Parece que Robert Kubica está mais a querer dar espectáculo do que a vencer ralis. Ou então adoptou a "estratégia Gilles Villeneuve": Win or Wall. Acho que há imensa gente que adora isso, que esse é que deveria ser o espírito da competição, e não os "chatos pragmáticos" que podem vencer as corridas, os ralis e os títulos, mas não conquistarão os corações dos adeptos.
Quando vi Kubica ontem a vencer as oito classificativas do Rali Islas Canárias, espantei-me pelo facto de querer vencer tudo, mas pensei que ele hoje iria abrandar a gerir a vantagem, para que a sua primeira saída com o Citroen DS3 RRC no Europeu fosse vitoriosa. Pensava até que hoje ele iria abrir mão para controlar os seus adversários e rumar a uma inédita vitória no Europeu de Ralis. Mas parece que continuou a acelerar até que numa das classificativas da manhã, Kubica fez mal uma curva e sofreu um toque, obrigando-o a abandonar, quando tinha tudo para ganhar.
Já não é a primeira vez que fez isso: o Rally du Var, no final do ano passado, ele estava a dar mais de quatro minutos de avanço sobre a concorrência no seu Citroen C4 WRC ex-Sebastien Löeb. Depois de dois dias a espantar toda a gente com a sua velocidade e quando se pensava que ele estava a caminho de uma vitória, ele também acabou por errar na saída de uma curva e caiu ravina abaixo, com o seu carro a arder. Felizmente, quer ele, quer o seu navegador nada sofreram.
Agora, não só os adversários já descobriram o seu verdadeiro talento, mas também o seu verdadeiro defeito. Se fosse piloto de ralis e visse o Kubica na frente, fazia o possível para ficar com o segundo lugar, pois tinha a garantia de que mais cedo ou mais tarde, ele iria sair de estrada. Só espero que ele não tenha ficado magoado, e agora, voltaremos a vê-lo em Portugal, daqui a umas três semanas.
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