Uma semana depois da - algo surpreendente, diga-se de passagem - vitória de Kimi Raikkonen em Melbourne, máquinas e pilotos rumavam a Sepang, na Malásia, para correrem a segunda prova do ano naquelas paragens. E tal como aconteceu na Austrália, o tempo parecia ser o fator decisivo nesta equação, pois como as pessoas sabem, a chuva naquelas latitudes tem a fama de lendária.
Mas na hora da largada, esse factor tinha ficado de fora: a chuva tinha parado, com a pista a secar em alguns sitios. Mas não o suficiente para que alguns pilotos arriscassem e partissem com pneus intermédios. As nuvens ainda andariam por lá, mas mais para decoração do que outra coisa.
A partida começou com o primeiro grande momento do dia: Fernando Alonso pulou para o segundo lugar, mas depois sofreu um toque e danificou a asa dianteira. Tentou levar o carro para as boxes, mas não conseguiu: esta partiu-se e ele seguiu em frente. Para comemoração do 200º Grande Prémio na sua carreira, este não podia ser pouco mais do que um pesadelo, pois iria assistir ao resto da corrida como espectador. E ver os seus rivais pontuarem.
Com o passar das voltas, e com o panorama a clarear, os pilotos começaram a ganhar o seu lugar. Mark Webber parecia ficar na frente da corrida, na frente de Sebastian Vettel, e com os Mercedes a levarem a melhor sobre a Lotus e a Ferrari de Felipe Massa, que depois daquela ma largada, desapareceu como protagonista de corrida. E no meio da confusão nas primeiras trocas de pneus, Hamilton parou... na boxe da McLaren. Era a força do hábito.
A partir dali, a segunda parte da corrida foi uma questão de gestão. Vettel e Webber lutavam pela liderança, numa corrida de contenção, para evitar o desgaste dos pneus, enquanto que os Mercedes de Hamilton e Rosberg ficavam logo a seguir, com Massa no sexto posto. Webber tinha pneus duros, que o favorecia de inicio, mas depois foi Vettel, com médios, a começar a ser melhor. Mas a partir da 25ª volta, Hamilton começou a ser incomodativo, a ser visto nos espelhos dos Red Bull. Hamilton passou Vettel, mas pouco depois, a equipa pediu para salvar combustivel e ele abrandou o ritmo, perdendo o segundo lugar para o alemão.
Com um nova ronda de paragens, Vettel tentava passar Webber - e não conseguia - e Hamilton tentava apanhar os Red Bull. E atrás, Button tentava aproveitar a situação, mas quando foi a sua vez de parar nas boxes, um dos mecânicos esqueceu de apertar o pneu, e perdeu tempo precioso, uma volta para ser mais preciso. Pouco tempo antes, uma urucubaca semelhante aconteceu com os Force India, que os obrigou a abandonar a competição.
E a parte final foi interessante: Mercedes e Red Bull tinham os seus companheiros a lutarem um com o outro. Mas se o pessoal em Estugarda era mais cordial, Vettel e Webber lutavam como se não existisse o amanhã. A luta foi dura, leal, e não se mataram. Mas as tensões estiveram altas, com Christian Horner a dizer pela rádio: "This is silly, c'mon" (Anda lá, deixem-se de brincadeiras!)
O contraste entre a Red Bull e os outros aconteceu poucas voltas depois, quando Rosberg queria passar Hamilton e Ross Brawn respondeu com um: "Negative". Britney... perdão, Nico Rosberg argumentou, mas parece que na segunda corrida do ano, já sabemos quem é o primeiro piloto em Estugarda...
Por fim, os carros passaram a bandeira de xadrez, com Vettel a conseguir mais de seis segundos de vantagem sobre Webber, e conseguindo a sua 27ª vitória da sua carreira, igualando Jackie Stewart. Hamilton ficou com o lugar mais baixo do pódio, na frente de Rosberg, que não deve ter ficado muito feliz com o facto de ter de aguentar Hamilton... Felipe Massa fez o possivel no quinto posto, atrás de Nico Rosberg.
O pódio foi tenso, com todos os pilotos a comemorarem como se estivessem num funeral... e Webber a dizer o que pensava na entrevista, jogando o politicamente correto para o ventilador: “Na última paragem, a equipa disse-me que a corrida estava ganha, para desligar o motor e ir até ao fim. Eu também quero competir, mas a equipa tomou aquela decisão que é o que defendemos sempre antes das corridas: ter cuidado com os pneus e chegar ao fim. O Sebastian tomou a sua própria decisão e vai ser protegido como sempre. É assim que as coisas são”.
No final do dia, os pilotos são competitivos e não querem perder com o seu companheiro de equipa. Mas depois, no final da corrida, soube-se: após a última paragem, ambos receberam ordens de equipa para manterem as suas posições. Vettel mandou a ordem às malvas e deu no que deu. É dos clássicos, mas nesta Formula 1, as equipas só pensam no títulos de Construtores. E nesta Formula 1 de 2013, os pilotos andaram todos a pedir desculpa uns aos outros nos bastidores por serem... competitivos.
No final do dia, os pilotos são competitivos e não querem perder com o seu companheiro de equipa. Mas depois, no final da corrida, soube-se: após a última paragem, ambos receberam ordens de equipa para manterem as suas posições. Vettel mandou a ordem às malvas e deu no que deu. É dos clássicos, mas nesta Formula 1, as equipas só pensam no títulos de Construtores. E nesta Formula 1 de 2013, os pilotos andaram todos a pedir desculpa uns aos outros nos bastidores por serem... competitivos.
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