A Formula 1 é cruel, sejamos honestos. Não tem tempo para esperar para pagar e não perdoa se falhares, pois outros estão à tua espera. Não admira que chamem aquilo de "Club Piraña". Normalmente é para as equipas, mas também serve para os pilotos.
O caso de Luiz Razia, da Marussia, que foi substituido no final da tarde pelo francês Jules Bianchi, é talvez das coisas mais paradigmáticas que chegou esta Formula 1: quando um dos patrocinadores falha o pagamento, ou volta inesperadamente com a palavra atrás, este fica vulnerável perante uma entidade que está desesperadamente à procura de dinheiro para manter a equipa viva. E tinha dado esse exemplo semanas antes quando rescindiu contrato com Timo Glock, alegando que precisava de dinheiro. E é verdade: Glock era um sorvedouro de dinheiro, ganhava três milhões de euros por temporada. Muito dinheiro para uma equipa que ainda não pontuou desde que está ali, em 2010.
E tudo isto soou a estranho desde o inicio. Quando é o piloto que faz o anuncio da sua entrada, muito antes da equipa fazer a confirmação, quase soa a amadorismo e era um verdadeiro "começar com o pé esquerdo". Confesso que fiquei desconfiado e com a sensação de que o pessoal não aceitou a coisa de bom grado, mas acho que as coisas poderiam melhorar. Depois, no final da semana passada, a noticia de que um dos patrocinadores não tinha cumprido o seu compromisso. Para piorar as coisas, surgiram os rumores de que a origem do dinheiro desses patrocinadores e do envolvimento de alguns familiares em esquemas de lavagem de dinheiro, entre outros, e com o arrastar dos dias, lembrei-me dos episódios anteriores e fiquei com a sensação de que, mais cedo ou mais tarde, o desfecho seria este. Aconteceu.
Não é a primeira vez que acontece tal coisa. O nosso amigo Taki Inoue teve numa situação destas em 1996, quando arranjou patrocinios de quatro milhões de dólares para alinhar na Minardi, ao lado do português Pedro Lamy. Contudo, no dia em que ele iria ser apresentado, um dos seus patrocinadores voltou com a palavra atrás e cancelou o acordo. Inoue tentou encontrar outro patroconador, mas não conseguiu. E o resultado foi semelhante a 2013: deu a chance a um jovem piloto (depois de ter alugado o lugar ao brasileiro Tarso Marques). Seu nome era Giancarlo Fisichella.
E tudo isto soou a estranho desde o inicio. Quando é o piloto que faz o anuncio da sua entrada, muito antes da equipa fazer a confirmação, quase soa a amadorismo e era um verdadeiro "começar com o pé esquerdo". Confesso que fiquei desconfiado e com a sensação de que o pessoal não aceitou a coisa de bom grado, mas acho que as coisas poderiam melhorar. Depois, no final da semana passada, a noticia de que um dos patrocinadores não tinha cumprido o seu compromisso. Para piorar as coisas, surgiram os rumores de que a origem do dinheiro desses patrocinadores e do envolvimento de alguns familiares em esquemas de lavagem de dinheiro, entre outros, e com o arrastar dos dias, lembrei-me dos episódios anteriores e fiquei com a sensação de que, mais cedo ou mais tarde, o desfecho seria este. Aconteceu.
Não é a primeira vez que acontece tal coisa. O nosso amigo Taki Inoue teve numa situação destas em 1996, quando arranjou patrocinios de quatro milhões de dólares para alinhar na Minardi, ao lado do português Pedro Lamy. Contudo, no dia em que ele iria ser apresentado, um dos seus patrocinadores voltou com a palavra atrás e cancelou o acordo. Inoue tentou encontrar outro patroconador, mas não conseguiu. E o resultado foi semelhante a 2013: deu a chance a um jovem piloto (depois de ter alugado o lugar ao brasileiro Tarso Marques). Seu nome era Giancarlo Fisichella.
O seu substituto, o francês Jules Bianchi, mais do que ter dinheiro, tem outras duas coisas: um bom manager e um apoio de uma marca como a Ferrari. Nicolas Todt, o filho do presidente de FIA Jean Todt, ajudou muito com os seus conhecimentos. E certamente acenou com a ligação com a Ferrari e o possivel fornecimento de motores para 2014, algo que a Marussia precisa, pois é a única equipa que corre com os motores Cosworth. E à Ferrari interessa ter Bianchi correr na Formula 1, pois ele quem sabe, num futuro próximo, poderá ser um possivel escudeiro para Fernando Alonso. E o argumento dos motores provou ser imbatível, provavelmente a garantia de continuidade em 2014 e mais adiante.
Razia sabia das consequências. Não conseguiu e foi pena, ele pagou o preço cruel desta Formula 1. Por agora, pode haver tristeza e revolta nesta decisão, mas se calhar poderá ter sido melhor assim. Razia pode não chegar chegado à categoria máxima do automobilismo, mas se calhar ter-se poupado a arrastar-se por uma época nos últimos lugares da Formula 1 em 2013, ser uma "chicane móvel" para Sebastian Vettel ou Fernando Alonso, algo seria péssimo para a sua reputação de piloto rápido que é e que demonstrou na GP2.
Provavelmente, agora a melhor coisa que deveria fazer era parar para pensar. Pensar em outras alternativas. A Endurance ou a IndyCar serão boas alternativas, onde poderá demonstrar toda a sua rapidez e provavelmente não terá de entregar dinheiro para correr. Até poderá ser o contrário, como faz agora outros dois ex-pilotos de Formula 1, Bruno Senna e Lucas di Grassi: ser um piloto oficial, onde é pago para correr. Como já aconteceu um dia na Formula 1.
E francamente, vamos pensar numa coisa mais geral: a Formula 1 não é mais aquilo que as pessoas pensavam, num passado não muito distante. Tornou-se num desporto extremamente caro. Ver pessoas que quase empenham tudo, precorrem "Seca e Meca" para arranjar patrocinadores para que cheguem ao topo, um topo cada vez mais elitista, para conseguirem, provavelmente, o pior lugar no pelotão, só para dizer "Mamãe, estou na Formula 1!", quase parece uma caricatura. E é isso que vejo: uma caricatura, e se calhar para os que lutam para conseguir chegar a estes últimos lugares, uma manifestação de desperdício de talento.
E quanto à competição propriamente dita: ou as equipas começam a se entender em relação aos custos, ou implode a si mesma numa questão de poucos anos. Todos os sinais disso estão por lá.
A fines de los ochenta, exactamente en 1988, un muy buen piloto argentino (Oscar Larrauri) pudo correr sin poner un peso en la F1, en el modesto equipo Eurobrun. Al año siguiente, otro piloto llegó con unos pocos dólares y se quedó con su butaca.
ResponderEliminarEn la F1, sin dinero, es muy difícil poder mantenerse.
Una lástima.
Abrazos!
http://juanhracingteam.blogspot.com.ar/