"Estou extraordinariamente feliz com este acordo. A Ferrari é a minha família desportiva e sempre corri com motores construídos em Maranello, e não me vejo ao volante de carros com outros motores. Quero agradecer primeiro ao presidente Montezemolo e a Stefano Domenicalli, que sempre me apoiaram e tiveram confiança, mesmo nos tempos mais difíceis A ambos, à equipa e aos fãs, direi que eu darei tudo dentro das minhas possibilidades para ajudar a Scuderia para alcançar os objetivos que se propõem todos os anos".
Como podem ler pela mensagem, Felipe Massa anunciou hoje que renovou com a Ferrari por mais uma temporada para ser o escudeiro de Fernando Alonso. Nada que não se soubesse desde há muito tempo. Pessoalmente, soube mais ou menos desde julho, agosto, e falei sobre isso na altura. Tinha algumas boas fontes, do qual conversávamos de vez em quando sobre isso, mas quando li no inicio de setembro, por alturas de Monza, através do Lito Cavalcanti e do Américo Teixeira Jr., do Diário Motorsport, convenci-me de que era uma informação mais do que segura, apesar dos desmentidos e das tentativas de confusão vindas de de Maranello, que duraram até quase ao último dia.
O que isto quer dizer em termos de futuro? Primeiro que tudo, pode-se dizer que Felipe Massa é mesmo uma criatura da Ferrari. Toda a sua carreira está à volta da Scuderia, pois foi ela que lhe deu a sua chance na Formula 1 em 2002, já lá vão dez anos. Primeiro com a Sauber, graças à sua longa associação com a marca italiana, através dos seus motores, e que sempre colocou um dos seus pilotos na marca suiça. Feita a devida rodagem com eles, a sua ingressão na Scuderia em 2005, como escudeiro - e na altura, potencial sucessor de Michael Schumacher - fora um passo natural na ordem das coisas.
É claro que, com isso, os brasileiros pensavam que ele teria uma história diferente de Rubens Barrichello. Orfãos e com saudades de ver na Formula 1 "o desporto onde os brasileiros ganhavam sempre", parecia que era isso que iria acontecer. E por dez segundos, em 2008, e em Interlagos, as pessoas comemoraram de verdade. Mas Timo Glock escorregou a uma curva do fim e Lewis Hamilton o passou, dando "aquele" lugar que necessitava para ser campeão. E os brasileiros, como qualquer outro ser humano , passou imediatamente da euforia à depressão.
Para piorar as coisas, o acidente de Massa nos treinos do GP da Hungria, em 2009, quando levou com uma mola vinda do Brawn GP de... Rubens Barrichello, não ajudou muito na reputação de Massa. O facto de ter ficado meio ano "fora de combate" e os receios de que ele tivesse perdido a sua rapidez ficaram de uma certa maneira confirmados no ano seguinte, quando foi obrigado a ceder a vitória para Fernando Alonso no GP da Alemanha de 2010, em Hockenheim. E o brasileiro, que ainda tinha esperança de o ver a batalhar de igual para igual com o piloto espanhol, perdeu-a toda. Desistiu de acreditar.
E o resto do mundo chegou a não acreditar nele no inicio deste ano, quando começaram a surgir os rumores da sua saída, misturados com os apelos ao seu despedimento, vindos de uma certa imprensa italiana. Massa passou 35 Grandes Prémios sem ir ao pódio, e chegou a vê-lo a discutir posições com Toros Rossos, Caterhams e Marussias. Mas conseguiu dar a volta por cima, e com a ajuda da própria Ferrari, que vendo que os objetivos de ir buscar Sergio Perez tinham saído furados, porque a McLaren foi mais veloz do que eles, decidiu que Massa era um mal menor e o ajudou a melhorar as suas prestações. E os resultados estão aí para o comprovar.
Claro que haverá quem diga que o lugar de 2013 vai servir para "esquentar o lugar" até que o novo dono chegue em 2014, do qual alguns falam em Sebastian Vettel. Francamente, estou cético em relação a essa hipótese, ainda mais quando existe Fernando Alonso na equação. Não vejo o alemão como sendo um piloto "cinico" e "politico", da mesma forma que Fernando Alonso o é. E o espanhol trabalha numa equipa - e só consegue trabalhar dessa forma - onde todos os seus recursos estão virados para ele, com o companheiro de equipa a ser o "escudeiro" e a ficar com os restos.
Atrevo-me até a pensar no seguinte: por causa dos novos regulamentos que entrarão em vigor em 2014, Felipe Massa ainda ficará por mais uma temporada a correr pelas cores de Maranello. Isto porque Vettel pode se sentir tentado em saber como é que o seu Red Bull vai se comportar com mais um chassis desenhado por Adrian Newey, e com o novo motor Renault 1.6 Turbo. Se lhe agradar, eventualmente fica. Se não, e se o motor da Ferrari for melhor, muito provavelmente faria a mudança para Maranello, mesmo correndo o risco de enfrentar Fernando Alonso e sair a perder desse confronto.
Em suma: Felipe Massa é a solução mais segura. Só desejam que ele seja suficientemente forte para incomodar a concorrência, mas não para incomodar Alonso.
Que seja, mas que já vá catando outros contatos de outras equipes e até categorias, porque este será seu ultimo contrato por lá.
ResponderEliminarNão concordo em nada com isso do Alonso, que só quer a equipa a trabalhar para si. Já se dizia isso do Lewis quando o alonso estava lá, já se dizia do Shumi, já se dizia isso do Vettel quando o Webber não mostrava resultados e estou a ver que a novela continua...
ResponderEliminarDe resto grande blog, parabéns! Abraços, Daniel.