Com o final do ano e a crescente falta de noticias, creio que é a altura ideal para tentar voltar a uma velha rubrica, agora que aos poucos se encontram novos dados sobre vários chassis que foram construídos ao longo do tempo, e alguns deles tem a ver com uma equipa que mexeu cabeças nos anos 70, que foi a Copersucar-Fittipaldi, projeto da única equipa brasileira que competiu até agora na Formula 1. E hoje, falo em particular do FD04, o primeiro chassis a ser guiado por Emerson Fittipaldi.
Depois de em 1975 Wilson Fittipaldi e Ricardo Divila terem começado a colocar de pé o projeto da Copersucar, construindo os três primeiros chassis, e terem passado pelas dificuldades naturais de um primeiro ano, encaravam a temporada de 1976 com maior esperança, agora que tinham conseguido atrair Emeron Fittipaldi, depois deste ter sido vice-campeão do mundo com o McLaren.
Projetado por Divila ainda no Brasil - iriam depois transferir-se no ano seguinte para a Grã-Bretanha - o FD04 tinha influências distintas quer do McLaren M23, quer do Lotus 72, carros que Emerson Fittipaldi tinha guiado. Com uma frente fina, as partes laterais eram aerodinâmicamente efectivas, fazendo um desenho em forma de delta, e os radiadores eram colocados lateralmente, para poderem refrigerar melhor o motor. No inicio da temporada, o carro tinha uma entrada de ar grande, à semelhança do McLaren M23, o que fez com que as comparações fossem óbvias.
Os testes, feitos ao longo de 1975, foram algo promissores, mas Fittipaldi não tinha ilusões sobre a temporada de 1976. Numa entrevista ao jornal britânico The Times, quando anunciou a transferência para a Fittipaldi, afirmou: "Estou plenamente consciente de que não terei praticamente qualquer chance de vencer o campeonato nesta temporada... o começo vai ser dificil, mas estou confiante e certo de que com o esforço de todos, teremos resultados positivos a meio do ano. Julgo que no espaço de um a dois anos o Brasil terá um dos melhores equipas de Formula 1 do mundo."
Com dois carros - um FD03 para Ingo Hoffman - logo na primeira corrida, em Interlagos, Fittipaldi faz um brilharete ao levar o carro para o quinto lugar da grelha de partida. Iria depois a vir a ser a melhor posição de sempre do carro nas oito épicas da sua existência. Contudo, o FD04 teve problemas e terminou apenas na 13ª posição. Na terceira corrida do ano, em Long Beach, Fittipaldi conseguiu um sexto posto, dando à equipa o seu primeiro ponto da carreira.
Mas as coisas foram difíceis e Fittipaldi falhou a qualificação na Belgica. Na corrida seguinte, no Mónaco, conseguiu outra boa posição, ao ser sétimo na grelha, terminando no sexto posto, conseguindo outro ponto. Voltaria a pontuar a meio do ano, em Brands Hatch, depois de ter beneficiado da desclassificação de James Hunt, após a confusão na partida. Esse lugar tinha conseguido depois de uma corrida de recuperação do 21º posto da grelha. Hoffmann ficou com um FD04 para correr a partir do GP de Long Beach, mas não conseguiu qualificar-se. No final do ano, os três pontos eram um começo para a equipa, mas por essa altura, Ricardo Divila tinha decidido abandonar a equipa.
Depois de em 1975 Wilson Fittipaldi e Ricardo Divila terem começado a colocar de pé o projeto da Copersucar, construindo os três primeiros chassis, e terem passado pelas dificuldades naturais de um primeiro ano, encaravam a temporada de 1976 com maior esperança, agora que tinham conseguido atrair Emeron Fittipaldi, depois deste ter sido vice-campeão do mundo com o McLaren.
Projetado por Divila ainda no Brasil - iriam depois transferir-se no ano seguinte para a Grã-Bretanha - o FD04 tinha influências distintas quer do McLaren M23, quer do Lotus 72, carros que Emerson Fittipaldi tinha guiado. Com uma frente fina, as partes laterais eram aerodinâmicamente efectivas, fazendo um desenho em forma de delta, e os radiadores eram colocados lateralmente, para poderem refrigerar melhor o motor. No inicio da temporada, o carro tinha uma entrada de ar grande, à semelhança do McLaren M23, o que fez com que as comparações fossem óbvias.
Os testes, feitos ao longo de 1975, foram algo promissores, mas Fittipaldi não tinha ilusões sobre a temporada de 1976. Numa entrevista ao jornal britânico The Times, quando anunciou a transferência para a Fittipaldi, afirmou: "Estou plenamente consciente de que não terei praticamente qualquer chance de vencer o campeonato nesta temporada... o começo vai ser dificil, mas estou confiante e certo de que com o esforço de todos, teremos resultados positivos a meio do ano. Julgo que no espaço de um a dois anos o Brasil terá um dos melhores equipas de Formula 1 do mundo."
Com dois carros - um FD03 para Ingo Hoffman - logo na primeira corrida, em Interlagos, Fittipaldi faz um brilharete ao levar o carro para o quinto lugar da grelha de partida. Iria depois a vir a ser a melhor posição de sempre do carro nas oito épicas da sua existência. Contudo, o FD04 teve problemas e terminou apenas na 13ª posição. Na terceira corrida do ano, em Long Beach, Fittipaldi conseguiu um sexto posto, dando à equipa o seu primeiro ponto da carreira.
Mas as coisas foram difíceis e Fittipaldi falhou a qualificação na Belgica. Na corrida seguinte, no Mónaco, conseguiu outra boa posição, ao ser sétimo na grelha, terminando no sexto posto, conseguindo outro ponto. Voltaria a pontuar a meio do ano, em Brands Hatch, depois de ter beneficiado da desclassificação de James Hunt, após a confusão na partida. Esse lugar tinha conseguido depois de uma corrida de recuperação do 21º posto da grelha. Hoffmann ficou com um FD04 para correr a partir do GP de Long Beach, mas não conseguiu qualificar-se. No final do ano, os três pontos eram um começo para a equipa, mas por essa altura, Ricardo Divila tinha decidido abandonar a equipa.
No inicio de 1977, o carro foi desenvolvido de forma a estar o melhor adaptado possível e também seria dado um novo chassis para que fosse usado por Ingo Hoffman nas duas primeiras corridas do ano, na Argentina e no Brasil. O carro até mudou de cor, de um cinzento prata para um amarelo mais vivo com colibris pintados, a conselho do desenhista Sid Mosca. O inicio da temporada foi auspicioso para a equipa, com Fittipaldi a conseguir dois quartos lugares na Argentina e no Brasil, conseguindo somente nesses dois primeiros Grandes Prémios dobrar os pontos alcançados na temporada anterior. Quanto a Hoffman, conseguiu o feito de terminar a corrida de Interlagos no sétimo posto, ficando à porta dos pontos.
Fittipaldi conseguiria ainda mais dois pontos em Long Beach, na quarta prova do ano, demonstrando que a evolução do carro estava numa direção mais positiva. Contudo, a equipa já trabalhava num novo chassis, que iria ser o F5, com componentes que seriam aproveitados do FD04. O novo chassis acabaria por estrear a meio da temporada, no GP da Belgica, mas ficou destruido na corrida seguinte, na Suécia, e tiveram de usar o FD04 em França, enquanto o novo chassis era reparado. Iria ser a última corrida desse chassis.
Em 2011, muito tempo depois da equipa ter sido extinta, a Dana, preparadora e restauradora de chassis, decidiu restaurar um FD04, depois da bem sucedida operação de restauração do FD01, o primeiro carro da Copersucar, em 1975, fizeram o mesmo a um chassis FD04, com a ajuda de antigos mecânicos da equipa, com idênticos resultados. Agora, está exposto em São Paulo.
Ficha Técnica:
Carro: Fittipaldi FD04
Projectista: Ricardo Divila
Motor: Cosworth V8 de 3 litros
Pilotos: Emerson Fittipaldi e Ingo Hoffman
Pneus: Goodyear
Corridas: 23
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 11 (Fittipaldi 11)
Paulo,
ResponderEliminaro FD04 é, de fato, um dos mais belos F1 que os irmãos Fittipaldi construíram...
e a pintura cinza era a minha preferida para esse modelo...
abs...