Depois de uma qualificação e duas partes - do qual podem reler aqui e aqui - a corrida inaugural centrava expectativas dos quais achei por vezes repetidamente exageradas. Especialmente depois do monopólio da primeira fila dos Touros Vermelhos após a "qualificação, parte dois". Muito li no Twitter as expressões das pessoas que receavam que a temporada de 2013 fosse a repetição do padrão de 2011. Experiente que sou nestas coisas - são quase 30 anos a ver, apreciar e observar a Formula 1... - sabia que havia de dar tempo ao tempo. E a melhor prova disso seria a corrida.
Havia um sinal de que as coisas iriam ser diferentes, e tinha escrito em meros 140 caracteres: os pilotos que tinham feito a Q3 arrancariam com os pneus supermacios, ao contrário dos que tinham ficado pela Q2, onde usaram os intermédios. É que eles poderiam mudar de pneus antes da corrida e terem uma vantagem sobre os outros. Isso aconteceu, mas não esperava que um desses "não-qualificados", o regressado alemão Adrian Sutil, tivesse um impacto tão grande na corrida, como acabaria por ter.
A corrida começou com Nico Hulkenberg a ser a primeira vitima do ano, e com os Red Bull a terem dificuldades com os pneus macios, que foram "carcomidos" num instante, o que fez com que o carro não funcionasse em condições de corrida e foram apanhados pela Ferrari e Mercedes, para além do Lotus de Kimi Raikkonen. Outra grande vitima foi a McLaren, que mesmo com todos os esforços de Jenson Button, não conseguia fazer muito com o seu carro. Que contraste com doze meses antes, quando foi o vencedor!
Mas Adrian Sutil foi o que saiu melhor em toda esta jogada, subindo de posições e acompanhando Raikkonen até ao topo. Tanto que nas primeiras 25 voltas, ele foi o centro das atenções. Andou na liderança e fez render os pneus até onde foi humanamente possivel, demonstrando que o seu ano sabático não faz mal nenhum à sua performance.
Para além disso, a Mercedes demonstrou que estava bem também. Nico Rosberg poderia ter acabado no pódio, se não fosse o seu problema elétrico a estragar a sua corrida. E Lewis Hamilton lutou com Fernando Alonso, Sebastian Vettel e Felipe Massa por um lugar no pódio, numa briga honesta, embora a sua tática de duas paragens não ter sido bem sucedida porque os pneus se degradaram mais rapidamente do que pensava que se iriam degradar.
E as Ferrari demonstraram que estão ali para vencer. Fernando Alonso e Felipe Massa andaram juntos durante grande parte da corrida. É claro que uma corrida não significa nada, mas e uma situação bem possivel: que ambos os pilotos andarão com ritmos iguais. O grande problema foi que Massa arriscou outra tática e não resultou, porque em uma das situações, queria passar Sutil pelas boxes e a coisa não resultou. Mesmo assim, o quarto lugar é muito melhor do que o inicio de 2012, onde as suas performances eram tão más que muita gente pediu a sua cabeça. A Ferrari pode ter feito o mais difícil: recuperar um piloto. E isso pode ser bastante útil mais adiante na temporada, se esta for tão equilibrada como em 2012.
No final, resumiu-se aos pneus e o seu consumo. Kimi Raikkonen foi o melhor porque conseguiu poupar os seus pneus o suficiente para fazer duas paragens, colocando os mais duros para a parte final e fazê-los funcionar de forma a distanciar-se da concorrência. Assim, deu à "Lotus-Renault" a sua segunda vitória desde o seu regresso à Formula 1 e a segunda vitória na atual encarnação.
E se juntarmos a Lotus de Colin Chapman, parece que voltamos a 1978, quando Mário Andretti venceu na Argentina. Isso quererá dizer alguma coisa? Provavelmente nada, porque ainda faltam dezoito corridas para o final do campeonato e há mais do que um candidato ao titulo, como todos sabem. E incluo nesse cesto de candidatos a Mercedes, mas não a McLaren. Pelo menos, não com este chassis.
Semana que vem, na Malásia, haverá mais ação.
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