sexta-feira, 22 de março de 2013

5ª Coluna: A última vez que quero falar de Ayrton Senna

Quem me acompanhou neste blog ao longo de seis anos - e no dia de ontem, na minha página de Facebook - sabe que fartei de escrever sobre o aniversariante do dia, quer agora, quer a cada 1 de maio, quando se lembra do seu acidente mortal, no circuito italiano de Imola. Já escrevi dezenas de vezes sobre Ayrton Senna, sobre as suas corridas, sobre as suas passagens pelas equipas, sobre as suas polémicas com os pilotos, os dirigentes e muitos mais. Já falei sobre pormenores inéditos da sua carreira, e já falei sobre o tristemente famoso fim de semana em Imola. 

Para terem uma ideia, no próximo mês irei abordar aquela primeira volta do GP da Europa de 1993 na revista online Speed. É um grande feito, aquele que fez naquele 11 de abril de 1993, daqueles que merece figurar na história do automobilismo, mas ao vasculhar o meu cada vez mais extenso arquivo e reler tudo o o que escrevi ao longo deste tempo, não só para esse assunto, como para os outros que falei ao longo deste tempo, cheguei à conclusão que, conhecendo eu a sua carreira desde as categorias de promoção, já não tenho mais nada para acrescentar sobre ele neste sitio.  

Tenho a sensação que tudo o que foi escrito acerca dele, já foi escrito. E tenho a sensação que indo para além disso faz-me mais mal do que bem, pois nada mais eu irei acrescentar. E chover no molhado já faz mais mal do que bem. Assim sendo, mesmo eu, que adoro resgatar o passado do automobilismo - e da Formula 1 em particular -  para que as pessoas o compreendam a razão pelo qual chegamos onde chegamos, chego à conclusão que esta é uma grande altura para encerrar este capitulo. Não vou escrever mais sobre ele, "finito". 

Porque vamos ser sinceros: a partir daqui, e caso não apareça nada de tremendamente novo e inédito, tudo que escreva sobre ele não será mais do que um "andar às voltas", uma reciclagem que mostrava à face de todos que estava a ficar velho e decadente. Há que saber parar, e muitos, infelizmente, não sabem. Não falo disto porque estou farto de Senna. Estou mentalmente esgotado de Senna, porque cheguei ao ponto em que não existe mais nada para acrescentar sobre ele.

Há outra coisa também que tenho de dizer: há muito tempo decidi mentalmente que nunca iria escrever uma biografia de Ayrton Senna. Por duas razões: a primeira é pessoal, pois é alguém que considerei um ídolo na minha adolescência, e ele foi uma personagem que mexeu imenso comigo, de modo muito profundo. E o segundo facto é também porque de toda a gente conhecer todos os seus feitos na pista, bem como as suas polémicas, as suas qualidades, os seus defeitos. Eu tenho, por exemplo, na minha biblioteca pessoal, três biografias do piloto. Assim sendo, fazer tal coisa por aqui não seria mais do um "chover no molhado", porque não acrescentaria mais nada. E nestes tempos de blog, aconteceram coisas muito boas como por exemplo, o documentário.

Acho que esta é a altura ideal para fechar este capitulo no blog. O automobilismo é mais do que Formula 1, é mais do que Ayrton Senna. Há todo um mundo lá fora que precisa de ser descoberto, há toda uma série de competições, toda uma serie de pilotos cujas histórias merecem ser contadas, mostradas para toda a gente. 

Falar sobre Senna foi ótimo, mas já acabou. O legado está aí e podem todos ir ler, sempre que quiserem. Basta procurar no Google. Voltar ao assunto neste blog, para mim, só se valer imenso a pena.

2 comentários:

  1. Paulo,

    Partilho da mesma opinião. Não falar de Senna não é algo desrespeitoso, não é desmerecer o piloto, a pessoa ou seja lá o que...

    É um assunto demasiado estagnado. Foi como disse lá no meu blog. Tudo o que deveria ser falado, já foi dito. O que devia ser mostrado, já foi visto.

    Adotei a mesma tática por lá. No máximo fotos. Só. Argumentar, quase nunca.

    Abração!

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  2. É normal se cansarem de um assunto, e uma visão interessante.
    Nesse caso também nunca mais leremos nada sobre Fangio, Clark, Rindt, Villeneuve, e tantos outros...

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...