temporada de 1987 e
    - essa foi a terceira e última vitória de Piquet em Monza: 1983, 1986 e 1987 e a quarta como Grande Prêmio da Itália: 1980 (San Marino), 1983, 1986 e 1987.

    ResponderEliminar

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...