O assunto da 20ª vaga no calendário da Formula 1 tornou-se este fim de semana assunto de discussão. Depois da hipótese turca se ter aparentemente esvaído nos últimos dias, com a recusa do governo turco de apoiar o regresso da Formula 1 a esse país, surgiu a forte hipótese de um regresso à Austria, agora que o circuito de Zeltweg pertence à Red Bull, que o remodelou e o reinaugurou em 2011.
Contudo, outras hipóteses surgiram em cima da mesa. Paul Ricard e Magny Cours foram duas hipóteses, mas este domingo, um site italiano, o F1web, coloca em destaque a hipótese de Portimão. O site fala que um responsável da pista tinha sido contactado, e que este respondeu que: “não houve uma proposta oficial” a Bernie Ecclestone, o que não quer dizer que não haja interesse.
“Ficaríamos encantados em receber uma corrida na próxima temporada. O circuito é muito interessante do ponto de vista do piloto e oferece também muitas oportunidades de ultrapassagem. E o Algarve é uma região muito bonita e atrativa, não só para o público mas também para as equipas”, acrescentou.
Apesar dessa hipótese ser tão verdadeira como muitas outras, há obstáculos monetários - e outros - que creio que impedem a vida da Formula 1 a Portugal. Numa altura de crise, não vejo este governo investir dez, quinze ou até vinte milhões de euros para receber um "one-off", num sitio onde, apesar de ser um local ultramoderno e espaçoso, e ter alguns - não muitos - acessos à pista, é caro e a maior parte das receitas não ficariam nas mãos dos promotores, mas sim nas mãos da FOM e de Bernie Ecclestone.
Dito isto, existe um segundo factor a jogar contra a Formula 1 em paragens portuguesas. Apesar de é certo que os hotéis encheriam pela certa e os preços aumentariam expoencialmente, pois julho é "época alta" no Algarve, uma região turistica "per se", não creio que a caravana da Formula 1 fizesse um desvio de alguns milhares de quilómetros entre a Alemanha e a Hungria, para correr a 21 de julho, a data que está vacante neste momento. E claro, a corrida seria sempre um "one off", sem hipótese de ser colocada no calendário em 2014, por exemplo.
Só esses dois factores fariam com que imensa gente decidisse não investir os seus - cada vez escassos - milhões de euros num evento destes. É certo que os palcos estão montados, mas na cabeça de Ecclestone, o que quer é ver o pessoal a gastar milhões e milhões dos seus bolsos para que ele traga o seu circo e arrecade o dinheiro das receitas. E o retorno? Poderá haver algum, é certo, mas o Rali de Portugal gasta pouco mais de quatro milhões de euros para fazer parte do calendário do mundial, com receitas bastante superiores. A Universidade do Algarve fez dois estudos que afirmam que o impacto dos turistas e dos fãs de ralis por aquelas bandas rondava os 80 milhões de euros.
Em jeito de conclusão, espero que essa hipótese não passa disso mesmo. Mas já sei que está a causar discussão nas redes socais por aqui. Veremos o que os próximos dias nos trarão, mas na minha opinião, a vaga já deve pertencer à Austria. Por estar mais a caminho e porque é um circuito da Red Bull, onde o governo regional não terá de gastar dinheiro para acolher um "one-off", que é do que isto se trata.
TAmbém vejo a Áustria mais perto de receber a corrida. Mas queria ver Portugal voltando ao calendário um dia, mas com a crise atual, não vai passar de sonho por enquanto.
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