Avisou-me o Leandro Verde, dono do excelente Bandeira Verde, via Twitter: Guido Forti, o homem que esteve por trás da aventura da Forti na Formula 1, entre 1995 e 1996, morreu hoje aos 72 anos em Alessandria, no norte de Itália.
Nascido a 10 de julho de 1940, Forti começou o seu envolvimento no automobilismo em meados dos anos 70 quando montou uma equipa na Formula Ford para ajudar um piloto de Milão, chamado Teo Fabi. A aventura foi bem sucedida, e logo depois, passou para a Formula 3, e para a Formula 3000, onde acolheu alguns dos pilotos que passaram depois pela Formula 1 como Franco Forini, Emmanuelle Naspetti, Gianni Morbidelli e Enrico Bertaggia. Christian Fittipaldi guiou para eles em 1991, acabando no terceiro lugar do campeonato de Formula 3000.
Em 1994, a sua equipa acolheu Pedro Paulo Diniz e o dinheiro que piloto brasileiro trouxe, por ser filho do diretor do Grupo Pão de Açucar, entre outras coisas, foram mais do que suficientes para que no ano seguinte, Forti se aventurasse na Formula 1, com apoio brasileiro e pilotos tupiniquins. Diniz foi acompanhado pelo veterano Roberto Moreno e a primeira temporada foi marcada por um sétimo lugar na última corrida do ano, em Adelaide, apesar de um chassis desfasado, o FG01, desenhado por Giacomo Caliri e Sergio Rinland.
Apesar destes resultados, Guido Forti pensava que as coisas poderiam melhorar numa segunda temporada. Mas Diniz passou-se para a Ligier e com ele, foi-se grande parte do dinheiro que ele trazia. Assim sendo, Forti continuou, com Luca Badoer e Andrea Montermini, mas a meio do ano, a equipa começou a ter problemas em termos financeiros e acabou por se retirar a meio do ano, não sem antes vender a sua equipa a uma misteriosa Shannon Racing.
Contudo, quando esta falhou os seus pagamentos, Forti decidiu levá-la a tribunal para recuperar a sua parte da equipa. Conseguiu, mas já era tarde para recomeçar a sua aventura, após 44 corridas. Depois, Forti regressou ao automobilismo com uma equipa na Euro Formula 3000, em 2003, mas foi por pouco tempo.
O exemplo da Forti foi o último feito por um privado para chegar à categoria máxima do automobilismo e também o melhor exemplo de que, sem um grande financiador, as suas possibilidades de sobrevivência seriam bem pequenas. E a partir dali, apenas apareceriam as equipas de marca, como a Mercedes, Toyota, Honda e outras, ou então os multimilionários com fortuna suficiente para manter a operação por muitos anos. Somente em 2010, quando Max Mosley decidiu que era altura de reduzir custos na Formula 1, é que decidiu albergar quatro equipas, das quais apenas duas ainda existem: USF1, Caterham, Marussia e HRT.
E ssim foi-se mais uma personagem na história da Formula 1. Ars lunga, vita brevis.
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