Três semanas após terem corrido
no Brasil, máquinas e pilotos atravessavam o Atlântico para participarem na
terceira corrida do ano, a realizar em paragens sul-africanas. Com Emerson
Fittipaldi a dominar o campeonato, cabia à Tyrrell reagir, sob pena de ver o
piloto brasileiro a escapar, rumo à uma possível revalidação do titulo.
Em paragens sul-africanas, a
Shadow fazia enfim a sua estreia na Formula 1, com dois chassis, entregues ao
britânico Jackie Oliver e ao americano George Follmer, mais conhecido pelas
suas participações na Can-Am e Trans-Am, onde era um dos melhores pilotos.
Havia também outra entrada nova, a de Andrea de Adamich, num Surtees inscrito
pela Cerâmica Panagossin.
Na McLaren, o novo chassis estava
pronto, e entregue a Dennis Hulme, enquanto que os outros dois M19 eram para o
americano Peter Revson e o local Jody Scheckter. Para além dele, ainda iria
haver mais três sul-africanos: Jackie Pretorius, que iria guiar um Iso-Marlboro
no lugar de Nanni Galli - lesionado depois de um acidente – Dave Charlton, num
Lotus 72 da Scuderia Scribante, e Eddie Keizan, num Tyrrell privado da Lexington Racing.
Com 25 carros inscritos, no final
da qualificação, o novo chassis da McLaren deu resultados inesperados, com
Dennis Hulme a ser o melhor, fazendo aos 37 anos a sua primeira pole-position
da sua carreira. Emerson Fittipaldi era o segundo, no seu Lotus, seguido pelo
segundo McLaren de um surpreendente Jody Scheckter. Ronnie Peterson era o
quarto, seguido pelo BRM de Clay Regazzoni. Peter Revson era o sexto, no
terceiro McLaren, seguido pelo segundo BRM de Jean-Pierre Beltoise. O argentino Carlos
Reutemann era o oitavo, no seu Brabham-Ford, e o “top ten” era fechado pelo
Surtees-Ford de José Carlos Pace e o terceiro BRM de um jovem austríaco chamado
Niki Lauda.
A Tyrrell tinha tido uma
qualificação para esquecer: Jackie Stewart tinha tido um acidente na
qualificação e o seu carro era sucata, partindo apenas do 16º posto e Francois
Cevért tinha o chassis reserva e largava do último lugar. Já a estreante Shadow
tinha também uma qualificação modesta, com Oliver na 14ª posição e Follmer no
21º lugar da grelha.
A partida foi sem problemas, com
Hulme no comando e os três McLaren nas quatro primeiras posições, com o intruso
a ser Fittipaldi, o segundo, seguido por Scheckter e Revson. Stewart começou a
fazer uma corrida de recuperação, assim como Dave Charlton, que era sétimo e
atacava Reutemann para chegar ao sexto posto, com o seu Lotus. Contudo, no
inicio da terceira volta, o piloto local perde o controlo e bate no Surtees de
Mike Hailwood. Este fica parado no meio da pista, onde é atingido pelo Ferrari
de Jacky Ickx e pelo BRM de Clay Regazzoni.
No momento seguinte, ambos os
carros pegam fogo, e enquanto que Hailwood consegue sair do seu Surtees, o
suíço não conseguia sair do seu BRM, porque o seu cinto ficara preso. Com as
chamas a alcançarem o seu carro, Hailwood chegou-se perto dele, para o ajudar a
sair, o que conseguiu, não sem antes as chamas chegassem ao pé das suas pernas
e este tivesse de sair dali para que as pudesse apagar. Ambos foram ao
hospital, mas tinham queimaduras ligeiras.
O acidente também teve
consequências para Hulme, pois quando passava pelos destroços, um deles furou
um dos pneus e teve de ir às boxes para trocar, caindo para o final do pelotão.
Isso deu o comando para Fittipaldi, mas depois, a liderança ficou nas mãos de
Scheckter. Mas vindo de trás, Stewart estava a fazer uma recuperação
espetacular, e na sétima volta, passava o sul-africano e já estava no comando,
começando lentamente a distanciar-se da concorrência.
Scheckter tentou defender o seu
segundo posto dos ataques de Fittipaldi, mas aos poucos, o sul-africano
começava a ficar com os pneus mais degradados do que o normal, e a partir do
meio da corrida, perdeu uma posição para o Lotus do brasileiro. Pouco depois,
foi a vez de Peter Revson ficar com o terceiro lugar, enquanto que, vindo de
trás, Hulme fazia uma recuperação espetacular, chegando à zona dos pontos, no
sexto posto, mas longe de Scheckter.
Parecia que o jovem sul-africano
iria conseguir os seus primeiros pontos da sua carreira, mas a quatro voltas do
fim, o seu motor deixa de funcionar e o quarto lugar cai nas mãos do Ferrari de
Arturo Merzário.
Por essa altura, Stewart tinha
uma vantagem de 24 segundos sobre Peter Revson, e foi nessa ordem que terminou
a corrida. O escocês tinha feito uma grande corrida e conseguia a sua primeira
vitória do ano, na frente de Peter Revson. Emerson Fittipaldi fechava o pódio
no seu Lotus, mas mantinha a liderança do campeonato. Dennis Hulme foi o
quarto, enquanto que nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Ferrari de
Merzário, o McLaren de Hulme e o Shadow de Follmer, que conseguia aqui o seu
primeiro ponto da carreira.
El GP del debut de Shadow en la F1; en el siguiente GP también se sumó Graham Hill con un DN1 del Embassy Team.
ResponderEliminarAbrazos!
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